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Matérias / Egito Antigo

Glória, prestígio e poder: o importante — e esquecido — reinado de Seti I no Egito

Assumindo um reino em profunda crise, Seti restaurou a glória militar e o empreendimento artístico e arquitetônico no Nilo, criando as mais prestigiadas obras conhecidas da sua civilização

André Nogueira Publicado em 14/05/2020, às 10h00 - Atualizado às 11h16

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Representação de Seti I - Wikimedia Commons
Representação de Seti I - Wikimedia Commons

Seti I foi um importante faraó, responsável pela fundamentação da Décima Nona Dinastia do Egito, sendo o segundo desta. Sua linhagem, caracterizada pela herança de grandes generais, ascendeu após a crise da experiência de Amarna, pois o faraó Horemebe não deixou herdeiros, abrindo espaço para seu vizir e pai de Seti, Ramsés I. Além de reconstruir importantes núcleos de desenvolvimento dos Reinos do Egito, o faraó ficou marcado pelo empreendimento de guerras vitoriosas de fortalecimento do Império e por ser pai do famoso Ramsés, o Grande.

O período de passagem dinástica entre Horemebe e Ramsés é bastante confuso e obscuro, principalmente pois o antecessor foi muitas vezes visto como transitório da dinastia posterior. Porém, é fato que Homerebe era descendente direto de Nefertiti, Esposa Real de Akhenaton.

O nome de Seti é uma referência a seu avô, um comandante militar da região do Delta (Baixo Egito) que articulou grande poder. No Egito, os nomes reais possuem muita importância, sendo uma forma praticamente divina de se referir ao cargo político e religioso.

Com pouca documentação precisa de seu governo, que pegou um Egito em crise política e institucional, com o fortalecimento dos templos de Amon em oposição ao poder palaciano, atribui-se o mandato de Seti I ao período entre 1290 e 1279 antes da Era Cristã.

Templo de Abidos, maior obra de Set I / Crédito: Wikimedia Commons

A formação de sua corte real se fundamentou fortemente no poderio militar, em contradição à ascensão do sacerdócio na capital. Seu casamento provém de uma associação com um subordinado, tenente Raia, cuja filha Tuya deu origem ao futuro imperial. Seus familiares são conhecidos como Dinastia Ramesséssida, uma das mais poderosas do Egito.

Com o Egito caindo em descrédito no cenário regional e em crises constantes, Seti focou em retomar a glória do império, empreendendo grandes feitos militares que colariam seu governo no status de reis anteriores do mundo pré-Amarna. Segundo os escritos monumentais do Templo de Karnak, suas principais vitórias ocorreram na Síria, no Levante e no Norte da África.

Seu maior sucesso foi uma campanha contra a região perdida pelo império durante o fechamento em Amarna, que partia da cidade de Cadexe, suprimia a região dos amoritas (que séculos antes tomaram a Mesopotâmia sob comando de Hammurabi), o Levante ia até os domínios hititas.

Painel da tumba de Seti I / Crédito: Wikimedia Commons

Seu comando de Cadexe durou pouco tempo e uma guerra com Hattusa começou, durando até o reinado de Ramsés II. Seti também liderou dominações em localidades diversas ocupadas nos desertos da Líbia, a oeste, além da supressão de revoltas na Núbia dos kush, fortalecendo a fronteira sul. Os espólios da guerra e a retomada dos tributos financiaram um fortalecimento da infraestrutura egípcia.

Por esse motivo, seu reinado também ficou marcado por grandes construções e obras artísticas e fluviais. Foi com Seti que a principal ala do Templo de Karnak, a Sala Hipostila (centro com grandes pilastras) foi criada e, um templo para Osíris (o mais popular dos deuses) foi construído em Abidos, aumentando sua credibilidade.

Uma das principais obras desse templo reforçou a legitimação do poder da dinastia: um grande relevo representando Seti levando o filho Ramsés em uma jornada pelos nomes de uma gigantesca lista de faraós, o que era uma reafirmação da linhagem de realeza do governo egípcio. Além disso, a obra destaca a importância do campo religioso, ignorando a existência do reinado de Amarna (incluindo Akhenaton e Tutancâmon), considerado herético.

Múmia de Seti / Crédito: Wikimedia Commons

Na segunda metade de seu reinado, Seti I ordenou o erguimento de seu túmulo no Vale dos Reis. A construção, catalogada atualmente como KV17, é a maior e uma das mais sofisticadas tumbas do local, em uma demonstração das melhorias substanciais que seu reinado desenvolveu na arte.

Diante de todo o esplendor de seu governo, Seti morreu em pleno auge, com cerca de 40 anos de idade. Seu corpo foi embalsamado pela mais competente equipe de sacerdotes de Anúbis, e sua múmia foi sepultada com grande apreço, num momento de grande apoio popular e desenvolvimento das técnicas e das instituições —basicamente, a restauração do Egito e sua cultura.

Porém, sua múmia, considerada a mais bem preservada conhecida, foi encontrada em Luxor, provavelmente porque o prestigiado faraó tivera seu corpo restaurado duas vezes em governos posteriores. Foi sepultado novamente ao lado do filho.


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