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Matérias / Estados Unidos

Há 328 anos pessoas eram presas ou mortas durante o Julgamento das Bruxas de Salém

Devido a um pensamento mais conservador e religioso, a pequena cidade americana no Massachusetts se tornou palco de um dos maiores casos de caça às bruxas conhecidos até hoje

Giovanna de Matteo Publicado em 19/08/2020, às 08h35

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Ilustração fantasiosa do Julgamento de Salém - Wikimedia Commons
Ilustração fantasiosa do Julgamento de Salém - Wikimedia Commons

Há exatos 328 anos, no dia 19 de agosto de 1692, em uma pequena cidade do Massachusetts, nos Estados Unidos, acontecia o famoso julgamento das Bruxas de Salém, onde cerca de 200 pessoas foram presas ou acusadas de bruxaria e 20 foram condenadas à morte, sendo que cinco delas foram executadas naquele dia.

Muito do que aconteceu foi devido as pensamentos da época, que eram baseados pela religião e pela crença cristã, no qual acreditavam que Deus e o demônio regiam tudo o que acontecia e tudo o que eles viviam. Foi assim que os boatos de que algumas mulheres estariam lançando feitiços sobre as pessoas do vilarejo de Salém se espalharam, se tornando um dos maiores casos de caça às bruxas conhecidos até hoje.

Confira abaixo os 5 fatos curiosos que separamos a respeito do famoso Julgamento das Bruxas de Salém:

1. Primeiros casos de amaldiçoamento?

Tudo começou em janeiro de 1692, quando a filha do reverendo de Salém (Samuel Parris), Elizabeth, e a sua sobrinha, Abigail, começaram a apresentar comportamentos incomuns para a época.

Entre gritos tenebrosos e sons esquisitos, as meninas atiravam objetos pelo ar sem razão aparente e contorciam-se de uma forma assustadora. Quando o médico daquela região, o conhecido Daniel Spofford — veterano da guerra civil americana que curava as pessoas através de uma medicina metafísica chamada de "Ciência Cristã" —, fez uma visita às meninas, alegou com certeza absoluta que elas estariam amaldiçoadas.

O caso só cresceu quando outra menina do vilarejo, chamada Ann Putnam, começou a exibir os mesmos sintomas preocupantes. 

O depoimento de Abigail Williams contra bruxaria / Crédito: Wikimedia Commons

Estudos recentes afirmam que esses sintomas "bizarros" apresentados pelas meninas, na verdade, pode ter sido adquirido através de uma infecção causada por um fungo, que é encontrado comumente em pães, no qual pode causar dores corporais, dissociação e alucinações.


2. Obra do diabo?

As três meninas, que ainda eram crianças na época, não tinham consciência sobre o que estava ocorrendo em seus corpos e mente. Assustadas e pressionadas pelos líderes religiosos locais, que atribuíram a doença acometida por elas como "obras do diabo", as pequenas acabaram por culpar duas mulheres de as terem as amaldiçoado:  Sarah Good, uma mendiga; e Sarah Osborne, uma idosa pobre. 

Ao longo do tempo as acusações de bruxaria começaram a crescer tanto que contabilizaram quase 300 pessoas, em sua maioria mulheres consideradas "estranhas", pecadoras ou promíscuas.


3. O caso de Tituba

Tituba era uma indígena da América do Sul, levada para Salém como escrava. Ela foi convocada para fazer o que chamavam de "bolo de bruxa", que, em tese, curaria as meninas que estavam sofrendo desses sintomas demoníacos.

Esse bolo seria composto pela urina das meninas e centeio, que seria dado aos cachorros delas com a promessa de que quebraria a maldição. Apesar da boa intenção, o feito desse bolo levou Tituba a também ser acusada de bruxaria — sendo depois condenada à fogueira. 

Ilustração de Tituba e as crianças enfeitiçadas / Wikimedia Commons

Tituba foi a única acusada a admitir, após longo interrogatório e torturas, que tinha feito um pacto com o demônio. Ela afirmou ter assinado um livro com o tinhoso e garantido que mais bruxas estavam espalhadas pelo vilarejo com o objetivo de acabar com os puritanos que tomavam conta do lugar.


4. Martha Corey e outros casos chocantes

Martha Corey foi uma das acusadas de bruxaria que causou grande escândalo sobre o vilarejo. Ela era uma mulher devota à Igreja e que se dedicava frequentemente a questões religiosas.

Essa confissão em particular deixou a comunidade em pânico: se até uma mulher ligada à Igreja poderia ser enfeitiçada, ninguém conseguiria ser temente o suficiente para não ser apanhada pelo diabo. Outro caso chocante foi o de Dorothy, a filha de 4 anos de Sarah Good — que após horas de interrogatório, as autoridades acabaram a acusando de bruxaria.

O ministro Cotton Mather e seu filho, Increase Mather, na época presidente da Universidade de Harvard, sabendo da grande histeria que se arregassava sobre Salém, pediram ao Governo da cidade para que parassem de considerar sonhos e "visões" como evidências reais em testemunhos que estavam levando à morte de pessoas.

Os pedidos só foram considerados pelo governador Phipps quando sua própria esposa foi acusada pela comunidade de também estar praticando bruxaria. Com isso, Phipps deu um basta na paranoia coletiva que havia se instaurado e, com o passar do tempo, as condenações diminuíram. As mulheres que ainda estavam presas acabaram sendo liberadas em maio de 1693.


5. O fim da caça às bruxas

Com o fim das acusações, dos julgamentos, das prisões e das sentenças de morte, a comunidade acabou pedindo perdão publicamente pelos casos julgados. No dia 14 de janeiro de 1697, o Tribunal Geral de Salem promoveu um dia de jejum em respeito às almas das mulheres condenadas. 

Memorial em Salém em memória das "bruxas" condenadas / Crédito: Wikimedia Commons


Houve também outras retratações. Em 1711, por exemplo, os parentes das vítimas receberam 600 libras como forma de indenização pelo abuso e morte de seus familiares, no entanto, o estado de Massachusetts, onde fica o vilarejo de Salém, só se desculpou formalmente pelas barbaridades em 1957 — longos 250 anos após os julgamentos.

Hoje em dia Salém é um vilarejo turístico exatamente por conta desses casos, sendo o "Museu das Bruxas de Salém" o ponto mais visitado de lá. 


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