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Matérias / Segunda Guerra

O que aconteceu com Enola Gay, o avião que lançou a bomba de Hiroshima?

Mesmo desativada, a aeronave foi alvo de discussões e polêmicas em relação a memória da Segunda Guerra Mundial

Maria Fernanda Ziegler e Wallacy Ferrari Publicado em 06/08/2020, às 08h00

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Ilustração do avião Enola Gay sobrevoando Hiroshima - Arquivo Aventuras
Ilustração do avião Enola Gay sobrevoando Hiroshima - Arquivo Aventuras

Às 8h15 do dia 6 de agosto de 1945, um clarão silencioso subiu aos céus da cidade de Hiroshima, no Japão. Pelo menos 100 mil pessoas morreram no primeiro ataque a bomba atômica da história, uma tragédia que provocou formas inéditas e terríveis de sofrimento e marcou o fim da Segunda Guerra.

A bomba de urânio 235, intitulada Little Boy, custou 2 bilhões de dólares em pesquisa e nunca havia sido testada. Ela foi lançada do bombardeiro americano B-29 número de série 44-86292, avião escolhido dois meses antes pelo coronel Paul Tibbets, que o pilotou no dia do ataque. O oficial batizou a aeronave de Enola Gay, nome de sua mãe, uma dona-de-casa da Flórida.

O avião decolou às 2h45 da base aérea de Tinian, uma ilha a 2 400 quilômetros do Japão, e às 14h58 já estava de volta. No dia 9 de agosto, o Enola Gay serviu de avião de apoio no ataque a Nagasaki e, no ano seguinte, Tibbets o levou a Kwajalein, um atol nas Ilhas Marshall que servia de base de testes de bombas atômicas nos anos 40 e 50.

Em 6 de novembro de 1945, o avião Enola Gay retornava ao seu país de origem, se instalando na base 509° no Campo Aéreo do Exército de Roswell, dois dias depois da chegada. Por lá, ficaria à disposição dos militares até 24 de julho de 1946. Nesse período de oito meses, o avião ainda foi utilizado em testes de armas nucleares para a operação Crossroads até a desativação.

Enola guardado

Devido a seu valor histórico, o governo decidiu preservar o Enola Gay; sendo levado para a Base da Força Aérea Davis-Monthan, em Tucson, no Arizona, para receber os preparativos para ser armazenado. Por se tratar de um avião grande e de interesse nacional, foi deslocado por bases aéreas na Califórnia, Texas e Maryland durante 24 anos, tanto por problemas de espaço, quanto pela manutenção.

Fotografia do Enola Gay estacionado em uma pista de pouso / Crédito: Domínio Público

Em certa ocasião, no início da década de 1960, caçadores de antiguidades invadiram a base — visto que o avião ficava ao ar livre pela necessidade de armazenar os aviões ativos em hangares — e teve peças roubadas. Aberto e exposto, foi tomado por insetos. Preocupados com o futuro do veículo, membros da Smithsonian Institution desmontaram a aeronave e a deslocou em definitivo para a organização, até que um local em definitivo fosse reservado.

O avião ficou intacto durante anos, chegando a ser alvo de um lobby de ex-militares da base 509° para ser devolvido, porém, com Walter J. Boyne assumindo a diretoria do Museu Nacional Aeroespacial, em 1983, o projeto de restauração da aeronave se tornou uma prioridade, sendo iniciado no ano seguinte.

Exposição polêmica

A restauração do avião de bombardeio iniciou em dezembro de 1984 e até mesmo o motor foi restaurado, possibilitando um possível voo de exibição. A conclusão de sua fuselagem foi em 1995, justamente em uma data de importância relacionada ao veículo: os 50 anos do bombardeio atômico de Hiroshima. Para comemorar, uma mostra foi promovida pelo museu.

A exposição irritou grupos pacifistas americanos e japoneses por não chamar atenção para os horrores causados pela bomba atômica. Mesmo criticada pela imprensa, a mostra durou até 1998, sendo posteriormente devolvida para a Garber Facility, empresa de manutenção da nave, para ajustes e restauração total. Estima-se que a restauração da aeronave acumulou mais de 300 mil horas de trabalho manual.

Em 2003, o Enola Gay ganhou uma nova casa; o Centro Steven F. Udvar-Hazy, que abriga uma filial do Museu Nacional Aeroespacial em Chantilly, na Virginia. Com a montagem concluída em abril do mesmo ano, a aeronave B-29 da Boeing está exposta desde a inauguração da nova filial, sendo habilitada periodicamente para visitação por todos os anos.


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