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Matérias / Música

Freddie Mercury sabia da gravidade de seu caso?

Prezando por sua privacidade, o lendário vocalista viveu os últimos dias nos seus próprios termos

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/07/2021, às 16h42

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Freddie Mercury com um de seus gatos - Cortesia de Richard Young, via CNN Internacional
Freddie Mercury com um de seus gatos - Cortesia de Richard Young, via CNN Internacional

Diagnosticado como portador do vírus HIV em 1987, Freddie Mercury começava a ficar cada vez mais magro e pálido. A presença marcante da personalidade carismática e ilustre continuava nos palcos, estúdios e na frente de amigos, mesmo com dores crônicas que não viriam a cessar.

O diagnóstico era um segredo para o público. Enquanto isso, o vocalista do Queen produzia músicas em uma escala ainda maior. O assistente pessoal e amigo do cantor, Peter Freestone, contou mais tarde em uma entrevista ao The Express que Freddie “fez muito nesses últimos quatro anos, muito mais do que nos anos anteriores”.

Embora fosse uma celebridade expansiva, conhecida por seu magnetismo nas pessoas ao redor, o astro gostava de preservar sua intimidade e mantinha seus problemas trancados a sete chaves. Por isso, poucas pessoas ficaram sabendo da AIDS com o diagnóstico — o que excluía sua família e parceiros de banda.

O mundo só se inteirou do estado de saúde de Freddie um dia antes de sua morte, em 24 de novembro de 1991. Quando a situação foi finalmente divulgada, o artista também explicou a gravidade da doença e a importância da busca pela cura e do combate ao preconceito.

“Eu quero confirmar que testei positivo para o vírus HIV e que tenho AIDS. Eu guardei essa informação até agora para proteger a privacidade das pessoas à minha volta. No entanto, chegou a hora de meus amigos e fãs ao redor do mundo saberem a verdade. E eu espero que todos se juntem a mim, meus médicos e ao mundo todo na luta contra esta terrível doença”, escreveu o cantor no dia 23 de novembro. 

Naquele dia, o músico faleceu aos 45 anos devido a uma broncopneumonia intensificada pelos os problemas da AIDS, doença que matou quase 50 milhões de pessoas desde a década de 1980, como informou o jornal O Globo. 

Atestado de morte

Freddie Mercury em apresentação com o Queen / Crédito: Divulgação/Youtube/VIDEO REMASTER ITA

Hoje, conhecemos tratamentos que são capazes de retardar o avanço da imunodeficiência, mas quando Freddie recebeu o diagnóstico, ele era tratado como  sinônimo de morte. Milhões de pessoas morreram pela falta de medicamentos e terapias disponíveis, que viriam a surgir apenas anos depois.

Ele sabia da gravidade da doença e vivia sabendo que iria morrer. Foi o que explicou Freestone: “Quando Freddie recebeu o diagnóstico, ele não ficou deprimido. Ele não estava com medo. Era um fato que ele ia morrer. Não havia absolutamente nada que pudesse mudar isso. Então ele continuou com sua música”.

Elton John, amigo próximo do cantor que foi um dos primeiros a saber do diagnóstico, escreveu algo parecido no livro 'O amor é a cura: Sobre vida, perdas e o fim da AIDS' (2012).

“Eu sabia exatamente o que iria acontecer com Freddie. Mas ele era extremamente corajoso. Manteve sua agenda e seguiu se apresentando com o Queen. Ele continuava aquele cara engraçado, a pessoa generosa que sempre foi”, relatou. 

O vocalista do Queen tanto sabia que muito provavelmente iria morrer que decidiu interromper o uso dos remédios pouco antes de falecer: ele sentia que os medicamentos limitavam sua vida. Segundo Freestone, “ele sentiu que estava no controle, embora a doença o estivesse matando”. 

Nos seus próprios termos, Freddie ia se despedindo do mundo e da carreira que marcou a história da música. Felizmente, o cantor conseguiu revelar seu diagnóstico do modo que queria, sem intervenção de relatos vazados pela mídia, e pôde ter paz durante a luta contra a doença, travada em segredo, como ele queria.

O intérprete de ‘Love Of My Life’ não tinha vergonha da AIDS. A incompreensão que cercava a doença gerava um enorme estigma para a pessoa infectada e quem estivesse ao seu redor. Prezando por sua privacidade, o cantor quis viver seus últimos anos em paz para ter uma morte respeitada. 

No seu último recado ao público, Mercury assinalou seu legado como símbolo de luta contra o preconceito e desinformação a respeito do HIV, que caminha lado a lado com a herança musical do cantor. Serão necessários séculos ou milênios para que o mundo se esqueça da voz, presença de palco e composições de Freddie Mercury.


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