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Matérias / Brasil

Fofão assassino, a lenda urbana que tirou o sono dos pais de todo o Brasil

Durante os anos 1980, enquanto o personagem fazia sucesso nas telinhas, o boneco ganhava a fama de diabólico

Pamela Malva Publicado em 26/06/2020, às 07h00

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Fofão, personagem do programa Balão Mágico - Divulgação/Rede bandeirantes
Fofão, personagem do programa Balão Mágico - Divulgação/Rede bandeirantes

Em meados dos anos 1980, a Mimo, fabricante de brinquedos infantis, percebeu a fama de um personagem carismático e decidiu produzir um boneco dele. Se tratava do Fofão, um ser bochechudo amado pelos telespectadores do Balão Mágico.

Por estar em alta na época, o brinquedo logo fez sucesso e Fofão ganhou uma segunda versão, o Fofãozinho. No entanto, lendas urbanas e mitos foram surgindo sobre a primeira criação da Mimo, tirando o sono de pais e crianças em todo o país.

Segundo se contava na época, era possível encontrar um punhal negro dentro do corpo do boneco, entre seus preenchimentos. Logo, o povo conectou a presença do objeto à um ser maligno. Assim, pessoas passaram a acreditar que o boneco era, de fato, do mal.

Diversas versões da lenda do Fofão foram disseminadas pelo país, mas, em todas, o boneco usaria o punhal para fazer o mal ou matar crianças à noite. Na primeira delas, quem gerou todo o alvoroço, fechando um acordo com o Diabo, teria sido o ator que atuava como o Fofão, Orival Pessini. 

Nessa versão, Orival teria feito um pacto com o demônio, procurando fama e dinheiro. Em troca, ele faria com que o Diabo entrasse na casa de milhares de pessoas. Algo parecido foi dito acerca da própria Mimo, que, através do Fofão, queria levar o mal para dentro da casa dos brasileiros.

Para que isso não acontecesse, a lenda sugeria que o boneco — e a adaga dentro dele — fossem queimados, acabando com a maldição. Para algumas pessoas, até mesmo o programa do personagem continha mensagens subliminares que incitavam violência e crimes.

Boneco do Fofão (esquerda) e suposta adaga negra / Crédito: Divulgação/Mimo

Revelação

Para acabar com as lendas e com as dúvidas que ainda existiam, Deusenir Prieto, gerente de desenvolvimentos na Mimo, falou à Mundo Estranho em 2015. Segundo ele, que ajudou a criar e desenhar a forma do boneco, a suposta adaga entre as microesferas de isopor que preenchiam o Fofão era sua sustentação.

“Como esse material [as esferas de isopor] não nos dava estabilidade no boneco, precisei desenvolver uma estrutura em que se fixava a cabeça”, lembra. Foi aí que a adaga preta foi criada. Mas ela nunca foi afiada, metálica ou cortante, como a arma seria, se fosse real.

Por ser como a coluna vertebral do boneco, a estrutura ficava por dentro do corpo rechonchudo. Assim, caso o boneco fosse apertado, um formato pontiagudo poderia ser sentido entre o preenchimento. Tal lenda fez com que, na época, muitos bonecos fossem cortados no tórax e até mesmo queimados, como era sugerido.


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