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Matérias / Personagem

Frustração, promessa e a inspiração no pai: Como foi a infância de Pelé

Falecido há exatamente um ano, em 29 de dezembro de 2022, Pelé desenvolveu a paixão pelo esporte que o fez encantar o mundo quando ainda era jovem

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 19/10/2020, às 15h05 - Atualizado em 29/12/2023, às 10h38

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Foto de Pelé quando criança - Divulgação/ Instagram/ Pelé
Foto de Pelé quando criança - Divulgação/ Instagram/ Pelé

Falecido há exatamente um ano, em 29 de dezembro de 2022, o nome mais famoso da cidade de mineira de Três Corações, Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940. Fruto de uma tabelinha de João Ramos do Nascimento, o seu Dondinho, com dona Celeste Arantes.  

O garoto, o mais velho de três irmãos, foi batizado como homenagem ao inventor Thomas Edison, de quem o pai era fã. Porém, com uma pequena diferença: "Na minha certidão de nascimento, o meu nome aparece como Edison, com 'i', um erro que persisti até hoje... Para meu eterno aborrecimento", descreve o próprio em Pelé: A Autobiografia (Editora Sextante)

Foto de documento de Pelé quando criança / Crédito: Divulgação/ Instagram/ Pelé

Com ou sem erro de digitação, uma coisa era certa: a admiração do garoto por seu pai, que era jogador de futebol. Não raro, contava com orgulho a oportunidade em que seu Dondinho marcou cinco gols de cabeça num único jogo — feito que Pelé jamais foi capaz de superar em sua carreira vitoriosa.  

Em 1945, a família muda para Bauru, no interior de São Paulo, onde Dondinho, que era centroavante, atuaria pelo Bauru Atlético Clube. Desde essa época, o pequeno Edson se viu encantado com o esporte, tanto que dava mais importante ao BAC — apelido pelo qual o time de Bauru era conhecido — do que a escola.  

Origem do apelido  

Além de seu pai, o jovem também tinha outra inspiração no futebol, o goleiro Bilé, titular absoluto do desconhecido Vasco de São Lourenço (MG), antigo time de seu pai. Pode parecer estranho, mas aquele que se acostumaria a infernizar as zagas adversárias gritava "Biléee" ou "Segura Bilé" toda vez que fazia uma defesa imaginária.  

Mas, quis o destino, que esse ilustre desconhecido se tornasse o motivo pelo qual o garoto recebeu o apelido de quatro letras que o mundo inteiro sabe a quem pertence. Com a fala ainda confusa e o sotaque mineiro forte, Bilé soava mais como Pilé, e daí para Pelé foi algo, como podemos imaginar, mais natural.  

Foto de Pelé quando era mais novo / Crédito: Divulgação/ Instagram/ Pelé

O apelido pegou e encantava a todos, assim, como no futuro, encantaria muitos mais —não só uma nação, mas todos os aficionados por um dos esportes mais populares do mundo.  

Copa de 50: A frustração e a promessa de Pelé 

O futebol, assim como todas as práticas esportivas, tem seus dias de glórias, claro, mas também tem momentos tristes e frustrantes. Se dentro das quatro linhas pai e filho se divertiam com a bola nos pés, fora delas sofreram com a Copa do Mundo de 1950.  

A alegria que persistia no início do jogo durou pouco. Às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho, eles (e o Maracanã todo) se calaram ao ver a esquadra uruguaia superando a Seleção Brasileira.

Mesmo precisando apenas de um empate para ganharem seu primeiro título, os jogadores brasileiros não conseguiram segurar a garra e determinação dos Celestes, que saíram em desvantagem no placar e buscaram a virada com um gol de Ghiggia, no final da partida.  

Foto de Pelé nos seus primeiros anos de Santos/ Crédito: Divulgação/ Instagram/ Pelé

O mesmo silêncio que marcou o Maracanaço — como o fatídico episódio ficou conhecido — tomou conta da casa dos Arantes do Nascimento. Mas, diferentemente do público que lotava o recém inaugurado estádio carioca, o jovem Edson tinha certeza de que os tempos áureos da seleção canarinho ainda chegariam. E, como se pudesse adivinhar o futuro, prometeu ao seu pai: “Um dia vou ganhar a Copa do Mundo para o senhor”.