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Matérias / Múmias

A extensa lista dos problemas de saúde de Ötzi, o famoso Homem de Gelo

O homem que viveu há 5 mil anos apresentava um quadro de saúde extremamente grave, contando com doenças parasitárias e até mesmo um tumor no dedinho do pé

Isabela Barreiros Publicado em 25/10/2020, às 06h00

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Ötzi, o Homem de Gelo, encontrado nos Alpes de Ötztal - Divulgação
Ötzi, o Homem de Gelo, encontrado nos Alpes de Ötztal - Divulgação

Há quase 30 anos, a múmia preservada naturalmente mais antiga que se conhece foi descoberta na fronteira entre a Áustria e a Itália, nos Alpes de Ötztal. No dia 19 de setembro de 1991, um casal de turistas se deparou com um corpo tão bem preservado que pensaram ser de um alpinista que havia morrido naquela época.

Na verdade, tratava-se de um indivíduo que viveu há 5,3 mil anos, no período Neolítico. Mais tarde, ele viria a ficar conhecido como Ötzi, o Homem de Gelo, um dos achados mais importantes dos últimos tempos, que foi estudado a fundo inúmeras vezes ao longo dos anos. Essas pesquisas trouxeram à luz inúmeros fatos relevantes sobre a múmia.

Suas informações básicas foram identificadas facilmente. Ele media cerca de 1,65 metros de altura, pesava por volta de 50 kg e morreu com cerca de 30 a 45 anos de idade. Sua aparência também causou muito espanto para os pesquisadores envolvidos nos estudos: ele possuía muitas tatuagens em todo o seu corpo.

No entanto, seu estado de saúde pode ser considerada a mais complexa característica estudada por cientistas. Muitas investigações foram feitas para tentar entender o que se passava dentro do corpo do Homem do Gelo e a conclusão foi assustadora: em resumo, é possível afirmar que ele tinha uma série de doenças que nem poderíamos imaginar.

Saúde debilitada

Análises sendo realizadas na múmia natural / Crédito: Divulgação

Ötzi tinha uma longa lista de problemas de saúde. Ao analisarem apenas o exterior da múmia, especialista perceberam que suas juntas estavam extremamente gastas, possivelmente em decorrência da atividade física constante. 

Além disso, ele também tinha artérias enrijecidas, o que é responsável por aumentar a pressão do sangue de um indivíduo, e um tumor até mesmo no seu dedinho do pé. No entanto, esse era apenas o começo de um extenso quadro de doenças responsáveis por degradar o corpo do Homem de Gelo.

Ele tinha cálculos biliares, também conhecido como pedras na vesícula, e uma série de síndromes. Durante uma análise interna da múmia, pesquisadores encontraram inúmeros ovos de vermes dentro de seu intestino, o que indica que Ötzi sofria com pelo menos algum tipo de doença parasitária.

Um estudo realizado pelo Instituto de Múmias e Homem de Gelo da Academia Europeia de Bozen / Bolzano, na Itália, em 2014, também revelou informações importantes sobre a saúde do homem. Eles descobriram que apresentava genes de doenças cardíacas em seu corpo. 

"Ficamos muito surpresos por ele ter uma forte tendência para doenças cardiovasculares. Não esperávamos que as pessoas que viveram há muito tempo já tivessem a configuração genética para contrair esse tipo de doença”, disse Albert Zink, co-autor do estudo e paleopatologista do instituto responsável pela pesquisa. 

Imagens do trato digestivo de Otzi / Crédito: Divulgação/ South Tyrol Archeology Museum

Esse artigo em questão também evidenciou que o indivíduo também possuía aterosclerose, o que foi tão surpreendente quanto a primeira descoberta. Geralmente, essas doenças são associadas ao estilo de vida mais atual, com comportamentos viciados e falta de atividade física. Ainda assim, Ötzi, que viveu há 5,3 mil anos, já as apresentava.

Isso já seria o suficiente para considerarmos a saúde do Homem de Gelo uma bagunça completa. Mas a lista ainda não chegou no final. Pelo que se sabe por investigações anteriores, ele é o caso mais antigo de doença de Lyme já descoberto, que é causada por uma bactéria transportada por carrapatos.

É importante mencionar também que altos índices de arsênio foram descobertos em seu sistema, o que provavelmente foi uma consequência grave do seu trabalho com metais e extração de cobre. 

Além de todos esses problemas de saúde graves, que na maioria das vezes não chegaram a ser tratados, foi reveladas evidências de uma doença avançada na gengiva e cárie, por meio de um exame odontológico realizado na múmia. Já não bastasse precisar de tratamento para suas síndromes, ele também precisaria ir ao dentista.


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