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Matérias / Música

Fuga e drogas: os angustiantes dias de Kurt Cobain

Amigos, executivos e até inimigos chegaram a se encontrar com o músico nos dias antes de sua morte, mas Kurt conseguiu sumir por dias

Wallacy Ferrari Publicado em 01/04/2020, às 15h46

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Fotografia pessoal de Kurt Cobain em sua residência - Wikimedia Commons
Fotografia pessoal de Kurt Cobain em sua residência - Wikimedia Commons

Ícone de uma geração noventista com influências em um punk surrado e carregado de powerchords, o rock grunge de bandas como Soundgarden, Alice in Chains e Pearl Jam fizeram frente a uma nova maneira de pensar o comportamento na cultura pop do início dos anos 1990. Muitas dessas influências foram encabeçadas pelos líderes destas bandas, que faziam questão de exercer a contracultura comercial.

O principal símbolo da geração foi Kurt Cobain e sua banda, o Nirvana. Sempre com letras protestantes, se uniu com o baixista Krist Novoselic ainda durante o Ensino Médio e conheceu o baterista Dave Grohl no segundo disco, mas fazia questão de produzir e fazer o máximo de atividades possíveis com o trio, que, além de entrosado, pensava igual ao músico musicalmente e politicamente.

Quando o sucesso mundial chegou, com o lançamento de Nevermind em 1991, Kurt relutou em se tornar um produto comercial, por mais que a oportunidade oferecida fosse ótima. Vestindo-se com roupas desleixadas e com péssimas apresentações propositais televisionadas, o músico tentou de tudo para se desligar de uma imagem genérica para focar apenas nas músicas.

Foto de Kurt Cobain / Créditos: Divulgação

Porém, Kurt era considerado galã aos padrões de beleza da época, com traços finos, olhos azuis e cabelos lisos curtos. Também perdeu a autonomia de suas produções, visto que, com uma gravadora mediando as decisões das músicas e com uma base de fãs consolidada em um trabalho que já não o orgulhava, começou a se incomodar com a fama.

Além disso, seu casamento rodeado de conflitos, o vício em drogas e fortes dores crônicas no estômago o infernizavam. Foi então que começou a apresentar um comportamento de despedida, coisa que não manifestava nos tempos rebeldes de rockstar. Com depressão desde a adolescência, voltou a dar sinais claros de que tinha interesse em morrer cinco meses antes de escrever sua última carta.

Na gravação do Acústico MTV, fez questão de encher a setlist de músicas que passam pela sua infância, adolescência e as compostas já no auge, fazendo uma trilha de inspirações até aquele momento. A decoração, composta por velas e rosas, semelhantes a de um funeral ocidental, já mostravam o interesse do músico em partir. Os principais empecilhos, entretanto, era a esposa, os amigos de banda e o fato de estar sempre em turnê.

O começo do fim

Quando finalmente pôde fazer uma pausa nas turnês, em 1º de março de 1994, sofreu uma overdose em um hotel, em Roma, ao misturar champanhe com Rohypnol, sendo sua primeira tentativa de suicídio. Cinco dias depois, teve alta do hospital e voltou para Seattle, onde passou adolescência e tinha residência. Após o episódio, tentou, ao longo do mês, se esconder da esposa.

No dia 18 do mesmo mês, chegou a se trancar em um quarto com uma arma. Com medo de que fizesse algo, sua esposa ligou para a Polícia e relatou que o marido carregava armas e um histórico de suicídio. Quando as autoridades chegaram ao local, recolheram escopetas, revólveres e pistolas, além de pílulas foras de embalagens receitadas. Na delegacia, Courtney preferiu se contradizer e amenizar seu depoimento para evitar que o drama fosse exposto.

8 dias depois, a esposa, junto a amigos próximos e pessoas da gravadora, se reuniram para propor uma internação voluntária em uma clínica de reabilitação para Kurt, que inicialmente reagiu com certa vergonha e raiva, mas aceitou e viajou para o Centro de Recuperação Exodus, em Los Angeles. Lá, incorporou uma postura completamente diferente da apresentada em casa: fingiu não ter tendências suicidas até que os funcionários o deixasse andar livremente.

Kurt Cobain junto a sua esposa, Courtney Love, que o beija no rosto / Créditos: Divulgação / Michael Levine

Na noite seguinte, saiu para fumar um cigarro e decidiu pular um muro de seis metros de altura e fugir, onde conduziu um taxi até o aeroporto e voltou para Seattle. Por coincidência, sentou ao lado de Duff McKagan, do Guns ‘n Roses, banda que teria tido problemas nos bastidores do VMA 1992. Duff relatou posteriormente que Kurt não demonstrava raiva ou mágoa e que algo parecia errado.

Nos dias seguintes da descoberta de sua fuga, amigos e sua esposa não souberam do seu paradeiro. Os últimos registros haviam sido em Seattle, onde circulou e conversou com pessoas pelas ruas, entre os dias 2 e 3 de abril. No dia 4 em diante, não deu sinal de vida para as pessoas mais próximas. A descoberta de que Kurt não estava mais vivo foi feita no dia 8, por um desconhecido eletricista que fazia uma instalação ao lado de seu apartamento.

Com sua cabeça parcialmente destroçada por um tiro de escopeta, Kurt deixou um bilhete suicida junto ao seu corpo, direcionado ao amigo imaginário que o acompanhou ao longo de sua infância, e manifestou que a indústria musical havia destruído seu maior refúgio: “Eu não tenho sentido a excitação de ouvir, bem como criar música”.


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