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Matérias / Personagem

Em 2020, Zeca Pagodinho descobriu que o jogo do bicho é ilegal

Em entrevista, o sambista também revelou que sempre faz sua fezinha

Fabio Previdelli Publicado em 10/04/2022, às 00h00

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Zeca Pagodinho durante turnê em Lisboa, em 2018 - Divulgação/ Hermes de Paula
Zeca Pagodinho durante turnê em Lisboa, em 2018 - Divulgação/ Hermes de Paula

O nome de Jessé Gomes da Silva Filho pode até não ser conhecido pelo grande público, mas sem dúvida alguma todos sabem quem é Zeca Pagodinho.

Lendário cantor e compositor, Zeca já gravou mais de 20 discos, embalou as comemorações da seleção brasileira pentacampeã mundial, virou imortal na Academia Brasileira de Cultura e, sem dúvida alguma, é um dos maiores nomes da história do samba

A figura de Zeca Pagodinho é tão marcante que na internet o músico virou uma entidade, muitos dizem, aliás, que Zeca já pode ser considerado uma Instituição. E como não amá-lo? 

Ele já faz parte do folclore musical brasileiro. Incentivando as pessoas a se vacinarem ou distribuindo doces no dia de São Cosme Damião, não importa, Zeca Pagodinho representa nossa essência, nossas raízes, nossa musicalidade. 

Por seu jeito boêmio e apaixonado pela vida, vira e mexe o sambista vira meme nas redes sociais. Mas, talvez, nenhum momento de Zeca seja mais inesquecível quanto a vez em que ele foi entrevistado pela Veja Rio, em 2020. 

À época, o músico estava prestes a lançar seu disco novo, o 24º da carreira, após ficar quatro anos longe dos estúdios, e abriu detalhes de sua vida ao falar sobre sua trajetória musical, família e sobre seus vícios e costumes. 

Com o mundo cada vez mais digital, por exemplo, Zeca revelou ter uma enorme aversão a selfies. “As pessoas perderam um pouco a noção. Agora pedem foto até em hospital e enterro, e ainda querem que eu sorria”.

Aliás, a tecnologia como um todo parece não ser muito a praia do sambista de 63 anos. Afinal, o Spotify, plataforma de streaming de música, também é algo que o desagrada.

“Spotify? Não sei nem o que é isso, não sei mexer nessa coisa. Na verdade, eu fiquei chateado porque antes as pessoas viam a capa do disco, tinha a informação de quem produziu, a banda… Agora não tem nada”. 

Preocupado com a saúde, revelou ter superado uma “depressão braba” e que é um frequentador nato dos hospitais: “Faço tudo que é exame. Ninguém me aguenta”.

Tenho de ir, cara. Vou ficar velho de bobeira? Com aquele barrigão? Não dá! Eu me interno duas vezes por ano”, relata. 

Quando não está fazendo exames, Zeca diz que não deixa de cuidar da vaidade, sempre indo ao salão fazer as unhas. “E, quando não estou no médico, estou no salão. Adoro fazer a unha. A Mônica [sua esposa] até brinca, diz que eu faço uma unha por dia, porque todo dia eu vou ao salão. Tenho de ficar elegante”. 

Descartando a tal da 'masculinidade frágil', o sambista afirma que fazer as unhas não é só 'coisa de mulher': “A malandragem também faz unha! Eu me amarro em ficar com a mão bonitona. Vou deixar de ser homem porque coloco uma basezinha? E é alemã, tá? Não fala minha língua, não. Faço o pé também, porque eu gosto de ficar de chinelo”.

Mas o ponto alto da conversa, sem dúvida alguma, foi quando Zeca foi questionado se ainda apostava no Jogo do Bicho. “É claro. Outro dia coloquei 100 reais e ganhei 1.800. Ganho quase toda semana e distribuo o dinheiro pro cozinheiro, pro motorista, pra todo mundo. Já ganhei mais de 10.000 reais num só jogo”.

Questionado, então, se era à favor da liberação da prática, Zeca Pagodinho respondeu em tom de surpresa: “É ilegal?”.