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Matérias / Personagem

A saga de Julian Assange, o jornalista que vazou documentos sigilosos das Forças Armadas dos EUA

O ativista australiano foi acusado de espionagem após divulgar arquivos sigilosos do país em 2010 e teve sua extradição aos EUA negada nesta segunda

Isabela Barreiros Publicado em 04/01/2021, às 16h07 - Atualizado às 16h30

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Julian Assange em 2010 - Wikimedia Commons
Julian Assange em 2010 - Wikimedia Commons

Nesta segunda-feira, 4, Julian Assange, o jornalista australiano fundador do WikiLeaks, teve sua extradição para os Estados Unidos negada pela juíza britânica Vanessa Baraitser, segundo o G1. A solicitação foi feita pelo governo dos EUA após o ativista publicar documentos secretos do país.

Em meados de 2010 que o homem foi acusado de espionagem, com a divulgação de centenas de milhares de arquivos sigilosos da força militar estadunidense. A maioria dos documentos retratava situações polêmicas vividas pelo país — um vídeo divulgado mostrava, inclusive, um helicóptero de combate dos EUA atirando contra civis no Iraque em 2007 .

Aquele episódio foi responsável por inúmeras mortes em Bagdá, como a de dois jornalistas da agência britânica de notícias Reuters. Mas ele não foi o único que causou controvérsias sobre a atuação dos Estados Unidos durante conflitos e fora deles: relatos de atos de tortura, por exemplo, também foram publicados por Assange.

Com o vazamento dos documentos secretos, ele foi denunciado por promotores norte-americanos e enfrenta acusações por 18 crimes. Sua principal incriminação é a de ter conspirado para hackear bancos de dados militares no país com o intuito de obter informações confidenciais. 

Protestos pedindo pela libertação de Assange, em dezembro de 2010 / Crédito: Wikimedia Commons

Os arquivos obtidos pelo jornalista estavam ligados principalmente às guerras do Afeganistão e do Iraque, e, depois de coletados, foram publicados no site WikiLeaks. O portal G1 informou que, segundo o ativista, as informações divulgadas por ele expunham os abusos cometidos pelas forças militares estadunidenses.

No total, caso seja culpado por todas as acusações, o jornalista pode ser condenado a até 175 anos de prisão, mas o governo dos EUA acredita que ele provavelmente permaneceria preso por quatro a seis anos.

Preso na penitenciária de Belmarsh, em Londres, ele passou por uma situação complexa antes de ser detido.

No final de 2010, Assange foi acusado de agressão sexual pela Suécia, que emitiu um mandato de prisão internacional.

O australiano, na época, alegou que aquela situação serviria de pretexto para que ele fosse extraditado para os Estados Unidos, que já estavam buscando pelo homem após a divulgação dos documentos.

Quebrando o acordo de fiança, ele fugiu e se refugiou na embaixada do Equador em Londres por sete anos. O caso acabou sendo arquivado com o tempo, mas o fato de ele ter se escondido fez com que o jornalista fosse preso em abril de 2019, ficando 50 semanas por trás das grades.

Atualmente

Crédito: Wikimedia Commons

O governo dos Estados Unidos pediu a extradição de Assange para o país, que foi negada hoje pela Justiça britânica. A juíza responsável afirmou que o motivo principal para isso é a saúde do homem. “A impressão geral é de um homem deprimido e às vezes desesperado, temeroso por seu futuro”, disse.

"Confrontada com as condições de isolamento quase total sem os fatores de proteção que limitaram seu risco no HMP Belmarsh (prisão de segurança máxima em Londres), estou convencida de que os procedimentos descritos pelos EUA não impedirão o Sr. Assange de encontrar uma maneira de cometer suicídio e por esta razão decidi que a extradição seria opressiva por motivo de dano mental e ordeno seu arquivamento”, afirmou.

Os EUA têm 14 dias para apresentar um recurso contra a decisão e o governo já disse que irá recorrer. Para a defesa do jornalista, o caso tem motivação política e que ele não será julgado de forma justa no país porque querem usá-lo como exemplo na "guerra contra os jornalistas investigativos".


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