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Matérias / Personagem

Há 31 anos, o Brasil dava adeus ao ícone da música brasileira, Cazuza

O poeta faleceu em 7 de julho de 1990, em decorrência de complicações da AIDS. Para recordar sua trajetória, o Aventuras na História entrevistou o professor de Cinema e Audiovisual da Estácio, Ricardo Gomes Bento

Penélope Coelho Publicado em 07/07/2021, às 00h00

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Cazuza em foto pessoal - Divulgação/Viva Cazuza
Cazuza em foto pessoal - Divulgação/Viva Cazuza

'Exagerado', 'O Tempo Não Para', 'Ideologia', 'Todo Amor Que Houver Nessa Vida', 'Codinome Beija-flor', 'Preciso Dizer Que Te Amo' e 'Faz Parte do Meu Show', todas essas canções que ficaram marcadas na história da música brasileira foram eternizadas pelo cantor, compositor e poeta carioca, Agenor Miranda Araújo Neto, o Cazuza.

De família rica e personalidade transgressora, o artista que iniciou a carreira de forma espontânea, passou pelo mundo como um furacão, deixando seu legado eterno, ao levantar diferentes bandeiras e lutas e ao mesmo tempo emocionar o país com suas letras.

Este 7 de julho marca os 31 da morte do poeta, que faleceu em 1990, em seu estado, Rio de Janeiro, aos 32 anos de idade. Seu precoce falecimento aconteceu em decorrência de um choque séptico causado pela AIDS.

No auge do preconceito relacionado à doença, Cazuza decidiu expor seu diagnóstico, ajudando brasileiros que enfrentavam a mesma situação.

Para recordar a trajetória do artista, o site Aventuras na História entrevistou com exclusividade o professor de Cinema e Audiovisual da Universidade Estácio de Sá, Ricardo Gomes Bento.

Cazuza no palco em 1988 / Crédito: Divulgação / CAFé Simone Pedaços/ Wikimedia Commons

Faz parte do seu show 

Filho de Lucinha Araújo e do empresário e produtor musical fundador da Som Livre, João Araújo, Caju — como era chamado pelos amigos —, cresceu no berço de ouro da música brasileira. Não demorou muito para que o pequeno de personalidade intelectual, como descreveu Lucinha no livro Só As Mães São Felizes (1997), se transformasse em um artista rebelde.

Ao ser apresentado pelo cantor Leo Jaime, para um grupo musical que procurava por um vocalista, Cazuza iniciou sua trajetória no rock nacional, ao se juntar ao Barão Vermelho.

Leo foi uma ponte fundamental, já que o Barão ensaiava na Zona Norte e Cazuza era um típico garoto da Zona Sul carioca. Sem estereótipos, é claro, mas é possível que eles nem se conhecessem se não fosse a música", diz Ricardo.

Foi assim que o cantor encontrou seu maior parceiro musical, Frejat, guitarrista e também vocalista da banda. Sabe-se que no inicio, o Barão enfrentou críticas pelo som que faziam, mas logo se tornaram um sucesso.

É bom lembrar que o Barão Vermelho sempre contou com músicos de primeira linha, como Frejat, Guto, Fernando, , Rodrigo, Peninha e Mauricio. Essa estrutura ajudou  Cazuza a explodir no palco e se soltar nos estúdios", afirma Bento.

Prezando por sua liberdade e necessidade de se expressar de outras maneiras, não demorou muito para que Cazuza anunciasse sua saída da banda, em 1986, cinco anos depois de entrar para o grupo.

"Sair do Barão Vermelho era uma questão de tempo, já que um furacão como Cazuza precisava de mais autonomia sobre o que gravar e como gravar”, reitera o professor. Segundo Ricardo, apesar do espetáculo ao lado do Barão Vermelho, foi sozinho nos palcos que a carreira do artista se consolidou:

Precisamos lembrar que Cazuza começou no Barão, mas ficou pouco tempo na banda. É fundamental ouvir o Barão com ele, para entender a trajetória, mas, sem dúvida, a carreira solo foi o auge desse artista que tanto faz falta hoje em dia”.

Para o professor, seus trabalhos de maior destaque foram ‘Exagerado’, de 1985; ‘Ideologia’, de 1988; e ‘Burguesia’, de 1989.

Mostrando sua cara 

Em paralelo a sua carreira solo, o compositor vivia momentos difíceis na vida pessoal. No ano de 1989, quando o vírus HIV enfrentava o auge de preconceitos homofóbicos, o artista decidiu ‘mostrar sua cara’, em referência à canção Brasil.

Ao falar abertamente sobre seu diagnóstico positivo para AIDS, o poeta trouxe identificação em uma época tão difícil, além de abrir a possibilidade do debate sobre o assunto.

Foi muito importante, já que até hoje muitos artistas, que são formadores de opinião, não se posicionam sobre religião, política, entre outros assuntos. É sempre importante lembrar que o mundo fica melhor sempre que debatemos os assuntos. Obviamente, com respeito e buscando soluções”, pontua o professor.
Cazuza durante a performance de Faz Parte do Meu Show, em 1988 / Crédito: Divulgação/Youtube/ Sergio Valério do Sacramento

Na época, mesmo adoentado, Caju decidiu gravar o show de O Tempo Não Para, em outubro de 1988, na casa de shows Canecão, no Rio de Janeiro. Os últimos registros do cantor ao vivo ficaram eternizados, já que mesmo com a saúde frágil, nos palcos, Cazuza era de uma força dominante.

Um gênio como Cazuza se mostrava por completo no palco [...] que é o ápice do artista. Cazuza não perdeu a presença de palco mesmo doente. Foi um gigante até o último dia de vida", diz Ricardo sobre os shows.

Hoje, exatamente 31 anos depois de sua morte, o poeta ainda é lembrado por suas canções:

Alguns compositores têm o poder de retratar um espaço de tempo, mas, ao mesmo tempo, fazer com que aqueles versos e estrofes se tornem atemporais [...]. Artistas originais, autênticos e transgressores terão as obras lembradas para sempre", afirma o professor.

Para Gomes, o maior legado de Cazuza se refere à sua autenticidade e sua vontade de mudar a caretice, o que fez do cantor um “furacão no palco e um gênio na composição, seja no Barão Vermelho ou na carreira solo”.   


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