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Matérias / Nazismo

Rudolf von Gersdorff: Um homem-bomba contra o Führer

Há 77 anos, o oficial esteve perto de abraçar o ditador com uma bomba-relógio; ele viveu para contar, e foi rejeitado como traidor por outros militares

Letícia Yazbek Publicado em 21/03/2020, às 10h00

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Rudolf von Gersdorff, o homem-bomba - Getty Images
Rudolf von Gersdorff, o homem-bomba - Getty Images

Alguns opositores heróicos do nazismo vão parar no cinema (e interpretados por Tom Cruise, nada menos). Foi o caso do coronel Claus von Stauffenberg, que explodiu uma bomba em 20 de julho de 1944, a menos de dois metros de Hitler. Falhou em matá-lo e acabou executado. A Operação Valquíria terminava em fracasso.

Mas os melhores espiões não são os espiões famosos: os que têm sucesso nunca são descobertos. Gersdorff tentou matar Hitler antes de Stauffenberg e (claro), também não conseguiu. E, de certa forma, seu plano era bem mais corajoso. Literalmente suicida. 

Em 21 de março de 1943, Hitler estava a caminho do armazém Zeughaus, onde participaria de uma exposição de armas apreendidas do Exército Russo. Enquanto isso, o generalmajor Rudolf Christoph Freiherr von Gersdorff se preparava para acabar com a Segunda Guerra Mundial. 

Rudolf von Gersdorff / Crédito: Wikimedia Commons

Mesmo depois das derrotas no norte da África e em Stalingrado, muitos oficiais acreditavaqm que Hitler encontraria uma saída. No mínimo, uma paz honrada. Mas outros viam a coisa diferente. Para eles, a guerra já estava perdida, e a única forma de evitar mais sofrimento era matar o Führer, que arrastaria o país para a guerra até seu amargo fim (como, de fato, fez).

Gersdorff se aproximou do coronel Henning Von Tresckow, chefe de operações do Grupo Central do Exército e líder do principal grupo conspirador, e passou a simpatizar com as ideias do grupo. Ele concordou em sacrificar a própria vida para que o plano funcionasse. Sim, nosso herói era um candidato a homem-bomba.

Füher sortudo

Gersdorff acionaria os dispositivos, programados para explodir em dez minutos. Hitler estaria acompanhado pela alta cúpula nazista — Hermann Göring, Wilhelm Keitel, Heinrich Himmler e Karl Doenitz. Seria a ocasião perfeita para um grande ataque.

O generalmajor armou duas bombas e as escondeu sob seu uniforme. Tentando parecer calmo, ele guiou Hitler e sua comitiva pela exposição. Quando chegasse a hora, ele se atiraria sobre o Führer e mandaria a si mesmo e a ele pelos ares.

Mas Hitler, como aconteceria novamente em julho, tinha os astros em seu favor. Ficou no armazém por menos de dez minutos — virou as costas e foi embora antes que o temporizador pudesse disparar. Ao melhor estilo Hollywood, Gersdorff correu para o banheiro e conseguiu desarmar os detonadores nos segundos finais.

O Führer não desconfiou de nada. O oficial foi transferido para o front oriental, e lutou até o fim sem ninguém perceber nada de estranho a respeito dele. 

Gersdorff  também participou, de forma indireta, da Operação Valquíria. A bomba e o detonador usados em 20 de julho haviam sido escondidas por ele. Conde Von Stauffenberg colocou a bomba em uma pasta e a escondeu debaixo da mesa de conferências durante uma das reuniões militares de Hitler no Wolfsschanz, a Toca do Lobo. Stauffenberg, porém, não era um homem-bomba: deixou a sala minutos antes da explosão, e a mala foi movida de lugar. Hitler escapou com ferimentos leves.

Wolfsschanz depois da explosão / Crédito: Wikimedia Commons

Após a guerra, Gersdorff tentou entrar no exército da Alemanha Ocidental democrática, o Bundeswehr. Foi barrado por outros oficiais veteranos da Segunda Guerra (que, por terem participado só da guerra, não do Holocausto, não foram condenados ). Eles o chamavam de "traidor" e pediram ao chanceler, Konrad Adenauer, um notório antinazista, a barrar sua reintegração.

Em 1979, foi condecorado finalmente com a Grande Cruz de Mérito da República Federal da Alemanha. Morreu em Munique, em 1980, aos 74 anos, deixando suas memórias, em que conta detalhes da participação de oficiais do Exército Alemão nas conspirações contra Hitler.


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