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Matérias / África

Epidemia de Ebola em Guiné pode ter sido desencadeada por paciente infectado há 5 anos

Em janeiro deste ano, Guiné registrou novos casos da doença. Deste então, 18 pessoas foram infectadas — sendo que 9 delas morreram

Fabio Previdelli Publicado em 17/03/2021, às 15h44

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Crise de ebola na África - Divulgação/ UNICEF/UNMEER/ Martine Perret
Crise de ebola na África - Divulgação/ UNICEF/UNMEER/ Martine Perret

Atualmente, Guiné, na África, vem enfrentando outro vírus perturbador além do Sars-Cov-2, responsável pelo novo coronavírus. Por lá, um surto de ebola já infectou 18 pessoas, matando 9 delas — desde que casos foram identificados, em janeiro deste ano, conforme aponta matéria da Superinteressante. 

Além de Guiné, o Congo, nação vizinha, também sofre casos da doença, que já vitimou outras 4 pessoas em sua fronteira. Inicialmente, os cientistas imaginavam que o surto surgiu por uma contaminação de origem animal.

Mas uma série de estudos preliminares, divulgados no portal Virological.org, mostra que a infecção poderia ter acontecido por um paciente curado, que se infectou da primeira vez que o ebola assolou o continente, há mais de 5 anos. Entenda! 

O primeiro surto de Ebola na África 

Entre 2013 e 2016, a África Ocidental enfrentou o maior surto de ebola do mundo, conforme explica matéria da Veja Saúde. Os casos começaram na cidade de Nzerekire, em Guiné. Pesquisas sugerem que o vírus tenha sido 'passado' de morcegos para seres humanos, como aponta matéria da Super.

Hospital Kenema, Serra Leoa, que recebeu infectados com ebola/ Crédito: Wikimedia Commons

Por ser uma região próxima às movimentadas fronteiras, o vírus se espalhou com facilidade e infectou mais de 28 mil pessoas, vitimando, ao menos, 11.300 delas — sendo a maior parte dos casos confirmados na Libéria e na Serra Leoa, além da própria Guiné, segundo a Veja. 

Surtos posteriores e casos recentes 

Em junho de 2020, a República Democrática do Congo anunciou que o país havia registrado casos do ebola. Porém, a situação acabou sendo controlada. Na ocasião, o governo local e a Organização Mundial da Saúde tomaram medidas preventivas que ajudaram a evitar a disseminação do vírus, explica matéria publicada na Veja.

Porém, em janeiro deste ano, um novo surto atingiu a África, novamente em Guiné. Os casos começaram quando sete pacientes apresentaram sintomas da doença, como diarreia, vômitos e sangramentos. Eles participaram de um velório na subprefeitura de Goueke. 

O enterro era de uma enfermeira que trabalhava em um centro de saúde local, que faleceu após ser acometida com uma doença ainda não especificada. Ela chegou a ser transferida para tratamento em Nzerekore, que fica próxima as fronteiras com a Libéria e a Costa do Marfim.  

Funcionários da OMS se preparam para ir para a enfermaria de Ebola na Nigéria, em 2014/ Crédito: Wikimedia Commons

“Diante desta situação e de acordo com os regulamentos internacionais de saúde, o governo da Guiné declara uma epidemia de ebola”, declarou o ministro da Saúde, Remy Lamah, por meio de comunicado oficial, conforme repercutiu matéria da Veja. 

A contaminação por ebola  

Até então, sabe-se que o vírus pode ser espalhado no organismo de alguém por duas maneiras: a ingestão de carne contaminada (sendo que os morcegos são seus principais hospedeiros); ou quando uma pessoa entra em contado com o fluído corporal de outro infectado (como sangue, muco, saliva, fezes, suor, sêmen, entre outros), segundo explica matéria da Veja.

O vírus, do gênero Ebolavirus, pode atingir a letalidade de até 90%, dependendo do cenário. Por ter sinais tão severos, a identificação de casos fica mais fácil, o que ajuda a evitar a contaminação dos demais, visto que a separação do resto da população minimiza o risco de transmissão. Segundo o Médicos sem Fronteiras, não há um tratamento específico para o ebola. 

O que diz os novos estudos? 

Uma série de estudos preliminares, divulgados no portal Virological.org, aponta que, ao contrário dos os cientistas imaginavam, essas novas infecções podem não ter acontecido por contato humano com um animal infectado, mas sim através de um paciente humano já curado. 

Nos estudos, os pesquisadores sequenciaram o genoma do vírus que atingiu atualmente a Guiné e a compararam com a da primeira epidemia, para saber como o vírus se mutou durante esse tempo.

Ala de quarentena no Uganda, durante o surto de outubro de 2000/ Crédito: Wikimedia Commons

Porém, para a surpresa deles, as semelhanças genéticas sugerem que o patógeno que causa a atual onda de infeções possa estar “incubado” em um paciente humano — que se infectou da primeira vez que o ebola assolou o continente, há mais de 5 anos. 

Isso significa que, ao invés do vírus sofrer mutações e ser transmitido por um morcego, como ocorreu da primeira vez, ele pode ter sido transmitido por uma cepa que parasita humanos desde 2014. A contaminação teria ocorrido após o vírus “incubado” ter sido passado para um novo hospedeiro através de relações sexuais, por meio do sêmen.  

Um estudo anterior, publicado no periódico científico Nature em 27 de janeiro deste ano, mostra que o vírus do ebola pode permanecer no corpo de um paciente curado por anos. Porém, vale ressaltar, que ainda não há evidências que o vírus continue criando novas cópias de si mesmo durante esse período.  

Até onde se sabe, conforme aponta uma matéria do The New York Times, o máximo que um vírus sobreviveu em um humano foi por 500 dias. 


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