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Matérias / Antiguidade

Felipe II: o rei que levou a Macedônia ao centro do mundo grego

Sob o comando do monarca, que era pai de Alexandre, o Grande, a região passou por inovações e se firmou como uma grande potência grega

Danilo Correa Bernardino Publicado em 27/06/2020, às 08h00

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Ilustração do século 19 que mostra o assassinato de Felipe II - Wikimedia Commons
Ilustração do século 19 que mostra o assassinato de Felipe II - Wikimedia Commons

A Macedônia pré-alexandrina vivia em um ambiente envolto em extrema instabilidade política. A intensa alternância de poder dentro da dinastia Argeada e as constantes tensões com as regiões setentrionais do reino contribuíam para o seu papel pouco significante no mundo grego. Ptolomeu, um ambicioso aristocrata macedônio, sem ter consciência, colaborou para o desenvolvimento militar do Estado nos anos seguintes ao planejar o assassinato do rei Amintas, neto de Alexandre I, por volta de 370 a.C.

O filho de Amintas era muito jovem para assumir o trono, então o próprio Ptolomeu tornou-se o novo regente da Macedônia. Nessa mesma época, os tebanos quebravam a hegemonia espartana vencendo em Leuctras, e Tebas se tornaria a cidade-estado mais poderosa da Grécia. Atento a isso, Ptolomeu, desejando aproximar-se de Tebas e afastar possíveis pretendentes ao trono da Macedônia, ofereceu aos tebanos alguns distintos reféns macedônios.

Entre eles estava o futuro rei Filipe II, na época com 15 anos de idade. Filipe viveu em Tebas sob a tutela de Panmenes, amigo próximo do histórico general Epaminondas. Aos 24 anos, Filipe assume o trono da Macedônia. Ele enfrentou forte oposição de concorrentes que almejavam sua posição, entretanto soube usar de grande capacidade diplomática, poder de persuasão e de intimidação para assegurar seu trono.

A Filipe atribui-se uma série de mudanças dentro do Exército macedônico, que o fizeram mais eficiente e profissional, como a instalação de um núcleo permanente de soldados profissionais e o alto investimento na contratação de engenheiros para o desenvolvimento de técnicas de sítio, exaltadas e copiadas na época até por seus críticos. Filipe inovou também no posicionamento da cavalaria macedônica, que costumava apresentar-se em formação linear, e passou a usar a forma de cunha. Essa novidade possibilitava uma mudança mais rápida de direção e, também, explorar melhor os buracos no Exército inimigo.

Pintura de Alexandre, o grande na Batalha de Hidaspes / Crédito: Getty Images

A nova formação da cavalaria tornou-se tendência em toda a Grécia e marca o momento em que ela assume um papel mais decisivo nas estratégias militares gregas, passando a ser temida por todas as infantarias. Com Filipe a infantaria macedônica ganhou força e destacou-se, com o desenvolvimento dos perzhetaroi, o famoso batalhão do seu Exército.

Apesar de terem, de fato, se desenvolvido a partir de Filipe, os perzhetaroi foram criados anos antes por Alexandre I. Foi com Filipe que os homens que compunham esse contingente foram tão bem preparados e passaram a ter como principal arma a sarissa, lança de longo alcance com cerca de 4 metros. Filipe instaurou um forte regime disciplinar sobre seus soldados. Há relatos de marchas forçadas de 300 estádios olímpicos que o rei impunha aos seus comandados, que, ainda, deviam carregar as pelta (escudos) e as sarissai no trajeto.

Todas as inovações trazidas por Filipe possibilitaram à Macedônia controlar melhor suas fronteiras e expandir sua influência por toda a Grécia. A vitória na batalha de Queroneia, em 338 a.C., contra uma aliança de cidades-estados gregas lideradas por Atenas e Tebas, deu à Macedônia uma posição central na política grega e tornou Filipe o senhor da Grécia. Dessa forma, o rei firmou a criação da chamada Liga de Corinto (apenas Esparta não entrou para a Liga), com a qual se organizou, anos depois, a expedição à Pérsia, que teria como líder Alexandre, o Grande.

O reinado de Filipe significou uma ascensão meteórica do reino da Macedônia, que até então não passava de uma periferia do mundo grego. Filipe morreu no outono do ano de 336, dando início ao reinado de seu filho Alexandre, o Grande. O rei dos macedônios foi assassinado em meio a um festejo, por Pausânias, seu suposto amante. A causa do assassinato ainda permanece obscura. Alguns alegam a participação da mãe de Alexandre, Olímpia, que desejava que o filho subisse logo ao trono, pois Filipe havia se separado dela e poderia ter outros herdeiros.

A morte prematura o impediu de dar início ao seu grande objetivo, conquistar o Império Persa. Para esse capítulo a História reservou um papel especial ao seu filho Alexandre,
que pelo sucesso alcançado na Ásia se tornou o maior conquistador da Antiguidade.


Este texto foi enviado por um leitor que participou da campanha “Eu quero colaborar com a revista Aventuras na História”, da edição 148 .


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