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Matérias / EUA

A bomba de hidrogênio descartada e perdida na costa americana

Perto da Ilha de Tybee, Georgia, uma bomba de hidrogênio ainda repousa no fundo do mar, em local desconhecido

Guilherme Gorgulho, Arquivo Aventuras na História Publicado em 05/02/2018, às 10h46 - Atualizado em 03/02/2023, às 10h46

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Uma bomba de hidrogênio Mark 15, como a que foi perdida - Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos
Uma bomba de hidrogênio Mark 15, como a que foi perdida - Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos

Surgida em 1952, meros 7 anos após Hiroshima, a bomba de hidrogênio - ou arma termonuclear - é a segunda e atual geração de dispositivos de aniquilação atômica. É uma bomba dentro de uma bomba, em que uma reação de fissão nuclear, como a de Hiroshima, causa fusão nuclear em átomos de hidrogênio, o que por sua levar a ainda mais reações. A ideia é ampliar o poder destrutivo.

Para se ter uma ideia da eficiência, a Tsar Bomba, a maior bomba de hidrogênio já feita, tinha 50 megatons de capacidade - equivalentes a 3 333 bombas de Hiroshima, com meros 15 quilotons.

Em um incidente ocorrido em 5 de fevereiro de 1958 em Savannah, no estado da Geórgia, a Força Aérea dos Estados Unidos simplesmente “perdeu” uma bomba de hidrogênio de três toneladas e meia. A incrível história do desaparecimento do artefato até hoje incomoda as autoridades americanas, em meio ao risco a que a população local estaria exposta.

Poder destrutivo

O explosivo foi descartado na costa americana, mais especificamente na ilha de Tybee, no Oceano Atlântico, por um bombardeiro B-47 após uma colisão em pleno ar com um avião de combate F-86 durante uma operação de treinamento. Com mais de 180 quilos de ex­plosivos e uma quantidade indeterminada de urânio, a bomba tem paradeiro desconhecido pelas autoridades americanas.

Danificado após o choque, o B-47 apresentava sérios danos, apesar de ainda conseguir manter-se no ar. A alternativa do piloto Howard Richardson foi de eliminar a carga, que poderia ter um fim trágico durante a aterrissagem de emergência, e buscar um pouso na base aérea de Hunter, nas proximidades de Savannah.

Momentos após ter ejetado a bomba – do tipo Mark 15, com quatro metros de comprimento – em Tybee, o piloto recebeu a ordem de descartá-la num local a mais de 30 quilômetros dali. Era tarde demais.

Logo após o acidente em 1958, equipes da Força Aérea americana realizaram buscas em uma área de oito quilômetros quadrados, durante no­ve semanas, antes de sentenciar que a bomba de Tybee estava “irremediavelmente perdida”.

Busca

Uma nova busca foi empreendida em setembro de 2004, em meio a informações de que uma grande quantidade de radiação havia sido localizada no local em que o artefato havia supostamente caído. Em junho de 2005, a Força Aérea anunciou que a ocorrência da emissão radioativa era de fonte natural e que, portanto, o artefato continuava desaparecido.

A Mark 15 foi projetada para ter uma potência equivalente a 253 vezes à da bomba de Hiroshima. Se ela explodisse, mesmo embaixo d'água, pessoas em um raio de 2 quilômetros seriam vaporizadas e, em até 20 quilômetros, sofreriam queimaduras de terceiro grau. As quase de 400 mil pessoas que vivem na área metropolitana de Savanah, Georgia, poderiam ser aniquiladas.