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Matérias / Crimes

Os insanos crimes consentidos do Clã Kingston

Também conhecida como A Ordem, a família vive em uma lógica criminosa, corrupta e patriarcal desde o início do século 20

Pamela Malva Publicado em 14/05/2020, às 19h00

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A família de Warren Jeff, um dos patriarcas do Clã Kingston - Divulgação/Youtube
A família de Warren Jeff, um dos patriarcas do Clã Kingston - Divulgação/Youtube

No total, os Estados Unidos têm uma população de cerca de 328,2 milhões de pessoas. Entre elas, mais de 70% se dedicam ao cristianismo. Em Utah, todavia, os padrões se invertem e 90% dos habitantes são mórmons.

Criada em 1830 por Joseph Smith Jr., a religião prega que, seguindo fielmente os mandamentos eclesiásticos, qualquer um pode atingir a divindade. Intimamente ligada ao cristianismo, a crença já arrecadou milhões de seguidores no mundo todo.

Assim como diversas outras vertentes de fé, a religião passou por algumas mudanças através dos anos. A mais polêmica delas, indo de encontro com ideologias e conceitos modernos, foi o abandono das práticas de poligamia, no início do século 20.

Diversos países consideram os relacionamentos poligâmicos como ilegais e, assim, os mórmons tiveram de deixar a tradição para trás. Mas alguns grupos não gostaram nada da ideia. Foi o caso do Clã Kingston, que decidiu voltar às raízes da comunidade.

Alguns dos filhos de Warren Jeff, patriarca Kingston que tem cerca de 80 esposas / Crédito: Divulgação/Youtube

Uma nova ordem

Indignado com as novas diretrizes de sua religião, Elden Kingston percebeu que não mais se identificava com os conceitos mórmons clássicos. Assim, ele criou toda uma nova vertente da Igreja: a Ordem, ou o Clã Kingston.

Completamente isolada do resto do estado norte-americano, a enorme família não permite que outras pessoas entrem em sua sociedade. Dessa forma, os casamentos seguem a poligamia e o incesto fielmente.

Entre os fundamentalistas, é comum que um tio de 40 anos se case com uma jovem de 14 com o total apoio dos pais dela. Após o matrimônio, os casais têm uma média de 12 filhos juntos. Tudo isso pensando na perpetuação da árvore genealógica dos Kingston.

Vivendo em Salt Lake City, o clã é atualmente liderado por Daniel Kingston, que tem, pelo menos, 130 filhos. Nesse organismo patriarcal e bastante engessado, os homens são os mandantes, enquanto mulheres têm o papel de gerar mais indivíduos.

Fodo dos muitos membros do Clã Kingston / Crédito: Divulgação

Uma economia injusta

Com milhões de dólares acumulados em suas contas, os Kingston são donos de fazendas, minas de carvão, cassinos e redes de lojas. São mais de 100 empresas que custeiam o luxuoso estilo de vida dos líderes do clã.

Outros familiares da Ordem, no entanto, nem mesmo veem a cor do dinheiro. Filhos e esposas dos patriarcas podem até trabalhar e gerar sua própria renda, mas todo o valor é colocado em um fundo administrado pelos mandantes do grupo.

Com um montante tão valioso, os Kingston financiam partidos e representantes do governo e, hoje em dia, concentram todo o poder estatal em suas mãos. Com isso, A Ordem consegue escapar de investigações e das autoridades mais poderosas.

Algumas das muitas filhas de Daniel Kingston / Crédito: Divulgaçao

Os crimes de uma família

Na rígida hierarquia dos Kingston, o incesto, a pedofilia e a poligamia são apenas alguns dos crimes cometidos pelos patriarcas. Todos os dias, meninas são estupradas e espancadas por seus pais, tios e irmãos — que têm o consentimento de todos, inclusive das mães das vítimas.

Relatos de garotas na casa dos 15 anos já revelaram que os homens do clã têm o costume de agredir profundamente aqueles que ultrapassarem os limites da sociedade. Assim, meninas e mulheres já foram alvos de pauladas, chutes e socos irados.

Bem como as agressões e os assédios, a fraude fiscal também é comum entre os Kingston. Com tanto dinheiro rolando, várias contas deixam de fazer sentido no final do mês. A riqueza, no entanto, só serve para os patriarcas, é claro.

No clã, mulheres e crianças vivem em condições de extrema pobreza. Enquanto as mães são registradas no sistema norte-americano como solteiras, a fim de receber assistência do governo, todo o valor é revertido para o fundo monetário do grupo.

Jessica, Andrea e Sharon, três das fugitivas do Clã Kingston / Crédito: Divulgação

Salvadoras da pátria

Cansadas de viver na bolha patriarcal e abusiva do clã, três jovens decidiram reagir. Prometida ao tio quando tinha apenas 14 anos, Jessica Kingston conseguiu fugir de sua família, junto de Andrea, uma de suas onze irmãs.

Em uma batalha jurídica, as jovens escaparam das garras do pai, Daniel Kingston, que perdeu sua guarda. Uma vez livres, encontraram Sharon, outra fugitiva da sociedade paralela. Juntas, as moças assumiram um dever perigoso: salvar outras meninas do clã.

Agora, as três irmãs lutam pela liberdade de jovens que sequer conhecem outra vida. Elas já foram perseguidas, juradas de morte e, hoje, contam com a ajuda do governo para sobreviver. Mas sabem que qualquer coisa é melhor do que voltar para casa.


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