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Matérias / Coreia do Sul

Han Sung-ok: a norte-coreana que fugiu da escassez de alimentos e morreu de fome na Coreia do Sul

Seu corpo foi encontrado dois meses após a sua morte junto de seu filho, que tinha apenas seis anos, dentro do seu apartamento

Daniela Bazi Publicado em 15/01/2020, às 13h45

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Bandeiras da Coreia do Norte e da Coreia do Sul - Getty Images
Bandeiras da Coreia do Norte e da Coreia do Sul - Getty Images

Han Sung-ok, uma mulher de 42 anos, escapou da Coreia do Norte para a Coreia do Sul para fugir da escassez de alimentos e sonhando com uma vida melhor. Entretanto, ela acabaria morrendo, supostamente de fome, anos depois de sua fuga para o país sul-coreano.

Uma das últimas vezes no qual foi vista, Han havia saido para comprar comida em uma barraca de legumes em Seul, junto de seu filho de apenas seis anos de idade. A mulher sempre comprava o alimento mais barato, sendo daquela vez um pé de alface que custou aproximadamente 1,70 reais. Duas semanas depois, mãe e filho estariam mortos.

Seul é uma das cidades mais ricas da Ásia / Créditos: Getty Images

Seus corpos só foram encontrados dois meses depois, por uma pessoa que havia ido verificar o hidrômetro da casa e notou um forte odor. Ambos estavam caídos no chão, e a única comida presente no apartamento era um saco que continha pimenta vermelha em flocos.

A dona da venda no qual Han foi vista pela última vez se lamentou pela triste perda da cliente. "Pensando bem, isso me dá calafrios. No começo, eu a odiei por ser exigente, mas agora penso sobre isso e sinto muito por ela. Se ao menos ela tivesse pedido, teria dado um pouco de alface", comentou.

O óbito de Sung-ok e seu filho foi motivo de raiva e indignação por muitos sul-coreanos, gerando diversos questionamentos principalmente pela falta de ajuda durante seus últimos dias de vida.

Quando chegou a Coreia do Sul, Han recebeu auxílio de autoridades para encontrar um apartamento subsidiado junto com mais seis colegas no bairro de Gwanak-gu, e logo conseguiu um emprego. Entretanto, pouco tempo depois, tudo começou a desmoronar.

Não existem confirmações sobre o que exatamente possa ter acontecido, mas segundo ex-moradores de seu condomínio, Sung-ok teria persuadido seu ex-marido chinês a ir morar com ela na Coreia do Sul, mas que após o nascimento do segundo filho, que tinha dificuldade de aprendizagem, ele teria voltado para a China com o garoto mais velho, a deixando sozinha com uma criança e desempregada.

Han Sung-ok morreu aos 42 anos / Créditos: Divulgação

Com o abandono do marido, Han pediu então ajuda ao centro comunitário, e passou a receber por mês, para auxiliar a criação de seu filho, 100 mil wons (aproximadamente  338 reais). Sung-ok tinha o direito de receber um valor bem mais alto que esse, mas para obter o benefício seria necessário uma certificação de divórcio ela não tinha.

O auxílio que recebia também como desertora já havia expirado, e Han deixou de pagar as contas e seu aluguel por um tempo devido à falta de dinheiro. Outros desertores norte-coreanos ainda continuam a debater o caso, acusando o governo pela morte da mulher e de seu filho.

Contudo, segundo um ex-colega de classe de Han Sung-ok, este não está sendo o modo que a amiga gostaria de ser lembrada. "Não quero apontar dedos para os culpados. Devemos nos unir e prometer nunca deixar isso acontecer de novo. Realmente parte meu coração como as pessoas estão tirando vantagem disso para proveito próprio", disse o homem.


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