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Matérias / Christopher Reeve

Christopher Reeve: O trágico acidente que mudou a vida do eterno Superman

Em 1995, trágico acidente mudou para sempre a vida de um dos rostos mais conhecidos no mundo

Caio Tortamano Publicado em 24/09/2020, às 19h14 - Atualizado em 04/01/2023, às 10h05

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Christopher Reeve como Super-Homem - Divulgação/Warner Bros
Christopher Reeve como Super-Homem - Divulgação/Warner Bros

Durante muito tempo, o icônico Superman foi interpretado pelo talentoso Christopher Reeve, que desempenhou o papel de Clark Kent nas telonas em quatro oportunidades, tendo início em 'Superman: O Filme', em 1978, até 'Superman IV: Em Busca da Paz', de 1987.

A imagem heróica que o personagem passava acompanhou Reeve por muito tempo. Entretanto, tudo mudou depois que o ator enfrentou um trágico acidente no decorrer de sua vida.

Início no hipismo

Um pouco antes de aparecer pela última vez como Superman nas telonas, Reeve foi escalado para o filme televisivo 'Anna Karenina' e, em 1985, começou a ter aulas de hipismo para o seu personagem. A atividade conquistou o ator, que vivia constantemente estressado por conta de suas obrigações com produtoras.

No entanto, a experiência com cavalos foi difícil, uma vez que ele era alérgico aos animais e teve que tomar anti-histamínicos para seu problema. Em pouco tempo, contudo, ele se tornou hábil, e em 1989 já competia em eventos de hipismo, conquistando o quarto lugar entre 27 participantes logo em sua estreia.

Christopher Reeve como Super-Homem / Crédito: Divulgação/Warner Bros

Seu cavalo pessoal se chamava Buck, e foi com ele que praticou a maioria de seus treinos e disputou alguns campeonatos, todavia, foi justamente com o animal que passaria por um episódio que mudou a sua vida para sempre. 

O acidente

Em uma prova, no ano de 1995, Reeve estava preocupado com duas etapas de um circuito que acabaria por encarar, os obstáculos de número 16 e 17 pareciam um grande desafio, entretanto, ele e Buck conseguiram passar com maestria. O problema, no entanto, foi durante o obstáculo seguinte, uma cerca com pouco menos de um metro no formato de 'W'.

Já em direção a esse obstáculo, Buck fez uma brusca pausa, se recusando a pular sobre o obstáculo. Com isso, Christopher acabou sendo lançado com o impacto, passando por cima da cabeça do cavalo. Como se não pudesse piorar, a mão do ator ficou presa na guia, tirando a focinheira do animal.

Com a queda traumática, ele acabou caindo de cabeça na cerca, fraturando a primeira e a segunda vértebra, fazendo com que ferisse de maneira grave a espinha cervical — o deixando incapacitado de se mexer do pescoço pra baixo. O choque foi tão grande que, no momento, Reeve não conseguia sequer respirar.

Demorou três minutos para que os paramédicos chegassem até o abatido corpo do artista, tentando reaver a respiração do ator por meio de aparelhos. Estabilizado, foi levado de helicóptero até o hospital mais próximo e internado.

Difícil recuperação

Logo após os primeiros dias depois do acidente, Reeve apresentou sinais de delírio, acordando vez ou outra e falando coisas sem sentido, como "pegue a arma" e "eles estão atrás de nós". Após cinco dias na instituição, ele retomou completamente sua consciência, e logo percebeu o estrago que havia sido feito.

Sua coluna e o crânio já não estavam mais conectados. Como se não bastasse, seus pulmões apresentavam líquidos, e precisavam ser constantemente extraídos por tubos dentro de sua garganta.

Encarando chances reais de não conseguir se movimentar, Christopher pensou em se matar e manifestou a vontade para sua mulher, Dana Reeve, dizendo: "Talvez vocês devessem me deixar partir."

Christopher como Superman (à esq.) e após o acidente (à dir.) / Créditos: Reprodução/Video/Youtube

Emotiva, sua mulher respondeu: "Só vou dizer uma vez: vou apoiar tudo o que você quiser fazer porque esta é a sua vida e sua decisão. Mas quero que saiba que estarei com você por um longo tempo, não importa o que aconteça. Você ainda é você. E eu te amo”.

A frase realmente teve impacto na cabeça do artista, que desistiu de considerar uma eutanásia.

A dura reabilitação

A cirurgia pela qual Reeve teve que passar era de alto risco. Os profissionais teriam que reconectar sua coluna vertebral ao crânio, com o auxílio de placas de titânio e fios. Apesar de difícil, a cirurgia foi um sucesso e, em junho de 1995, começou seu processo de tratamento.

Christopher tinha que receber transfusões de sangue constantemente, dado o baixo teor de proteína e hemoglobina em seu corpo. Um dos responsáveis pela recuperação foi um enfermeiro jamaicano, chamado Glenn Miller, que o ensinou a usar uma cadeira de rodas motorizada.

Durante tratamento na Universidade de St Louis, Reeve apresentou uma melhora considerável, conseguindo mexer o dedo indicador e os pés, que conseguia ativar pedais com ajuda de mecanismos presos aos músculos de sua perna.

Em 2003, o avanço de pesquisas com células-tronco não progredia tanto como em Israel, por exemplo, e foi justamente para lá que o artista passou a se tratar.

Christopher Reeve em palestra no MIT / Crédito: Mike Lin via Wikimedia Commons

Christopher Reeve visitou diversos centros médicos no país e falou abertamente em entrevistas para a televisão sobre a situação da saúde no país, que era muito melhor que nos Estados Unidos, onde religiões conservadoras ainda predominavam em aspectos como esse, além do acesso grátis à saúde.

Anos seguintes e morte

Com o passar dos anos, Reeve se tornou uma figura influente como ativista pela causa das pessoas que sofreram acidentes debilitantes, ao mesmo tempo em que se dedicou a recuperar suas habilidades. Seu corpo, porém, estava extremamente frágil devido a todos os tratamentos internos que precisou se submeter, com isso acabou contraindo diversas infecções.

Uma de suas infecções, em 2004, gerou uma úlcera que causou sepse em seu corpo — danificando seus tecidos e órgãos. Ao tomar um remédio para tratar o problema, acabou tendo uma parada cardíaca.

O artista foi levado até um hospital em Nova York, quando entrou em coma. Em questão de 18 horas, Christopher Reeve não resistiu e acabou falecendo aos 52 anos de idade.