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Matérias / Entretenimento

Futurista: Relembre a série "As Aventuras da Tiazinha"

A produção contava com o símbolo sexual dos anos 90 para lutar contra o 'mal'

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/05/2021, às 10h00

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Tiazinha no set de filmagem da série - Divulgação / Band
Tiazinha no set de filmagem da série - Divulgação / Band

O ano de 1999 foi responsável por uma série de transições na Band; a emissora do Morumbi, bairro de São Paulo, havia despertado o mercado de anunciantes nos anos anteriores com fama nacional obtida nos fins de tarde diariamente com Luciano Huck e seu 'Programa H'.

Huck abusava do espaço para pôr em prática suas criações, desde provas e concursos, até com as belíssimas assistentes de palco, Feiticeira e Tiazinha.

Esta última alcançou tamanho sucesso comercial que ultrapassou as barreiras da atração, se tornando um símbolo comercial distinto de seu criador, tendo produtos licenciados, um álbum musical e se tornando símbolo sexual ao estampar uma das capas de Playboy mais vendidas da história.

Contudo, em 04 de outubro de 1999, as coisas mudariam; após assinar com a Globo, Huck deixava o Programa H, dando lugar ao jovem Otaviano Costa. Suzana Alves, que ainda tinha contrato com o canal, foi remanejada para um projeto próprio, especialmente criado para aproveitar a projeção popular da personagem Tiazinha.

Tela-título de "As Aventuras de Tiazinha" durante a abertura do programa / Crédito: Divulgação / Band

A heroína Tiazinha

A produção foi adiada ao longo dos meses para adequar as exigências da emissora. Parte dos efeitos gráficos era produzido pela Fábrica de Quadrinhos, tendo Rogério Vilela como diretor de arte, como noticiou a Folha.

Dessa maneira, “As Aventuras da Tiazinha” situava a personagem em um mundo futurista, onde a protagonista lutava — e dançava — contra o crime e alguns outros fenômenos do enredo.

Na primeira fase da atração, recebeu o nome de Su-013, e quando reformulada para o ano 2000, passava a ter uma persona à paisana chamada Cuca, depiladora de um salão de beleza que podia ativar seus poderes para resolver situações.

O enredo se passava em Tronix, uma megacidade que misturava elementos da Gotham City, de Batman, com a modernidade de Metal Gear Solid, game de sucesso na época. Além da personagem de Suzana, o elenco contou com André e Antônio Abujamra e um treinamento especial de Celso Cavallini para as cenas de artes-marciais.

Após o lançamento, Marcelo Rubens Paiva foi convidado para auxiliar no roteiro junto ao diretor Mauro Lima, aceitando a proposta e enriquecendo a produção. Com todo o investimento, as expectativas da Bandeirantes eram altas.

Queda brusca

Com apenas sete meses no ar e 150 episódios prontos, sua exibição inicial era as 20h15, mas teve a produção interrompida em maio de 2000, tendo reprises remanejadas para o fim de tarde na tentativa de recuperar a audiência jovem, como explicou Roberto de Oliveira, então vice-presidente do canal, para a Folha: “O programa estava em um horário inadequado e não rendia o que esperávamos”.

Em coluna pela Istoé Gente, a diretora Lilian Amarante comentou o descompasso da produção e apontou alguns dos possíveis erros que podem ter o levado para a gaveta: "A nova fase do seriado continua com ritmo arrastado e cenas de luta constrangedoras. [...] Na vida real, Suzana Alves ainda não dá conta da carga interpretativa de seu personagem, apesar da quase inexistência de falas", afirmou.

Com a interrupção, o fim do contrato com Suzana encerrou qualquer possibilidade da retomada de episódios inéditos da série. Posteriormente, a atriz decidiu se desvincular da Tiazinha e seguir a carreira no teatro, deixando de lado a máscara, o chicote e a cinta-liga.


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