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Matérias / Personagem

Há 19 anos, o jornalista Daniel Pearl era decapitado por radicais islâmicos

Ele tinha viajado ao país a trabalho, quando foi envolvido em um jogo de poder internacional do qual nunca pediu para fazer parte

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/01/2021, às 00h00

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Fotografia de Daniel Pearl - Divulgação
Fotografia de Daniel Pearl - Divulgação

O jornalista Daniel Pearl estava numa viagem a trabalho quando sofreu o sequestro do qual não escaparia com vida. O norte-americano de 38 anos trabalhava no Wall Street Journal, veículo dedicado a cobrir notícias sobre economia, e no decorrer de sua carreira destacou-se por reportagens investigativas ligadas a assuntos internacionais. 

Ele descobriu, por exemplo, que um suposto genocídio ocorrido em Kosovo, um país do sudeste europeu, nunca havia acontecido, e que um míssil jogado pelas Forças Armadas americanas em uma base militar na capital do Sudão tinha tido como alvo, na verdade, uma fábrica farmacêutica. 

Eventos anteriores 

Pearl estava produzindo mais uma dessas reportagens quando viajou até o Paquistão em 2002. Com o título de diretor do Wall Street encarregado de assuntos relacionados com o sudeste asiático, ele pretendia entrevistar Mubarak Ali Gilani, o fundador do Muçulmanos da América. 

Sua investigação englobava o terrorista britânico Richard Reid, que tentara detonar uma bomba em um avião que partia de Paris, na França, com destino a Miami, nos Estados Unidos. 

O criminoso professava a religião islâmica, de forma que Daniel tenratia descobrir se o homem tinha alguma relação com a Al-Qaeda, organização fundamentalista que esteve por trás de diversos atos terroristas contra os Estados Unidos e países aliados, tendo como mais famoso exemplo o atentado contra o World Trade Center em 11 de setembro. 

Pearl, todavia, nunca chegou a entrevistar Mubarak Ali Gilani, com quem tinha um encontro marcado em um restaurante de Karachi, a maior cidade do Paquistão. Isso porque o jornalista foi sequestrado antes disso por um grupo chamado Movimento Nacional para a Restauração da Soberania Paquistanesa, sendo subitamente mergulhado em meio a um conflito de poder internacional. 

Fotografia do passaporte de Pearl / Crédito: Wikimedia Commons

O  rapto 

A organização tinha objetivos específicos em mente quando interceptou o norte-americano, de forma que não demorou para que chegasse aos Estados Unidos um e-mail com uma lista de demandas. 

Entre elas, estava a libertação de absolutamente todos os radicais paquistaneses encarcerados em prisões estadunidenses, assim como o envio de um carregamento de aviões de bombardeio para o país muçulmano. 

A mensagem enviada pelo grupo trazia, ainda, um ultimato assustador: “Damos-lhe mais um dia, se a América não atender às nossas demandas, mataremos Daniel. Então este ciclo continuará e nenhum jornalista americano poderá entrar no Paquistão”. As palavras foram repercutidas pelo New York Times em 2002, após tudo dar errado para o jornalista. 

Isso porque o governo norte-americano acabou não acatando a essas demandas, que eram muito amplas, e as negociações também falharam. 

Dessa forma, em 21 de fevereiro de 2002, 19 anos atrás, o pior acabou se tornando realidade. O Movimento Nacional para a Restauração da Soberania Paquistanesa enviou um vídeo mostrando a decapitação do jornalista investigativo. 

Na gravação, Daniel Pearl diz algumas palavras antes de seu assassinato. Ele informa seu nome, diz que é de família judia e faz críticas às políticas externas dos Estados Unidos, uma última parte que, todavia, foi provavelmente fruto de coerção. 

Fotografia de Daniel com esposa / Crédito: Divulgação/ Twitter 

Na época da morte do norte-americano, sua esposa, chamada Mariane van Neyenhoff, também jornalista, estava grávida. O filho do casal, que recebeu o nome de Adam Daniel Pearl, nasceu por volta de quatro meses depois da morte brutal do pai.


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