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Matérias / Personagem

Fedor Jeftichew, o Menino Cão que encantou a plateia do circo de aberrações

Seu distúrbio de hipertricose fez com que o garoto chamasse a atenção do fundador do Circus Barnum e Baily, e foi nos Estados Unidos que ele brilhou na carreira de circense

Nicoli Raveli Publicado em 14/05/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h30

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Fedor Jeftichew, o Menino Cão - Divulgação
Fedor Jeftichew, o Menino Cão - Divulgação

O russo Fedor Jeftichew, mais conhecido como o Menino Cão, enfrentou situações conturbadas desde o primeiro dia de vida. É que, logo ao deixar o ventre de sua mãe, os médicos o diagnosticaram com hipertricose, uma condição que causa o aumento de produção de pelos no corpo inteiro.

Mas isso não era uma surpresa para seus pais. Adrian Jeftichew, pai do garotinho, sofria do mesmo distúrbio e ganhou fama como o Homem Lobo devido a aparência incomum.

Não demorou para que o jovem seguisse os mesmos caminhos do que seu pai. Fedor era levado por Adrian em diversas exposições, logo, ambos ficaram conhecidos como os Homens selvagens da floresta de Kostroma — uma mata a 550 quilômetros de Moscou.

Os primeiros passos de Fedor

A plateia aumentava a cada exibição, assim como os rumores sobre Jeftichew. Algumas pessoas que iam até o local alegavam que o menino havia nascido a partir de um ato sexual entre uma garota e um urso.

Fedor Jeftichew, o Menino Cão, e seu pai, Adrian / Crédito: Divulgação 

Os boatos, entretanto, só fizeram com que a audiência aumentasse. Enquanto Adrian costumava causar pânico devido a sua aparência, o garoto ganhava os amáveis olhares do público — por ser pequeno, sua condição não os assustavam.

O jovem fez questão de conquistar ainda mais seus fãs: decidiu aprender a língua nativa da maioria dos visitantes e, em pouco tempo, passou a interagir com os espectadores. Mas, a sua felicidade foi interrompida pela morte de Adrian, que faleceu devido ao alcoolismo.

Ascensão do Menino Cão

Fedor decidiu enfrentar o luto e deu continuação ao que havia aprendido com seu pai. Em uma de suas exposições, o artista de espetáculo russo foi notado por um agente de talentos de Phineas Taylor Barnum — dono do Circus Barnum e Baily — e foi a partir de então que sua carreira teve início.

Em poucas horas de conversa, o homem fez um importante convite a Jeftichew: ele seria contratado para participar do circo nos Estados Unidos e ganharia 500 dólares por mês. Sem pensar duas vezes, o Menino Cão deu adeus à Rússia e seguiu seu caminho.

Já na América do Norte, o garoto pôde estrear em um freak show com seres humanos incomuns naquela época: desde gêmeos siameses a anões e gigantes.

Devido ao grande sucesso, Barnum reuniu certa quantia de dinheiro e alocou o circo no Museu Americano de Manhattan, que foi palco para um show maior, o Barnum & Bailey Greatest Show On Earth, de 1887.

Cartaz com o rosto de Fedor Jeftichew, o Menino Cão / Crédito: Divulgação 

No circo

Phineas improvisou uma história para que os espetáculos de 1887 atraíssem ainda mais pessoas. Para isso, o fundador do circo inventou detalhes sobre descoberta de Fedor: o jovem havia sido encontrado na floresta de Kostroma, junto a seu pai.

Lá, o caçador tentou alcançá-los, mas o cão mais velho era completamente selvagem e foi morto pelo homem. Já o pequeno Jeftichew, foi capturado, já que seu jeito dócil permitiria que ele se transformasse num artista de circo.

A história não promoveu somente a fama do Menino Cão — que utilizava uma roupa de cavalaria russa — mas também a figura de Barnum, que ficou conhecido como o Maior Showman da Terra e que tinha amor pelos circenses: os tratavam de forma adequada e eram bem pagos.

Entretanto, a alegria do fundador do circo estava com seus dias contados. Phineas morreu em 1891 e deixou para trás um incrível legado. Todavia, após sua morte, diversos artistas do Circus Barnum e Baily passaram a receber diversas críticas e eram chamados de malucos.

Infeliz com a situação, Fedor sentiu que tinha o dever de defender o falecido e seu circo. Dessa maneira, ele e outros circenses protestaram até conseguirem o que tanto queriam: o direito de serem reconhecidos como prodígios.

Pintura do rosto do Menino Cão / Crédito: Divulgação 

Após a conquista, Jeftichew decidiu deixar o circo em 1901 e passou a realiar turnês individuais ao redor do mundo. Após uma de suas apresentações, no entanto, apresentou graves sintomas de pneumonia e não mostrou uma melhora em seu quadro clínico.

Ele veio a falecer em janeiro de 1904 em Salonica, Grécia. Assim que sua morte foi divulgada, foi lamentada por diversos companheiros de carreira e por todas as pessoas que apreciaram seu trabalho.


Fontes: The Vintage News e History Collection.


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