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Matérias / Personagem

A fuga que levou ao estrelato: o turbulento casamento de Hedy Lamarr

O relacionamento era tão abusivo que o homem decidiu que iria comprar todas as cópias do filme em que a esposa aparecia nua, além de trancá-la em casa inúmeras vezes

Isabela Barreiros Publicado em 05/09/2020, às 08h00 - Atualizado às 14h12

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A atriz e inventora Hedy Lamarr - Wikimedia Commons
A atriz e inventora Hedy Lamarr - Wikimedia Commons

Estrela dos longa-metragens Êxtase (1933), Sansão e Dalila (1949) e Argélia (1938), Hedy Lamarr foi uma das maiores divas de Hollywood. Além da beleza exorbitante, a mulher possuía uma capacidade de atuação impressionante, o que fez com que ela fosse contratada com facilidade pela importante MGM Studios.

Nascida Hedwig Eva Maria Kiesler, na Áustria, começou a atuar muito cedo, principalmente em produções europeias, já que ela era originalmente do antigo continente. Durante esse período, foi responsável por uma cena que transformou o cinema de maneira geral: o filme Êxtase, lançado em 1933, trazia um momento que mostrava um orgasmo feminino, algo nunca antes visto nas telonas.

A obra cinematográfica tcheca mostrava-a, ainda, nua e correndo pela natureza. Era apenas o começo da carreira de Hedy — primeiramente como atriz. Mais tarde, ela se tornaria responsável ainda por uma invenção, também, revolucionária.

Antes de se tornar a ilustre atriz dos anos de ouro do cinema estadunidense, porém, Hedy teve uma vida complicada. De família judia, preocupava-se com o destino de seus pais durante os anos que precederam a guerra. A ideia era levá-los aos Estados Unidos para que ficassem a salvo, mas outras coisas aconteceriam nesse meio tempo.

Casamento abusivo

Hedy Lamarr / Crédito: Wikimedia Commons

Em 10 de agosto de 1933, em meio ao processo de gravação do filme Êxtase, ela se casou, aos apenas 19 anos, com Friedrich Mandl, de 33. O homem era um milionário fabricante de armas, considerado o terceiro homem mais rico da Áustria. No entanto, seu maior problema era outro: Mandl era simpatizante do nazismo e tinha conexões estreitas com fascistas.

Mesmo que tivesse origem judia, Lamarr era obrigada pelo marido a receber em sua casa fascistas e nazistas em diversas festas. Os homens ficavam debatendo o futuro da guerra, enquanto a atriz apenas ouvia e aprendia sobre os equipamentos modernos utilizados por eles.

O relacionamentos dos dois já pode ser considerado problemático apenas com essas informações. Mas ainda havia mais. Mandl era excessivamente protetor para com a esposa, de maneira que tentava a impedir de fazer inúmeras coisas — até mesmo de ser vista por outras pessoas.

Um episódio grave aconteceu quando o homem decidiu que iria comprar todas as cópias do filme Êxtase, produção em que a atriz estrelou o primeiro orgasmo do cinema e aparecia completamente nua. Ele não queria que outros pudessem ver Hedy sem roupas, tentando impedir que seu corpo continuasse sendo exposto mundo a fora.

A tentativa não deu certo, como pode-se imaginar. Muitos exemplares da produção circulavam por aí e, por mais surpreendente que isso possa ser, até mesmo o ditador fascista Benito Mussolini possuía sua própria cópia do longa-metragem. Pior que isso: ele não aceitou vendê-lo ao marido da protagonista. 

Mais tarde, a austríaca escreveu em sua autobiografia, Ecstasy and Me (Êxtase e Eu, em tradução livre), lançado em 1966, que tinha um relacionamento abusivo com Mandl. Possessivo, ele a trancou em casa em diversas situações.

Crédito: Wikimedia Commons

Ela já estava cansada dos abusos de seu casamento e não via outra opção senão fugir. Com a morte de seu pai, ficou ainda mais fácil que ela abandonasse sua vida anterior em seu país natal. Foi então que a atriz decidiu fugir para Paris, na França e depois para os Estados Unidos.

Para escapar do homem abusivo, drogou-o e levou consigo uma mala repleta de ricas jóias, visto que o marido era extremamente rico. Em solo estadunidense, recomeçaria sua vida, continuando a atuar e, ainda, desenvolvendo tecnologia. Logo na viagem de navio ao país americano, conheceu o magnata Louis B. Mayer. Chamando sua atenção, foi logo contratada pela Metro-Goldwyn-Mayer mesmo antes do fim da jornada ao mar.

Foi assim que a fuga de seu marido e relacionamento abusivo que Hedy conseguiu uma carreira de sucesso em Hollywood. Não esquecendo de suas origens e dos problemas que seus familiares poderiam enfrentar na Europa, ainda foi responsável por desenvolver o salto de frequência. Ele poderia ter sido aplicado em aviões e navios de guerra dos Estados Unidos para despistar radares nazistas, mas isso não chegou a acontecer.

No entanto, além de ser utilizado em comunicação de guerra, posteriormente ao conflito mundial, a tecnologia base possibilitou a criação da maioria das comunicações sem fio, como celulares, redes wireless e GPS.


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