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Matérias / Pânico

Pânico: Clássico slasher foi inspirado pelos crimes do Estripador de Gainesville

Em apenas três noites, Danny Rolling assassinou brutalmente cinco estudantes da Universidade da Flórida, em 1990

Caio Tortamano/ Atualizado por Fabio Previdelli Publicado em 22/03/2020, às 09h00 - Atualizado em 09/03/2023, às 11h30

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Cena do filme "Pânico" de 1996 - Divulgação / Paramount Studios
Cena do filme "Pânico" de 1996 - Divulgação / Paramount Studios

Nesta quinta-feira, 9, estreia nos cinemas brasileiros o sexto filme da franquia Pânico, criada por Kevin Williamson e Wes Craven. Terror no melhor estilo slasher, a série já arrecadou mais de 600 milhões de dólares em bilheterias do mundo todo.

+ Como a máscara do Ghostface, de ‘Pânico’, foi escolhida?

No longa original, de 1996, conhecemos a história de um serial killer fanático por filmes de terror que decide atacar pessoas de uma pequena e pacata cidade do interior da Califórnia.

Entretanto, o que poucos sabem, é que a narrativa é baseada em uma brutal história real. Conheça os crimes de Danny Rolling, que perturbaram uma cidade estudantil da Universidade da Flórida.

O verdadeiro serial Killer

Nascido de uma família desestruturada, Danny Rolling, filho do veterano de guerra, sofria com os abusos do pai. Em seu primeiro ano de vida, apanhava do genitor por, supostamente, não engatinhar direito, aponta o próprio assassino em 'The Making of a Serial Killer: The Real Story of the Gainesville Student Murders in the Killer's Own Words'.

É de se imaginar que a violência com ele tenha diminuído depois que seu irmão mais novo, Kevin, nasceu. Mera ilusão. Fruto de uma gravidez acidental, a raiva que o pai sentia só aumentou, e o garoto continuou apanhando, agora mais vezes.

Sua mãe, Claudia, era mais uma das vítimas do pai. Tentando tirar a própria vida com um corte nos pulsos, foi hospitalizada e conseguiu se distanciar minimamente do marido, que também abusava dela.

A juventude de Danny — como pode se imaginar — foi extremamente complicada. Ele até tentava usar a música como refúgio, mas suas habilidades vocais e na guitarra não o tiraram do caminho da bebida e das drogas. Sempre fugindo de sua família e do passado, tentou engatar uma carreira militar, que teve fim quando foi flagrado enquanto se entupia de alucinógenos.

A saída encontrada foi tentar se casar e levar uma vida normal que pudesse alterar os ares de sua vida. O que também não deu certo. Depois de uma discussão acalorada com sua esposa, Danny, com somente 23 anos, ameaçou matar a mulher, o que levou ela a pedir um divórcio.

Ele passou a realizar furtos e roubos e foi parar na cadeia uma inúmeras vezes, fugindo em várias oportunidades, aponta o The Cinemaholic.

A mente perturbada de Rolling acaba cada vez mais com a sua vida. O maior surto que teve, na época, foi depois de sua demissão. Por conta do ocorrido, ele matou seu ex-chefe, a filha, e o sobrinho dela, que tinha apenas 8 anos. 

Em 1990, tentou acertar as contas com o seu pai, e atirou duas vezes nele com uma espingarda, continua o The Cinemaholic. Incrivelmente, o homem sobreviveu, embora tenha perdido uma orelha e um olho. O filho maníaco fugiu de Louisiana, sua terra natal, para viver com o nome falso de Michael Kennedy Jr., na Flórida. Lá, o homem se tornaria conhecido pelo resto de sua vida. 

Crimes sádicos 

A cidade de Gainesville sofreu com uma onda de assassinatos sádicos. Em apenas três noites, Danny Rolling assassinou cinco estudantes Universidade da Flórida. Os dois primeiros alvos foram a dupla Sonja Larson e Christina Powell, na sexta-feira de 25 de agosto de 1990. As jovens tinham 18 e 17 anos, respectivamente. 

As duas moravam juntas e Danny teria perseguido as jovens após avistá-las em uma caminhada normal. Invadindo o apartamento, o assassino amarrou as garotas e as amordaçou com fita isolante. Sonja foi estuprada, esfaqueada e morta. Christina teve um destino tão cruel quanto. Rolling ainda teve tempo de colocar o corpo das jovens em posições sexualmente sugestivas, aponta a Cosmopolitan. 

No dia posterior, mais uma vítima: Christa Hoyt, de 18 anos. Com essa, Rollingviolou o cadáver dela e, com uma faca, arrancou seu mamilo. Para ele, era uma espécie de recompensa e souvenir. O cenário brutal ainda continha a cabeça da jovem em uma prateleira para que ela 'olhasse' para seu próprio corpo morto.

O impacto na comunidade local foi imediato. Muitos alunos pararam de frequentar as aulas da Universidade da Flórida, e as pessoas passaram a andar em grupos. As que não se agrupavam, andavam com um taco de beisebol para se proteger.

As vítimas de Danny Rolling/ Crédito: Reprodução

O conhecimento militar que Danny aprendeu com o seu pai foi fundamental para atrapalhar as investigações das autoridades. O psicopata usava solventes em seu sêmen para não ser reconhecido. E como consequência, conseguiu vitimar outros jovens.

Seus próximos alvos seriam Tracey Paules e Manuel Taboada, ambos de 23 anos. Dessa vez, entretanto, não mutilou nenhum deles. Mas foi o suficiente para causar o pânico. Diante dos brutais assassinatos, ficou conhecido como 'O Estripador de Gainesville'.

Fim de jogo

O assassino só foi pego depois de uma perseguição policial enquanto furtava uma filial de supermercados. Sem ter ideia de quem seria o autor do crime, a polícia só descobriu que Danny era o serial killer quando encontraram materiais usados nas execuções entre os pertences pessoais do homem.

Além das ferramentas, as autoridades se depararam com uma característica incomum: o psicopata grava uma espécie de diário em áudio onde fazia alusões os brutais assassinatos. 

Rolling foi a julgamento em 1994. Ele se declarou culpado de todas as mortes pelas quais foi acusado, afirmando que os cometeu pois queria ser famoso como Ted Bundy. Sentenciado a morte, foi executado somente em 2006, no próprio estado da Flórida, através da injeção letal.

Mugshot de Danny Rolling/ Crédito: State of Florida Corrections

Enquanto caminhava para a morte, suas últimas palavras foram "Ninguém é maior do que Tu, Senhor, ninguém é maior do que Tu", que cantava enquanto olhava friamente para a mãe de uma das vítimas.