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Matérias / Estados Unidos

Neste dia, em 2005, morria Rosa Parks, que se recusou a entregar seu lugar para um branco

Conhecida como "a mãe dos movimentos pelos direitos civis", Parks enfrentou o segregacionismo

Redação Publicado em 01/12/2020, às 11h08 - Atualizado em 24/10/2022, às 15h11

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Rosa Parks logo após sua prisão - Getty Images
Rosa Parks logo após sua prisão - Getty Images

Neste dia, em 2005, o mundo recebia a dura notícia da morte de Rosa Parks, ícone dos direitos civis nos EUA, que teve seu nome eternizado nos livros de História. Aos 92 anos, a ativista morreu de causas naturais ao lado de amigos e conhecidos. Mas quem foi Rosa Parks e qual a sua importância na luta antirracista?

Durante as décadas de 1950 a 1970, uma onda segregacionista que determinava a garantia dos direitos civis somente para aqueles que eram considerados "cidadãos" assolou os Estados Unidos.

Em todo o país, mas principalmente nos estados do Sul, afro-americanos, filhos de ex-escravos ou estrangeiros e descendentes de negros sofriam uma recriminação racial intensa.

Eram proibidos de votar, de frequentar espaços públicos dedicados para pessoas brancas, de se relacionar com pessoas que não eram da "mesma cor", assim como não tinham acesso à educação de qualidade. Eram perseguidos até mesmo no transporte público: tinham que dar preferência aos brancos.

No entanto, há exatos 65 anos, uma afro-americana chamada Rosa Parks, que na época tinha 42 anos, mudaria os rumos da história. Após um cansativo dia de trabalho, ela se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco.

A lei do estado determinava claramente que, em um transporte público, os brancos se sentariam na sessão da frente, e os negros nos lugares finais. Porém, se todos os bancos da primeira sessão estivessem ocupados, os privilegiados poderiam ocupar os lugares da segunda sessão. Assim, os negros que estivessem sentados precisariam ir para trás, ou ficarem de pé durante a viagem.

Naquele dia, entretanto, ao se deparar com essa situação, Parks se recusou a seguir a lei segregacionista, e continuou sentada em seu lugar. No momento em que ela se dirigiu com um belo "não" para o motorista do ônibus, que pediu que a mulher levantasse para dar o lugar ao homem branco, todos se indignaram.

“Bem, então vou fazer com que a prendam”, falouo motorista James Blake. Sem medo da ameaça, e cansada de ser tratada inferiormente, a mulher respondeu com firmeza: “pode fazer isso”.

Rosa Parks reproduzindo a cena que mudou os rumos da História/Getty Images

Em entrevista à AH, concedida dias antes de falecer, em 2005, Rosa Parks relembrou o momento: "Eu não imaginava que ficaria envolvida até o pescoço no Movimento Pelos Direitos Civis e muito menos que meu ato naquele dia teria um impacto tão grande. Mas já ansiava e lutava por mudanças há muito tempo", confessou ela.

Cumprindo o que disse, o motorista parou a sua viagem e chamou a polícia. Quando as autoridades chegaram no local, Rosa foi levada para prisão pela desobediência ao Estado.

O caso ficou conhecido e passou pelos ouvidos de Martin Luther King Jr. e de outros líderes da NAACP (National Association for the Advancement of Colored People), que já haviam estabelecido uma luta para combater o racismo nos EUA.

O revolucionário, que na época tinha 26 anos, aproveitou a brutalidade do caso de Parks para organizar um protesto contra a prisão da mulher e também contra a desigualdade racial. O episódio ficou conhecido por ter dado início ao Movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos.

No dia seguinte, com o movimento organizado, centenas de pessoas negras da cidade de Montgomery, no Alabama, promoveram um boicote aos ônibus, que acabou gerando na região uma espécie de crise financeira, já que 70% do público dos transportes públicos eram pessoas negras, que com a greve pararam de utilizar o serviço.

As pessoas que aderiram ao protesto passaram 382 dias em boicote, mais de um ano, até que a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu declarar ilegítima a lei que estabelecia a segregação racial nos transportes públicos em Montgomery e em todo o estado do Alabama, no dia 13 de novembro de 1956.

Martin Luther King, Rosa Parks e outros militantes/Crédito: Getty Images

"Vivíamos uma segregação racial legalizada e andávamos de cabeça baixa. Os brancos pensavam que eram superiores e não houve um único dia em que eu não tenha me sentido humilhada. Hoje, temos os mesmos direitos que eles. Mas ainda há muita desigualdade e injustiça. O caminho é longo", disse a ativista. 

Rosa Parks pôde sair da prisão, e até hoje é conhecida como "a mãe dos movimentos pelos direitos civis". Depois de seu ato revolucionário, o movimento de igualdade liderado por Luther King Jr., que defendia o pacifismo, viria a adotar a desobediência civil como a principal forma de protesto. 


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