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Matérias / Crimes

Drogas e sacrifícios cruéis: a seita macabra do narcosatanista Adolfo Constanzo

O líder de um cartel satânico que resultou na morte de cerca de 15 pessoas chegou a ser um dos homens mais procurados pelo FBI

Vanessa Centamori Publicado em 05/05/2020, às 19h00

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O narcosatanista Adolfo Constanzo - Divulgação
O narcosatanista Adolfo Constanzo - Divulgação

Em busca de uma organização criminosa, policiais fardados do município mexicano de Matamoros invadiram o Rancho Santa Elena no dia 9 de abril de 1989. Encontraram, a princípio, o de sempre: muitas drogas. Mais especificamente, 110 quilos de maconha, que estava dentro de um caldeirão de ferro.

O recipiente exalava um cheiro insuportável, dificultando a respiração dos agentes armados. Só que o odor, para a o espanto deles, nada tinha a ver com os entorpecentes. A podridão vinha, na realidade, de vários itens bizarros, como sangue seco, um cérebro humano, pontas de cigarro, quarenta garrafas vazias de conhaque e alho. 

Eram os resquícios dos rituais macabros, realizados por uma seita, mais tarde conhecida pela imprensa mexicana como Los Narcosatánicos. Os mortos pela gangue, que coletava vítimas na fronteira entre México e EUA, se espalhavam por todos os lugares do rancho. Em uma espécie de catacumba, a polícia achou cadáveres escondidos e empilhados. Todos desmembrados, sem cérebro ou coração.

Autoridades recolhem cadáveres no rancho / Crédito: Divulgação / Youtube 

Início da investigação policial 

Algo de errado chamou a atenção da polícia naquele mesmo dia, algumas horas antes, de tarde. David Serna Valdez, um homem de 22 anos, estava dirigindo uma van na estrada que liga Matamoros a Tamaulipas, quando foi parado pelos oficiais. 

No veículo do rapaz, os agentes encontraram maconha e uma pistola de calibre 38. Após ser interrogado, ele acabou entregando seus comparsas da organização criminosa. O grupo misturava o tráfico de drogas com rituais, aonde inocentes eram sacrificados. 

Após a polícia adentrar o rancho segreto da organização, os membros acabaram entregando o nome do líder da seita: era Adolfo Constanzo, filho de refugiados cubanos envolvidos nos cultos místicos afro-americanos de santeria. 

Um dos membros do cartel e seita secreta, que entregou o líder Adolfo Constanzo / Crédito: Divulgação/Youtube 

Envolvido na feitiçaria 

Desde pequeno, Constanzo estava cercado pelos rituais do Palo Mayombe, um tipo de culto que faz parte da religião da santeria. Nascido em Miami, nos Estados Unidos, em 1962, o futuro narcosatanista embarcou no mundo do crime antes mesmo de aprender a ler e a escrever. 

A mãe do aspirante a bandido era sacerdotisa do Palo Mayombe e o ensinou a roubar, fazendo com que o garoto fosse detido pela justiça mesmo na infância. Logo depois, na adolescência, ele mergulhou de vez no mundo do crime, continuando a ser preso. Até que começou a misturar práticas ilegais com o satanismo. 

A crença maligna veio por influência de um sacerdote conhecido nas rodas de santeria. Foi nos encontros espirituais que Constanzo também aprendeu a enriquecer com a venda de drogas. 

Adolfo Constanzo / Crédito: Divulgação 

Homem de negócios 

Na década de 1980, o rapaz passou ainda a oferecer serviços relacionados à feitiçaria na cidade de Miami. Três anos depois, mudou-se para o México, onde passou a atrair seguidores. O carisma do bandido foi se lapidando diariamente.

Adolfo Constanzo lia cartas de tarô e fazia "rituais de purificação", que renderam grandes lucros mensais. Conseguiu convencer chefes do crime organizado, celebridades e até mesmo agentes da Polícia Judiciária Federal a respeito de seus supostos dons mágicos. 

Não por acaso, Constanzo se mudou para Matamoros, um dos pontos de fronteira mais importantes do México. Lá, estabeleceu sua própria seita e vendia drogas em troca de uma proteção espiritual ilusória. Tornou-se um dos homens mais procurados pelo FBI. 

Práticas de tortura

Para ganhar mais seguidores, passou a agir utilizando o medo como arma. Passou a fazer sacrifícios humanos em seus rituais. Ele tinha até uma fiel parceira, a estudante de Antropologia, Sara Aldrete, que auxiliava o bruxo sádico em suas práticas de tortura. 

Certa vez, a mulher, apontada como uma das chefes da organização, teria conseguido convencer um traficante de drogas, Gilbert Sosa, para que ele mesmo se pendurasse com uma corda amarrada no pescoço. A seguir, fez o criminoso mergulhar em um barril de água fervente, enquanto tinha seus mamilos cortados com uma tesoura. 

Sara Aldrete, parceira do líder da seita / Crédito: Divulgação 

Segundo relato de Sosa, um dos membros da seita teve o pênis arrancado. O peito do indivíduo foi aberto para a remoção do coração quando ele ainda estava vivo. O objetivo das torturas era conseguir supostos favores de satanás.

E para terem suas ambições alcançadas, vários dos Los Narcosatánicos cometiam assassinatos ritualísticos. Acredita-se, inclusive, que por anos eles se alimentaram de carne humana. 

A vítima chave

Em 1989, a seita sequestrou e assassinou o estudante de medicina Mark Kilroy, de fora de um bar mexicano. O norte-americano foi levado até o Rancho Santa Elena, onde foi espancado, torturado e estuprado.

Como resultado, faleceu com um golpe fatal na nuca. O líder da seita, Adolfo Constanzo, passou a usar restos da coluna da vítima em um amuleto em forma de gravata.

Membros do cartel de drogas e seita de Adolfo Constanzo / Crédito: Divulgação/Youtube 

Após a blitz policial que identificou um dos membros da organização, a polícia mexicana encontrou o rancho aonde eles se escondiam e prendeu vários membros do grupo.

O líder conseguiu fugir, mas foi localizado pelas autoridades mais de um mês depois. Segundo o Jornal The New York Times, Constanzo ordenou que um dos membros, Álvaro de Leon Valdez, o matasse a tiros para não ser pego com vida.

Ele também solicitou o assassinato de um dos seus comparsas mais próximos, Martin Quintana Rodriguez. À polícia, Leon Valdez confirmou que obedeceu às ordens para matar o chefe. A autópsia do corpo revelou que, de fato, de 20 a 30 balas atingiram Constanzo.

Todos os corpos dos outros mortos pela seita (cerca de 15) foram encontrados. O capanga fiel do líder, Aldrete, a bruxa do culto, e três outros foram presos após o tiroteio. 


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