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Matérias / Bizarro

Enganou até historiadores: A bizarra múmia de papel machê de Mississippi

Com uma estrutura composta por madeira, pregos, ossos de animais e jornais, o corpo revelou uma curiosa história

Wallacy Ferrari Publicado em 19/09/2020, às 10h00

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Fotografia da múmia no Museu do Antigo Capitólio no Mississipi - Divulgação
Fotografia da múmia no Museu do Antigo Capitólio no Mississipi - Divulgação

Um dos tesouros mais valiosos para a carreira de um arqueólogo pode ser uma múmia. Com preservação dificultada pelo processo natural do ser humano de decomposição, a conservação de traços corporais se torna ainda mais chamativo quando encontrada num ótimo estado.

Quando uma múmia consegue manter o máximo de traços possíveis e representar um período de importância histórica, é a garantia de um bom achado; no início do século 20, os pesquisadores do Mississippi Department of Archives and History acreditavam que que tinham um tesouro valioso em mãos.

Com a informação de que a mesma estava conservada por processos intencionais e preservada no Egito, a equipe recebeu uma múmia acompanhada de uma série de artefatos antigos, como utensílios da época e ornamentos funerários. Após uma rápida análise com os equipamentos disponíveis na época, o órgão público concluiu que não havia problemas com as peças, levando a múmia para um museu.

Fotografia em plano detalhe da múmia de MIssissipi / Crédito: Divulgação

Atração principal

Por mais de 40 anos, a figura compôs o acervo do Old Capitol Museum entre as décadas de 1930, 1940 e 1950 sem problemas, sendo uma das mais requisitadas atrações da exposição fixa. Em entrevista ao Jackson Free Press, o diretor do museu, Clay Williams, relatou aficionados ao símbolo egípcio: "Já ouvi pessoas me contando histórias sobre como costumavam ir visitar a múmia todos os domingos depois da igreja".

Visto que já tinha uma história atribuída a origem do corpo, foram poucas as ocasiões de alteração na múmia; a mesma era apenas higienizada, de maneira que sua poeira fosse retirada de tempos em tempos. Com o advento de novas tecnologias, no entanto, um leque de possibilidades foi aberto para exames na múmia.

Então estudante de medicina no Centro Médico da Universidade de Mississippi, Gentry Yeatman manifestou interesse em testar os aparelhos da instituição na famosa múmia da região. Após meses de solicitações para realizar o trâmite do corpo, o rapaz teve acesso ao corpo da múmia em 1967. A surpresa, no entanto, foi bem mais cômica do que o planejado.

Raio-x mostra que formação de papel machê com pregos / Crédito: Divulgação

Quando obteve acesso ao corpo, Gentry já manifestou desconfiança em relação a origem; as características da mumificação pareciam improvisadas, chamando a atenção do pesquisador por pedaços de jornais que estavam se desprendendo das costas. Intrigado, decidiu fazer um raio-X com o cadáver. As imagens revelaram que tratava-se de uma falsificação bizarra.

Com papel machê, a peça foi confeccionada em uma estrutura de madeira simulando um esqueleto humano com pregos, além de conter ossos de animais nas partes expostas. Os jornais, usados como enchimento, tinham escritas em alemão e estavam datados de 1898. Com isso, o jovem devolveu a estrutura ao órgão, que concluiu a falsificação, feita na Alemanha no final do século 19.

Apesar da gafe do museu, a atenção obtida com o erro resultou em um acréscimo nas vendas de ingresso para a visualização da múmia falsa, posteriormente renomeada como “Dummy Mummy” (“múmia-boneco”, em tradução livre). A múmia foi retirada do acervo fixo, mas reúne uma multidão de moradores anualmente, quando é recolocada por apenas um dia de outubro para visitação durante a feita ‘State Fair’, no Mississipi.


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