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Matérias / Personagem

A fúria de Arthur Miller após a morte de Monroe: “A maioria deles a destruiu, senhoras e senhores”

Pouco tempo depois da morte da atriz, que foi sua segunda esposa, o dramaturgo escreveu um ensaio, que ficou perdido no tempo por vários anos

Fabio Previdelli Publicado em 15/06/2021, às 10h30 - Atualizado às 11h00

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Atriz norte-americana Marilyn Monroe - Wikimedia Commons
Atriz norte-americana Marilyn Monroe - Wikimedia Commons

Em 29 de junho de 1956, Marilyn Monroe se casou pela terceira vez, na ocasião com o dramaturgo Arthur Miller. Como explica Donald Spoto em ‘Marilyn Monroe: The Biography’, a união recebeu diversas críticas da imprensa.  

Algo corroborado por Jeffrey Meyers em ‘The Genius and the Goddess: Arthur Miller and Marilyn Monroe’, que explica que muitos veículos viam a relação deles como algo “incompatível”, afinal, Marilyn era vista como a “loira burra” dos cinemas e Miller como um grande “intelectual”. 

O dramaturgo Arthur Miller/ Crédito: U.S. State Department/Wikimedia Commons

Após gravar ‘Nunca Fui Santa’ e ‘The Prince and the Showgirl’, ambos em agosto de 1956, a atriz voltou à Inglaterra para dedicar-se à vida de casada, se ausentando de seus trabalhos por 18 meses, relata Spoto. Meses depois, Monroe engravida, mas acaba tendo que abortar por se tratar de uma gravidez em que o embrião se forma fora do útero.  

Após participar de dois filmes roteirizados por Miller, ‘Adorável Pecadora’ (1959) e ‘Os Desajustados (1961), a atriz se separa do terceiro marido sob algumas polêmicas: a primeira é que, durante as gravações do primeiro longa, é divulgado pela imprensa que Marilyn teve um caso com Yves Montand, com quem contracena no filme, como explica Sarah Churchwell em ‘The Many Lives of Marilyn Monroe’. 

Além disso, segundo Sarah, o roteiro do segundo filme não agradou em nada a atriz, que via muitas cenas de sua personagem serem baseadas em partes de sua própria vida. Na produção, a loira vive uma mulher recém-divorciada que se torna amiga de três cowboys. Meses depois, a atriz é encontrada morta em sua casa, em Los Angeles, nas primeiras horas da manhã de 5 de agosto de 1962. 

A morte de Marilyn, segundo Miller 

Pouco depois da morte de sua segunda esposa, Arthur Miller expressou toda sua raiva em um ensaio que ficou 'perdido' no tempo. O texto faz parte de uma das muitas obras inéditas do escritor que ficaram guardadas em um extenso arquivo com manuscritos, cadernos e cartas escritos por ele, que foram adquiridos pela Harry Ransom Center, da Universidade do Texas, em Austin, em janeiro de 2018.  

Comprado por cerca de 2,7 milhões de dólares, segundo o The New York Times, o acervo possui rascunhos de peças famosas de Arthur, como o de ‘Todos eram meus filhos’ (1947);  ‘Morte de um Caixeiro Viajante’ (1949);  ‘The Crucible’ (1953); e ‘A View from the Bridge’ (1955). Segundo o Times, o catálogo todo possui “32 metros lineares de material”. 

Além disso, o arquivo também possui mais de 50 das revistas em que o dramaturgo registrou ideias, rascunhos, trechos de diálogos e reflexões sobre sua vida, dos anos 1940 aos 2000, como aponta o The Guardian.  

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Cripta onde Marilyn foi enterrada/ Crédito: Arthur Dark/Wikimedia Commons

Entre seus inúmeros trabalhos não publicados, destaca-se o ensaio que ele escreveu sobre a morte de Monroe.

No escrito, que ele revisou diversas vezes ao longo dos anos, ele critica os "enlutados públicos" que "ficam ali chorando e boquiabertos, felizes por não ser eles indo para debaixo terra, felizes que é esta linda menina que finalmente vocês mataram”. 

“Em vez de ir ao funeral para tirar uma foto, decidi ficar em casa e deixar os enlutados públicos acabarem com a zombaria”, escreveu Arthur. “Não que todos lá sejam falsos, mas são o suficiente. A maioria deles a destruiu, senhoras e senhores”. 

Com a aquisição, o Ransom Center, que já abrigava arquivos de outros importantes dramaturgos, incluindo Tennessee Williams, Samuel Beckett e David Mamet, revelou que Miller doou os primeiros manuscritos e cadernos de peças para sua coleção no início dos anos 1960, e que a compra “amplia muito” o arquivo sobre Arthur.  

Arthur Miller é um dos melhores dramaturgos de nosso país, que deu forma dramática a temas centrais para a nossa história americana ainda em evolução”, declarou à época o diretor do Ransom Center, Stephen Enniss, como aponta o The Guardian.

“Nos próximos anos, todas as pesquisas de fontes primárias sobre a vida e a obra deste importante dramaturgo americano começarão aqui”, completou — algo que foi celebrado pelo filho de Arthur, Robert A. Miller, que declarou que a família estava “satisfeita por ter encontrado um lar adequado para as volumosas notas de papai”.


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