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Matérias / Personagem

Embranquecido e reconhecido apenas no século 21: A saga de Alexandre Dumas

O autor de Os Três Mosqueteiros se inspirou na vida do pai para escrever clássicos da literatura

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 12/09/2021, às 08h00

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O romancista francês Alexandre Dumas - Félix Nadar, via Wikimedia Commons
O romancista francês Alexandre Dumas - Félix Nadar, via Wikimedia Commons

Em 2002, o então presidente da França, Jacques Chirac, foi responsável por um projeto que exumou os restos mortais de Alexandre Dumas da cidade de Villers-Cotterets, onde ele nasceu em 24 de julho de 1802, e os enterrou novamente no Panteão, mausoléu do Estado francês.

O autor das obras clássicas da literatura “Os Três Mosqueteiros” e “O Conde de Monte-Cristo”, entre inúmeras outras, foi colocado em uma cripta ao lado de outros romancistas tão importantes quanto ele, como Victor Hugo, e outras figuras históricas francesas notáveis, como Voltaire.

Foi apenas naquele ano que o escritor recebeu o reconhecimento máximo de seu país natal. Durante a cerimônia que colocou Dumas onde ele sempre deveria ter estado, Chirac reconheceu o motivo que levou a importante figura a não ter sido originalmente enterrada ali: o racismo.

A cripta do autor no Panteão de Paris / Crédito: Ciptur via Wikimedia Commons

Sobre o importante legado do autor, o presidente disse: “Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Bálsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos — contigo, nós sonhamos”.

Desde então, Alexandre Dumas passou a estar no local onde estão sepultados os grandes filósofos e escritores da França. O presidente declarou que o “erro” foi reparado, admitindo o racismo que existiu contra o escritor que pensou a frase "um por todos, todos por um", uma das mais brilhantes da literatura.

Embora fosse negro, o autor foi representado inúmeras vezes como um homem branco; algo que já aconteceu e continua acontecendo com figuras históricas negras. Em pinturas, desenhos e até mesmo no cinema: “L'Autre Dumas” (O Outro Dumas), de 2010, chamou o ator Gérard Depardieu, loiro de olhos azuis, para interpretar o romancista francês. 

Bem mais que ficção

As histórias de Alexandre inspiraram e continuam tendo impacto em pessoas de diferentes períodos. Ele nasceu em 1802, em Aisne, região próxima a Paris, mas seus contos chegaram ao século 21 e em regiões que nem poderia imaginar. 

Muitas dessas narrativas, porém, não eram somente imaginadas. Ao longo dos séculos, historiadores e pesquisadores da obra e vida do autor chegaram à conclusão de que ele se inspirou na trajetória de vida do pai para escrever muitas de suas histórias que cativaram o público por tanto tempo.

Thomas-Alexandre Dumas foi filho de um marquês branco e uma escrava, nascido no Haiti e até mesmo vendido como escravo na infância. Depois disso, conseguiu voltar para o pai e ao entrar para o Exército francês, onde se tornou um grande general que lutou na Itália e no Egito, liderando mais de 50 mil soldados durante as batalhas. 

O pai de Alexandre, general Thomas-Alexandre Dumas / Crédito: Olivier Pichat/Musée Alexandre Dumas via Wikimedia Commons

O autor seria o terceiro filho do general, que desistiu da vida militar e casou-se com Marie-Louise-Elizabeth Labouret, como relata o UOL.

Com a morte do pai, a mãe passou a ter dificuldade de criá-lo devido ao pouco dinheiro. Ainda que sem educação formal, Alexandre conseguiu aprender a ler e escrever quase que de maneira autodidata. 

Com orgulho da trajetória do pai, ele traria as histórias de aventura e ação que imaginava para um renomado general do Exército francês e se inspiraria na bravura para criar suas obras que se tornaram clássicas.

Ele faleceu em 5 de dezembro de 1870, aos 68 anos, devido a um acidente vascular cerebral. Embora apenas no século 21, o escritor negro teve seu talento e legado finalmente reconhecido por seu país natal. 


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