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Matérias / Personagem

Há 110 anos, morria o escritor Euclides da Cunha

Um dos primeiros a analisar criticamente o sertão, Euclides teve importância ímpar para a Literatura brasileira

Vinícius Buono Publicado em 15/08/2019, às 08h00

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Euclides da Cunha - Reprodução
Euclides da Cunha - Reprodução

Nascido em Cantagalo, pequeno município no estado do Rio de Janeiro, Euclides da Cunha foi um escritor, jornalista e primeiro-tenente do exército. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira se deu quando foi mandado para cobrir a Guerra de Canudos, após o exército brasileiro responde à criação de uma comunidade, no nordeste, pelo guru messiânico Antônio Conselheiro.

A partir da experiência, escreveu, em 1902, Os Sertões, sua obra-prima. O livro foi um dos precursores do movimento modernista, praticamente fundando a fase do pré-modernismo, duas décadas antes da Semana de Arte Moderna.

Seu estilo eloquente, aliado a regionalismos e neologismos, permitiram que contasse a história não só do conflito de Canudos, como dos seres humanos que ali habitavam e que, na época, eram negligenciados. Uma das passagens mais famosas da obra prega: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte", mostrando o empenho que teve o autor em desconstruir a imagem daquelas pessoas.

O livro é dividido em três partes: A terra, o homem e a luta, preocupando-se em oferecer um panorama que desmistificasse não só a população, como também a paisagem do sertão nordestino e a própria comunidade estabelecida por Conselheiro, que muitos acusavam de monarquista. 

A obra permitiu que Euclides fosse eleito para a Academia Brasileira de Letras no ano seguinte. Foi convidado, também, a chefiar a expedição no norte do Brasil que demarcou as fronteiras com o Peru em 1904.

Casou-se com Ana Emília Ribeiro. Porém, ela se apaixonou por Dilermando de Assis, um cadete do exército 17 anos mais jovem. Teve dois filhos com o rapaz, um deles assumido por Euclides.

Ainda assim, em 1909, o escritor foi armado à casa de Dilermando, disposto a matar ou morrer. O cadete reagiu, e, em 15 de agosto de 1909, num dos crimes passionais mais famosos do Brasil, o famoso escritor foi morto por ferimento à bala.