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Matérias / Personagem

Acusações de supremacismo branco: O lado B de Churchill

Visto por muitos como herói, a figura do ex-primeiro-ministro britânico passa por um revisionismo e gera controvérsia no Reino Unido

Alana Sousa Publicado em 17/04/2021, às 12h00

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Uma das fotos mais famosas de Winston Churchill - Wikimedia Commons
Uma das fotos mais famosas de Winston Churchill - Wikimedia Commons

A Segunda Guerra trouxe a tona alguns dos piores nomes da humanidade, como Adolf Hitler e Benito Mussolini, embora tenha revelado também lideranças fortes que se consagraram pelas políticas aplicadas contra a Alemanha Nazista, como Winston Churchill.

O ex-primeiro ministro britânico combateu o nazismo com dureza, sendo considerado por muitos um dos mais relevantes políticos da história da Inglaterra. Uma das provas de sua reputação respeitada foi mostrada por uma enquete da BBC em 2002, na qual ele foi eleito o maior britânico que já viveu.

É inegável que os esforços de Churchill foram de profunda importância para derrotar o Führer, ainda assim, seria possível apagar seu legado controverso? O conservador Daniel Finkelstein, fez uma declaração um tanto quanto contraditória quando escreveu no The Times.

Os líderes Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Josef Stalin / Crédito: Wikimedia Commons

“Se não fosse por Winston Churchill, eu não estaria vivo. E isso não é uma declaração romanceada. Apesar do fato do primeiro-ministro dos tempos de guerra ter sido um supremacista branco, suas qualidades superam muito seus defeitos.”

Chamado por muitos de supremacista branco, racista e financiador de um massacre em massa, a figura de Churchill enfrenta hoje um revisionismo contemporâneo que já não permite que suas boas façanhas apaguem da História o seu lado bárbaro.

O lado B de Churchill

Owen Jones, colunista do The Guardian, é um dos que defendem a revisão sobre o legado do ex-primeiro-ministro. “Já passou da hora de um debate não apenas sobre Winston Churchill, mas sobre o Império Britânico”. E acrescenta que “nós nunca nos entenderemos - muito menos o mundo - ou seremos capazes de ter uma discussão aberta sobre política externa britânica ou racismo, se não fizermos isso”.

Na internet, o debate é ainda mais feroz. Lembranças da atuação do político em situações caóticas na então colônia britânica, a Índia, são revividas por internautas. Entre as muitas maneiras para descrever Churchill, uma se destaca: “supremacista branco”.

Fila de famintos esperando por sopa em Calcutá / Crédito: Getty Images

Em janeiro de 2019, um membro do Parlamento da Escócia chamou o falecido político de “assassino em massa”. A acusação faz alusão a Grande Fome, que matou entre 3 e 4,5 milhões de pessoas em Bengala, no ano de 1943.

Especialistas, como Vimal Mishra, confirmaram em 2020 que apesar da região ser conhecida pelo clima rigoroso, as chuvas estavam acima da média no período de guerra, fazendo com que as políticas de Churchill se tornassem as principais responsáveis pela falta de alimento. As prioridades da comida eram os soldados que serviam no conflito, deixando o povo de lado.

Além do descaso com a colônia, Winston frequentemente se referia aos indianos como uma raça inferior aos brancos. O inglês chegou a afirmar para Leopold Amery, que os indianos “são pessoas horríveis com uma religião horrível”, conforme repercutiu o G1, em 2019.

Não eram raras as ocasiões em que Churchill falava dos brancos como a “raça de alto nível”, e culpava a população da Índia pela escassez de comida. Ainda assim, Richard Toye, autor da obra ‘O Império de Churchill’, diz que diferente de Hitler, as falas do britânico “não quer dizer que ele necessariamente achava ok tratar pessoas não-brancas de maneira desumana”.

O político britânico Winston Churchill / Crédito: Getty Images

Para muitos, as afirmações são o suficiente para diminuir o culto à personalidade de Churchill. No início de 2020, durante manifestações antirracistas em Londres, uma estátua do político foi depredada, com pichações em cima de seu nome dizendo “era um racista”.

Com admiradores do ex-primeiro-ministro afirmando que tudo não passa de uma tentativa de sujar um importante nome do Reino Unido, alguns estudiosos apoiam a tese e falam em anacronismo. A questão que ainda paira no ar está longe de ser resolvida: Churchill deveria estar isento de qualquer questionamento?


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