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Matérias / Personagem

Mary Anning, a caçadora de fósseis que foi esnobada pela sociedade do século 19

Ainda que a paleontóloga tenha sido responsável por fazer diversas descobertas que revolucionaram a ciência, em vida foi completamente desvalorizada

Victória Gearini Publicado em 05/03/2021, às 13h00

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Pintura de Mary Anning, a caçadora de fósseis - Wikimedia Commons
Pintura de Mary Anning, a caçadora de fósseis - Wikimedia Commons

Ainda criança, a britânica Mary Anning já ajudava o seu pai, Richard, a vender fósseis que encontrava na costa britânica do país. Entretanto, após a morte do patriarca, a garota de apenas 11 anos e o irmão, Joseph, assumiram os negócios, que lhe renderam grandes descobertas. 

Nascida em 1799, em Lyme Regis, na Inglaterra, Mary Anning sempre ajudou o pai a comercializar os fósseis que ele escava. Após a morte do patriarca, a menina e o irmão assumiram as escavações. Era um trabalho promissor.

Tanto que certo dia encontraram o fóssil de uma criatura marinha de aproximadamente cinco metros de comprimento. Um grande marco para a dupla quando avaliamos o período.

Da categoria de répteis Ichthyosaurus, a criatura pré-histórica teria vivido da era geológica Triássico Superior ao Jurássico Inferior. Após esta descoberta, outras vieram, como fósseis de Plesiosaurias e de Pterossauros.

Na época, as descobertas de Anning foram fundamentais para compreender a extinção de determinadas criaturas. O naturalista Georges Cuvier, defendeu, ainda, a ideia evolutiva das espécies, isto é, o especialista acreditava que muitos animais teriam desaparecido no passado.

Fóssil de um Ichthyosaurus / Crédito: Wikimedia Commons

Em entrevista ao periódico britânico The Guardian, em 2019, o especialista em dinossauros do Museu de História Natural de Londres, Paul Barret, disse que na época as descobertas escandalizaram a sociedade cristã, pois mostrava que nem todas as criações divinas eram “perfeitas”.

“Foi controverso porque implicava que nem todas as criações de Deus eram perfeitas. Algumas eram fadadas ao fracasso”, explicou Paul Barret ao periódico britânico The Guardian.  

Obstáculos

Embora as descobertas de Anning tenham sido extremamente importantes e revolucionárias, o fato de ser uma mulher pobre, criada em uma família nada conformista, a impediram de atingir o sucesso na época.

Durante anos diversos cientistas homens utilizaram seu trabalho como referência, mas sem citá-la em boa parte das pesquisas. Além disso, Anning foi proibida de frequentar encontros científicos — embora a Sociedade Geológica discutisse as suas descobertas. 

De acordo com Paul Barret, o fato da paleontóloga ter uma condição financeira inferior foi motivo para que muitas portas se fechassem. “Fósseis eram coletados e estudados por ricos cirurgiões ou vigários que tinham muito tempo em mãos”, explicou o especialista ao The Guardian.

Kate Winslet no filme Ammonite, interpretando Mary Anning / Crédito: Divulgação / Lionsgate / Transmission Films

O legado

Apesar de todos os obstáculos, preconceitos e contratempos que Anning enfrentou ao longo de sua vida, a caçadora de fósseis descobriu diversas particularidades geográficas no local onde vivia, que ficou conhecido como Costa Jurássica de Dorset. 

Graças aos estudos de Anning, acredita-se que a região foi coberta pelo mar há milhares de anos. No local, viviam répteis gigantes que caçavam lulas e uma variedade de peixes. Em decorrência da atividade tectônica da Terra, os fósseis destes animais puderam ser encontrados anos mais tarde. 

Com o passar do tempo, Anning adquiriu um vasto conhecimento anatômico de criaturas marinhas, chegando a trocar correspondências com especialistas no assunto, entre eles o renomado geólogo William Buckland.

Infelizmente a paleontóloga veio a falacer no dia 9 de março de 1847, aos 47 anos, em decorrência de um câncer de mama. Na época, a Sociedade Geológica levantou dinheiro para ajudar Anning e contribuiu, ainda, para construção de um vitral em sua homenagem, que foi inaugurado em 1850.

Séculos após sua morte, a paleontóloga foi reconhecida pelo seu brilhante trabalho, sendo interpretada por Kate Winslet no filme Ammonite (2020), que retrata a trajetória da pesquisadora.


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