A principal máquina do inventor brasileiro já havia falhado e até voado com ajuda de um balão, só entraria para a História neste dia, em 1906
André Nogueira Publicado em 23/10/2019, às 10h28
Originalmente, o 14-Bis era um modelo de aeroplano acoplado num balão (de número 14, dando nome à máquina), para facilitar a decolagem, cujos testes se iniciaram em julho de 1906. Neste tempo, Alberto Santos Dumont partia de experimentações para melhorar sua máquina e criar uma aeronave efetivamente autônoma e funcional, que decolasse sem auxílio de outras máquinas.
Após o teste falho realizado em agosto, Santos-Dumont relatou algumas faltas: envernizou a seda das asas, aumentando a capacidade de sustentação, tirou completamente a roda traseira, o que possibilitou uma decolagem precisa e veloz, e removeu a estrutura da hélice. Com essas modificações, era possível realizar um voo independente.
O primeiro teste promissor do voo do 14-Bis, também conhecido como Oiseau de Proie, sem a presença do balão ocorreu em 23 de outubro de 1906. No campo de Bagatelle, em Paris, o segundo protótipo do avião de Dumont decolou e percorreu 70 metros a dois metros de altura do chão. Mil espectadores assistiram à façanha.
Sob supervisão da Comissão Oficial do Aeroclube da França, o voo foi comemorado, mas seu pouso ainda foi rudimentar e brusco, danificando os trens de pouso. Porém, foi reconhecido o sucesso do inventor daquela que seria a máquina mais pesada do que o ar.
O sucesso do episódio incentivou o aviador a incrementar seu 14-Bis, possibilitando o teste de 12 de novembro, em que o aviador brasileiro quebrou o recorde, percorrendo 220 metros em 21,5 segundos. Hoje, há um monumento ao voo de Santos-Dumont no Campo de Bagatelle.
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