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Matérias / Estados Unidos

Há 64 anos, Rosa Parks recusava-se a entregar seu lugar no ônibus para um homem branco

A implacável atitude da costureira tornou-se símbolo da luta pelos Direitos Civis dos negros nos Estados Unidos

Adriana Maximiliano Publicado em 01/12/2019, às 11h24

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Rosa Parks reproduzindo a cena que mudou os rumos da História - Getty Images
Rosa Parks reproduzindo a cena que mudou os rumos da História - Getty Images

Ná década de 1960, nos estados americanos do Sul, como o Alabama, os negros eram considerados cidadãos de segunda classe. Não podiam votar, eram proibidos de entrar em certos clubes, lojas e igrejas e, no transporte público, tinham que dar preferência aos brancos.

Em 1º de dezembro de 1955, essa discriminação foi posta em xeque por uma costureira negra de 42 anos. Cansada e com dores nos pés depois de um dia de trabalho, Rosa ­Par­ks se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um homem branco.

"Eu não imaginava que ficaria envolvida até o pescoço no Movimento Pelos Direitos Civis e muito menos que meu ato naquele dia teria um impacto tão grande. Mas já ansiava e lutava por mudanças há muito tempo", confessou Rosa Parks em entrevista à AH concedida dias antes de falecer, em 2005. 

Rosa Parks logo após sua prisão / Crédito: Getty Images

A regra era clara: havia duas seções, de brancos e negros. Brancos sentariam na frente e negros atrás. Mas, se houvesse um único branco em pé, o motorista deveria mover para trás a placa que indicava o limite das seções. A ação faria com que os negros mais à frente tivessem que saltar para trás ou ainda ficarem de pé. Mas Rosa disse não.

O motorista do ônibus pediu que a mulher levantasse. “Não”, respondeu simplesmente. “Bem, então vou fazer com que a prendam”, falou James Blake, o motorista do transporte em que ela estava. De maneira intransigente, Parks ainda disse: “pode fazer isso”.

Dito e feito, Rosa Parks foi presa pela implacável e revolucionária atitude. Ao saber da notícia, Martin Luther King Jr. e outros líderes da NAACP (National Association for the Advancement of Colored People) transformaram o caso de Rosa no estopim da luta contra a desigualdade racial que ficaria conhecida como o Movimento pelos Direitos Civis.

Martin Luther King, Rosa Parks e outros militantes / Crédito: Getty Images

No dia seguinte, os negros de Montgomery iniciaram um boicote aos ônibus, sob a liderança do quase desconhecido pastor de 26 anos. A atitude acabou causando uma grave crise financeira na região, visto que muitas pessoas negras utilizavam o transporte público norte-americano e, então, simplesmente pararam de ser suas maiores usuárias.

Foram necessários 382 dias até que, em 21 de dezembro de 1956, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarasse inconstitucional a segregação racial nos transportes públicos do país.

"Vivíamos uma segregação racial legalizada e andávamos de cabeça baixa. Os brancos pensavam que eram superiores e não houve um único dia em que eu não tenha me sentido humilhada. Hoje, temos os mesmos direitos que eles. Mas ainda há muita desigualdade e injustiça. O caminho é longo", explicou a ativista. 


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