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Matérias / Personagem

Há exatos 57 anos, Jean-Paul Sartre recusava o Nobel: "Não desejo figurar na lista"

O filósofo não apenas foi o primeiro a fazer isso na categoria literária, como deixou de lado uma quantia financeira notável

André Nogueira, atualizado por Wallacy Ferrari Publicado em 22/10/2021, às 07h00

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Jean-Paul Sartre em imagem de 1967 - Wikimedia Commons / T1980
Jean-Paul Sartre em imagem de 1967 - Wikimedia Commons / T1980

Jean-Paul Sartre é um dos mais conhecidos e influentes filósofos do século 20. Disseminador das ideias existencialistas, ele foi um homem astuto, excêntrico e dedicado. Além de obras estritamente filosóficas, Satre também atuou na literatura, escrevendo romances e peças reflexivas que o renderam o Prêmio Nobel em 1964.

No entanto, naquele dia 22 de outubro em que o Instituto Nobel declarou Sartre como o vencedor na categoria Literatura, houve um estardalhaço na academia: o filósofo francês recusou o prêmio e o valor em dinheiro, pela primeira vez de forma voluntária.

À equipe do Nobel, Sartre lançou uma nota. Confira abaixo.

Crédito: Domínio Público

“Senhor secretário,

Segundo algumas informações eu teria este ano algumas chances de obter o prêmio Nobel. Ainda que seja sempre presunçoso falar de um voto antes que este ocorra, tomo a liberdade de escrever-lhe para evitar um mal entendido: por razões estritamente pessoais, não desejo figurar na lista dos possíveis agraciados. Sem que isso signifique questionar a alta estima que tenho pela Academia Sueca e pelo prêmio que ela concede, não posso e nem quero neste ano e nem no futuro aceitar o prêmio Nobel.

Peço-lhe, senhor Secretário, aceitar as minhas desculpas por uma situação que lastimo e crer em minha alta consideração,

Jean Paul Sartre.”

Sartre não abriria mão de seus princípios. O pensador explicou isso uma vez ao jornal Le Figaro, da França: além de lamentar o escândalo que seu ato gerou, também afirmou que sua atuação literária ocorre essencialmente livre e não depende de instituições e julgamentos que categorizem a qualidade de seu trabalho.

Sartre / Crédito: Wikimedia Commons

O artista não queria receber prêmios que destacassem sua obra como mais relevante, assim como não queria ter seu nome associado à Real Academia Sueca de Ciências. Fez o mesmo ao ter tido a chance de receber a Legião de Honra francesa.

Além do mais, Sartre tinha total consciência de que a premiação do Nobel não tem como único, ou mesmo principal critério a qualidade artística de um trabalho, mas está diretamente ligada a uma projeção ideológica, política e imaginativa que tem preferência pelos modelos ocidentais de arte. 

Porém, como a vitória no Nobel é separada da recepção do prêmio, o Nobel de Literatura de 1964 ainda é creditado a Jean-Paul Sartre, mesmo após a recusa. Ele venceu pelo peso de suas obras como A Náusea, O Ser e o Nada, Entre Quatro Paredes e As Palavras.


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