O esportivo italiano sumiu por 27 anos, até ser localizado por acaso
Wallacy Ferrari Publicado em 29/04/2021, às 12h49
Em 1994, um empresário perdeu seu xodó da vida da noite para o dia, iniciando uma angustiante saga por seu calhambeque; tratava-se de uma Ferrari Mondial fabricada em 1987, uma das únicas na cidade de Amsterdã, capital da Holanda, na quimérica cor vermelha, com pintura automotiva especial de fábrica da famosa montadora italiana.
Um carro de tamanho requinte não passaria tão despercebido por autoridades e, por isso, seu sumiço chamou atenção das autoridades locais, que não conseguiram localizar nenhum indício do furto. Sem nenhum progresso na investigação, o dono original optou por solicitar o seguro contra roubos, recebendo o valor integral do veículo.
Dava-se por encerrado uma estranha busca de um item de luxo, sem atualizações durante 26 anos — até que, em 17 de junho de 2020, um estranho artefato chamou a atenção de um grupo de mergulhadores do corpo de bombeiros durante uma atividade preparatória, como revelou o jornal indiano Hindustan Times.
O treinamento estava sendo feito no trecho IJ do canal de Javakade quando a equipe avistou um veículo vermelho de formato esportivo. Incapazes de retirar o carro em conjunto, solicitaram o auxílio da polícia, que dias depois, notificou o Ministério da Defesa para realizar uma grande operação para resgatar o esportivo, ocorrendo com sucesso em 9 de julho daquele ano.
A condução do veículo foi revelada em um vídeo, compartilhado pela polícia de Amsterdã no Twitter, rapidamente identificada por especialistas como uma Ferrari do final da década de 1980 pelas características de produção. Imediatamente, foi examinada por equipes forenses para avaliar algum possível mistério criminal relacionado ao veículo.
A equipe inicialmente não conseguiu determinar por quanto tempo o automóvel foi deixado na água, mas conseguiu encontrar um único registro de perda relacionado ao veículo: o registrado em 1994 pelo dono original. Com placa e características compatíveis, foi possível ter certeza de que aquela Ferrari Mondial 1987 estava há 26 anos desaparecida.
Visto que o inquérito já havia sido arquivado pela solicitação do valor assegurado pela vítima, o proprietário legal do veículo não fez questão de manter o carro, enviando ao De Ooyevaar Autodemontage, um ferro-velho local.
Em perda total, o estabelecimento não tinha como aproveitar peças primordiais ao funcionamento, nem partes externas, visto que a oxidação na água destruiu o veículo com o tempo.
Porém, após a divulgação do caso na imprensa local, o ferro-velho passou a receber visitar para ver a Ferrari, resultando em uma limpeza para exibição — além de chamar a atenção de colecionadores: "A maioria das peças não pode ser usada em outros carros, mas muitos colecionadores estão dispostos a comprar [essas] peças [como] colecionáveis", disse o porta-voz do local ao portal The Drive.
As propostas não chamam a atenção dos atuais donos, que buscam um museu para propor a restauração e exposição fixa. Dessa maneira, poderiam vender o carro completo ao invés de simplesmente amassá-lo e aproveitar os metais como materiais recicláveis.
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