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Matérias / Hollywood

Drogas e morte precoce: o declínio da atriz Dana Plato

Famosa por interpretar Kimberly na série Arnold, a jovem viu sua carreira desmoronar recebendo críticas até de parlamentares

Wallacy Ferrari Publicado em 07/05/2020, às 14h00

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Dana em foto na época da série Arnold (à esq.) e durante sua prisão (à dir.) - Divulgação
Dana em foto na época da série Arnold (à esq.) e durante sua prisão (à dir.) - Divulgação

Com apenas um ano de idade, Dana Michelle Strain foi dada pela mãe, na época com 16 anos, ao orfanato. No ano seguinte, Dean e Kay Plato conheceram a pequena e logo a acolheu na família, criando a em Los Angeles. Apesar da infância confusa, Dana se mostrara desinibida com o novo sobrenome e tinha um ótimo desempenho educacional.

Kay aproveitou a animação e a beleza da pequena para levá-la a testes de televisão, aos sete anos. Suas participações em anúncios publicitários de grandes marcas, como a Dole e o KFC, possibilitaram novas oportunidades como atriz-mirim, chegando a estrelar o segundo filme da franquia O Exorcista.

Ao mesmo tempo, Dana equilibrava as atividades de atriz com a prática de patinação artística no gelo, treinando com a equipe juvenil dos Estados Unidos em preparação para uma futura Olimpíada. A mudança de vida ocorreu em 1977, quando a jovem foi descoberta por uma produtora da NBC após vencer um game-show.

Em 1978, Dana estreava na série Diff’rent Strokes — conhecida no Brasil como Arnold — interpretando a personagem Kimberly. Apesar do papel coadjuvante, o sucesso da produção proporcionou uma exposição notável para a atriz, que recebia 22 mil dólares por episódio. Na produção, Plato permaneceu no elenco fixo até 1984, por seis temporadas.

O motivo da saída foi a pedido dos produtores, que começou a notar comportamentos distintos da jovem conforme o seu crescimento. Além de boatos de uso de drogas dentro das imediações da emissora, seu polêmico casamento com o roqueiro Lanny Lambert poderia manchar a imagem do seriado. A gota d’água foi a descoberta de que Dana estava grávida, descumprindo o contrato e impossibilitando a continuidade de sua personagem.

Mugshot da atriz durante a prisão em flagrante, em 1991 / Crédito: Divulgação

A desconstrução de Plato

Após a série, a exposição positiva de Dana nunca mais foi igual ao da personagem Kimberly, sendo revertida, ao longo de anos, de uma maneira destrutiva. Com o nascimento do filho e o falecimento da mãe adotiva, a atriz não conseguiu administrar o dinheiro e a carreira com a ajuda do marido, que acabou se divorciando após o fim de seu contrato.

Sem conseguir papéis em grandes produtoras, passou cinco anos estrelando apenas filmes de baixo orçamento e produções independentes. Com o dinheiro que conseguiu, fez um implante de silicone e posou para a Playboy, em 1989, sem ao menos estampar a capa. Em 1990, seu divórcio recém-concluído atribuiu a guarda do filho ao pai, afirmando que a mesma era conhecida publicamente pelos exageros.

Em 1991, após levar um golpe de seu contador — que levou, com o auxílio de uma procuração, cerca de 11 milhões de dólares da atriz — decidiu realizar um assalto a mão armada em uma locadora de vídeo, em Las Vegas. Presa em flagrante minutos depois, Dana tinha obtido apenas US$ 164 usando uma arma de chumbinho. O amigo Wayne Newton pagou sua fiança de US$ 13 mil e a ajudou por algumas semanas a arranjar um emprego.

Sendo convidada para diversos programas de debates sobre problemas na formação psicológicas com atores mirins, a loira teve a oportunidade de reestabelecer a carreira em 1992, quando foi convidada pela SEGA para protagonizar o primeiro game de terror a utilizar o recurso de Full Movie Video, reproduzindo imagens reais no Sega CD.

O jogo Night Trap foi um sucesso comercial do acessório, mas foi alvo de polêmicas ao ser citado diversas vezes em audiências sobre violência nos videogames no Senado dos Estados Unidos, fazendo referências as cenas onde Dana usava uma camisola e era capturada por um homem com touca-ninja. A produção, retirada do mercado por diversas redes de lojas infantis, manchava mais uma vez a carreira da atriz.

Dana posando em revistas masculinas / Crédito: Divulgação

Exposição até a última entrevista

Ainda em 1992, Dana foi presa novamente por falsificar uma receita médica de Valium e descumprir a condicional. Além de perder sua casa, passou a morar em um trailer, na Flórida. Nos anos seguintes, passou a estrelar papéis eróticos em produções do cinema adulto além de posar mais uma vez para a revista Girlfriends, em 1998.

Dana estava noiva de Robert Menchaca, que se apresentava como empresário. Convidada ao programa de entrevistas mais famoso das rádios estadunidenses, o The Howard Stern Show, Dana teria a oportunidade de conversar sobre as passagens de sua vida em 7 de maio de 1999.

Conhecido pelo humor controverso e pela interatividade com os ouvintes, Dana foi posta em prova no momento open-mic; passou a receber diversas ligações de ouvintes que afirmavam que a mesma era culpada pela situação que descrevia.

Entre as duras críticas, um rapaz chegou a propor um exame antidoping ao vivo para provar que a mesma não estava drogada. Entre as dezenas de ligações desrespeitosas, Dana chorou ao receber uma mensagem de apoio de dois ouvintes.

No dia seguinte, voltando para a casa, Dana parou na casa da sogra, visto que não havia possibilidade de seguir viagem devido a um tornado. Horas depois, foi encontrada caída pelo noivo, que inicialmente acreditou que Dana dormia com uma feição engraçada e a fotografou. A atriz já havia tomado uma dose suicida de Vicodin e Vanadon e falecia de overdose aos 34 anos.


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