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Matérias / Estados Unidos

Há 7 anos, uma tragédia era transmitida ao vivo, nos EUA

Com disparos ao vivo, o crime marcou a história do estado de Virgínia pela crueldade

Wallacy Ferrari Publicado em 30/01/2022, às 10h00 - Atualizado às 13h19

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Cenas da transmissão pouco antes dos disparos serem efetuados - Divulgação / YouTube / CBS
Cenas da transmissão pouco antes dos disparos serem efetuados - Divulgação / YouTube / CBS

Os telespectadores que acompanhavam as notícias da manhã em uma afiliada da rede norte-americana CBS não entenderam de imediato uma cena pouco usual.

Enquanto a repórter Alison Parker realizava uma entrevista ao vivo por volta das 6h45 da manhã em frente ao Bridgewater Plaza, localizado na cidade de Moneta, em Virgínia, EUA, alguns estrondos interromperam a transmissão.

A câmera, operada pelo cinegrafista Adam Ward, estava estática momentos antes, sendo movida com instabilidade até o chão após o susto. No pouco de imagem enquadrada que ainda era visível, é possível ver Alison correndo ao fundo. 

Em um corte brusco, sem entrega da jornalista à âncora, as imagens do jornal voltam ao estúdio na sede da CBS, sem explicações. Horas depois, surge a confirmação na programação da emissora; Adam e Alison haviam sido baleados no local da reportagem, ao vivo, e faleceram em decorrência dos disparos.

A grande surpresa, no entanto, se deu pela descoberta da autoria do crime; quem foi até o local e efetuou os disparos era Vester Lee Flanagan, que anos antes, foi jornalista da mesma afiliada, a WBDJ-TV, sendo colega de trabalho do cinegrafista e utilizando o nome Bryce Williams para apresentar reportagens.

Motivação do crime

No momento do crime, o homem abriu uma transmissão de vídeo no Twitter e, em primeira pessoa, filmou a arma sendo direcionada a equipe de reportagem e efetuando os disparos. Na época, o caso foi amplamente repercutido.

A entrevistada, Vicki Gardner, que representava a Câmara de Comércio da região, também foi atingida, mas teve a bala retirada das costas e recebeu alta. Ao total, o homem efetuou sete disparos, descarregando o pente contra os ex-colegasm, segundo o portal de notícias G1. 

Após o atentado, ele foi até seu carro e começou a dirigir, mas foi interceptado por agentes policiais rapidamente informados pela emissora, que iniciaram uma longa perseguição nas rodovias do estado de Virgínia. Após uma troca de carro e uma aproximação perigosa, o veículo conduzido pelo autor dos disparos simplesmente parou.

Ao alcançarem o suspeito, os policiais se depararam com Vester desacordado e com sangramentos intensos após disparar contra si mesmo. Apesar de ter o serviço de emergências direcionado ao seu resgate, o homem faleceu a caminho do hospital por volta das 13h30, iniciando um mistério sobre o que teria motivado o crime.

Funcionário difícil

Em pronunciamento, o então gerente geral da emissora, Jeff Marks, explicou que lembrava do perfil do atirador anos antes, quando o mesmo trabalhou na empresa, mas foi demitido dois anos antes em um episódio tumultuado em decorrência dos problemas relacionados à sua raiva no ambiente de trabalho.

Depois de muitos incidentes em que ele reagiu com muita raiva, nós o demitimos. Ele não aceitou bem [a demissão], nós tivemos que chamar a polícia para escoltá-lo para fora do prédio”, enalteceu Jeff.

Ainda assim, ele tentou recorrer a Justiça contra a emissora e alguns funcionários, incluindo Alison, a qual acusou de realizar comentários racistas contra ele. Em procedimento interno, a emissora concluiu que nenhuma das reclamações foi corroborada.

Por falta de provas, o processo que pedia 25 mil dólares por 'demissão incorreta', horas extras não pagas, discriminação racial e assério moral foi rejeitado.