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Matérias / Guerras

Há exatos 45 anos, acabava a longa e brutal Guerra do Vietnã

Neste dia, em 1975, as tropas comunistas comandadas pelo general Van Tien Dung transformaram Saigon num gigantesco campo de batalha, tomando o Vietnã do Sul e vencendo o conflito que durou 20 anos

André Nogueira Publicado em 30/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h24

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Imagem colorida da Guerra do Vietnã - Getty Images
Imagem colorida da Guerra do Vietnã - Getty Images

Até hoje, os EUA só sofreram uma grande derrota militar: a invasão do Vietnã. Na tentativa de fazer prevalecer o Vietnã do Sul contra os comunistas, o imperial país do norte foi duramente massacrado. Levando a mais de 58 mil mortes em 20 anos de batalha e fazendo com que gerações fossem traumatizadas e levadas ao outro lado do mundo para a morte quase certa, até que o país fosse expulso da Indochina. Porém, a retirada das tropas dos Estados Unidos não significou o fim da guerra civil, que durou mais três anos.

O que pareceu o início do fim daquela guerra atroz, já nos anos 1960, foi adiado por conta da Ofensiva Tet, que fez com que Henry Kissinger protelasse os Acordos de Paz, que iam contra os interesses dos EUA, elaborados em Paris junto a Le Duc Tho, o premier sucessor de Ho Chi Minh. As negociações só voltaram a acontecer nos anos 1970.

Os Acordos de Paz de Paris, que se encerraram em 1973, foram ilustrados pela atitude de Duc Tho logo após: recebendo o Prêmio Nobel da Paz ao lado de Kissinger, recusou a medalha, alegando que nenhuma paz ocorreu no seu país, afetado pela disputa de interesses da Guerra Fria que impediu a soberania popular. Passando a sofrer apenas intervenções indiretas das potências, a Guerra do Vietnã continuou, até a vitória dos comunistas em 30 de abril de 1975, que construiu, finalmente, a reunificação do país.

Fuga de sul-vietnamitas em Saigon / Crédito: Wikimedia Commons

Rumo a Saigon

Comandados por Hanói, os soldados vietnamitas (que vinham tanto do Vietnã do Norte quanto os dissidentes do sul, chamados vietcongues) continuaram a marchar rumo a Saigon. Em 1975, as tropas dos generais Tien Dung, Tran Van Tra, Bui Tin e Le Duan chegaram à capital do sul, instalando um gigantesco cerco militar que causou desabastecimento e caos entre civis e militares.

Isso obrigou que o Vietnã do Sul declarasse Lei Marcial, com comando claro de evacuação da cidade. O esforço foi de liberação geral: civis, soldados, estrangeiros e diplomatas eram levados a helicópteros para que fugissem para as fronteiras. Houve até uma operação especial para o translado de órfãos para a Tailândia e o Laos, a Operação Babylift.

A embaixada dos EUA comandava um projeto de evacuação conhecido como Operação Vento Constante, mas adiou o programa para tentar uma negociação de não-invasão da capital. Porém, a fuga se tornou inevitável, e os comunistas deixaram claro sua vontade de tomada de Saigon. Em 29 de abril de 1975, deu-se início àquela que seria a maior operação de resgate por helicóptero da história.

Planos de tomada de Saigon / Crédito: Wikimedia Commons

Pessoas começaram a se digladiar nas ruas em busca de lugares nos veículos de fuga, enquanto o caos já era visível nos arredores da cidade. Repleto de tanques blindados, o Exército Vietnamita forçava a entrada pelos muros e barricadas montadas nas áreas periféricas de Saigon, enquanto a operação se mantinha em correria. A fuga atravessou a madrugada.

Os EUA se esforçaram para a evacuação de todos os seus funcionários e aliados, mas deixaram para trás muitos civis vietnamitas que trabalharam para eles, mas que estavam estigmatizados pela cumplicidade com os invasores. Muitos deles tomaram o prédio da embaixada, no desespero.

Vitória final

Então, na manhã do dia 30, o Exército do Vietnã do Norte acabou de ocupar Saigon, declarando a Queda da capital, que foi renomeada de Ho Chi Minh em homenagem ao fundador do país comunista. Ainda nas primeiras horas de sol, os comunistas haviam tomado os pontos estratégicos da região e, às 11:30, os portões do Palácio Presidencial foram derrubados por um tanque e foi hasteada uma bandeira da Frente Nacional de Libertação, movimento comunista que prontificou as forças do norte.

O Vietnã do Sul, sob comando do general Duong Van Minh, declarou finalmente a rendição incondicional, considerando que não havia mais nada pra negociar diante da tragédia da derrota. Estava encerrada a guerra. No espírito da vitória, os comunistas ainda empreenderam uma ocupação do Camboja, destituindo o regime genocida do Khmer Vermelho, e apoiaram a ascensão do Pathet Lao, unidade socialista no vizinho Laos.

Desesperados, milhares fugiram de helicóptero naquele dia / Crédito: Wikimedia Commons

A vitória dos comunistas pode ser explicada por conta de uma tradição de guerra herdada pelo líder revolucionário Ho Chi Minh, que por sua vez foi inspirado pela Guerra Moderna de Clausewitz e Napoleão, estudada em seu tempo na Europa.

Basicamente, seu esforço bélico se resumiu a uma guerra total, formatada para que toda a nação, como corpo, se dedicasse ao combate às forças inimigas, tendo participação patriótica dos civis em nome de uma causa conjunta. Com isso, os EUA e os sul-vietnamitas não tinham que se preocupar apenas com o Exército de Hanói, mas com todo o ambiente e a população do norte.


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