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Matérias / Curiosidades

Epidemia de Vampirismo: A doença que aterrorizou o século 18

“Com espanto, vi um pouco de sangue fresco em sua boca, que – de acordo com os relatos – havia sido sugado das pessoas mortas por ele”, diz citação da época

Fabio Previdelli Publicado em 03/05/2021, às 17h00

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Imagem ilustrativa de um vampiro - Pixabay
Imagem ilustrativa de um vampiro - Pixabay

Dentes afiados, inimigos do sol e adoradores de sangue humano. É dessa maneira que, durante décadas, os vampiros se popularizaram no nosso imaginário popular. A história é tão disseminada que, ainda hoje, filmes, livros, séries e outras produções com a temática continuam cativando um público cada vez maior.  

Uma das primeiras grandes obras que aborda a temática é o livro “Drácula”, publicado em 1897 pelo escritor Bram Stoker. Porém, o que poucos sabem, é que o assunto não era tão novidade assim naquela época, afinal, os vampiros já eram ‘conhecidos’ há pelo menos 170 anos. 

O vampirismo nasce 

No início do século 18, mais precisamente no ano de 1725, um relatório médico de um profissional de saúde do exército do Sacro Império Romano-Germânico introduziu a palavra pela primeira vez, conforme explica matéria da BBC. 

Antes disso, porém, diversas culturas já tinham histórias de bruxas, monstros, fantasmas e demônios em seu imaginário popular. Quando o Áustria anexou grandes extensões da Sérvia ao seu território, por exemplo, depois de vitórias contra o Império Otomano em Petrovaradin (1716) e o Cerco de Belgrado (1717), os austríacos já haviam escutado relatos de criaturas anormais que nunca haviam ouvido falar anteriormente.  

Para se ter uma ideia, a pequena vila de Kisilova viveu um período de oito dias no qual nove pessoas morreram de uma maneira um tanto quanto curiosa: elas, supostamente, haviam sido visitadas no calar da noite por Petar Blagojević. O rapaz teria não só mordido as vítimas como também sugado o sangue delas. A grande questão é que Petar já havia sido enterrado há 10 semanas. 

Com tudo isso, os moradores pediram para que as autoridades locais exumassem o corpo do suposto vampiro. Todo esse processo foi acompanhado pelo superintendente Frambold. Depois de realizado tudo isso, ele escreveu um relatório que foi enviado para Viena, onde teria escrito a palavra pela priemira vez. 

"O rosto, as mãos e os pés, e todo o corpo estavam tão bem constituídos, que não poderiam ter estado mais completos em sua vida. Com espanto, vi um pouco de sangue fresco em sua boca, que — de acordo com os relatos — havia sido sugado das pessoas mortas por ele... assim, ao ser perfurado, um monte de sangue, completamente fresco, também jorrou de seus ouvidos e boca, e aconteceram outras manifestações que não descrevo por respeito”, regata a matéria da BBC, que ainda afirma que, como era costume naquela região na época, o corpo de Petar teve uma estaca cravada no coração e depois foi incinerado.  

Vampiros em massa 

O caso foi noticiado por um jornal de Viena e, logo depois, diversos outros relatos começaram a surgir na região. Tudo aquilo parece ter desencadeado uma imensa epidemia de vampiros pela Europa Ocidental nos anos seguintes.  

A preocupação era tamanha, que o imperador pediu para que cirurgiões militares investigassem o que estava acontecendo. Eles também estavam autorizados a fazeren autópsias nos mortos. Para a surpresa do grupo, muitos casos mostravam uma enorme consistência de fatores.  

Com isso, vários artigos e livros foram publicados por profissionais da área médica. O ‘vampirismo’ passou a ser tão popular que a condição passou a ter diversas testemunhas, que conheciam um grande número de pessoas que tinham sintomas como pele rosada, corpo volumoso, sangue ao redor da boca — por terem se “alimentado” de vítimas — e correndo em suas veias e vísceras.  

O que realmente aconteceu? 

Ainda hoje, não há uma explicação clara sobre o que realmente aconteceu. Porém, podemos dizer que não tem nada relacionado aos vampiros de fato. Segundo a BBC, uma das principais possibilidades levantada pelos pesquisadores é que tudo isso aconteceu por um grande fenômeno ocasionado por traumas e decepções. 

Há ainda quem acredite que isso se deu por conta do uso acidental de drogas que causavam enormes alucinações ou também por conta de doenças altamente contagiosas.

Outra teoria bem difundida é que a terra onde os corpos eram enterrados poderia ter a presença de substâncias químicas incomuns, o que poderia afetar a decomposição do corpo.  

Falando em decomposição, o processo de putrefação dos corpos não era algo conhecido ou estudado na época, explica a BBC, que cita que eles eram uma grande fonte de contaminação.

Por isso, o que poderia estar acontecendo é que os corpos só estavam se decompondo normalmente, já que os legistas da época apontavam algumas características comuns que conhecemos hoje em dia.  

Um exemplo disso é o estado de rigor mortis, uma mudança bioquímica que causa o endurecimento dos músculos de uma pessoa morta, mas que passa depois de um tempo, assim, essa flexibilidade poderia surpreender quem desenterrasse uma pessoa tempos depois.  

Além disso, alguns cadáveres podem sofrer com a coagulação do sangue, que também se liquefaz com o passar do tempo. Assim, gases que aumentam a pressão do abdômen, que força os pulmões para cima, podem fazer que tecidos em decomposição ‘vazem’ pela boca ou pelas narinas.


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