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Matérias / Brasil

A queda de Dom Pedro II: há 134 anos, acontecia a Proclamação da República

Saiba como se deu a crise do império que resultou na implementação de um novo sistema político no Brasil

Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h39

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Detalhe do quadro Proclamação da República, de Benedito Calixto - Wikimedia Commons
Detalhe do quadro Proclamação da República, de Benedito Calixto - Wikimedia Commons

Neste dia, em 1889 ocorria um dos mais marcantes eventos da história do Brasil: a Proclamação da República. Na Praça da Aclamação (atual Praça da República), localizada no Rio de Janeiro, militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país.

Um Império em crise

Havia no Brasil um cenário um tanto controverso. Entre os populares, a monarquia era bem quista e D. Pedro II era um líder respeitado. No entanto, o império se tornou cada vez mais desagradável a determinados grupos na sociedade.

D. Pedro II em imagem colorizada - Creative Commons

A abolição da escravidão

O primeiro fator de descontentamento com o Império era relacionado à abolição da escravidão, a qual foi tida pelos latifundiários como um enorme obstáculo para suas atividades econômicas.

Como perderam seus escravizados, mão de obra que era empregada nas lavouras, os antigos senhores queriam uma indenização do governo, o que não ocorreu. Assim, o setor que servia de apoio à monarquia tornou-se seu maior opositor.

Contrariamente ao que viria a ser na República, durante o Império, o exército não era tido como um setor de prestígio. Pelo contrário, ser membro do exército não era motivo de orgulho, além de que era o destino de homens pobres castigados pelos crimes de delinquência e vadiagem.

No entanto, a situação mudou após a Guerra do Paraguai. Como vencedores, os soldados passaram a ter o prestígio que antes não tinham e, por isso, iniciou-se um movimento que exigia melhorias no setor militar, como melhores salários e equipamentos, além de maior influência na política.

Soldados que lutaram na Guerra do Paraguai - Domínio Público

Outro problema era que fora prometido aos soldados negros que, assim que retornassem da guerra, eles receberiam sua alforria, o que não se cumpriu. Fato é que, terminada a missão militar, os membros do exército passaram a questionar frequentemente a monarquia, muito em razão do contato que obtiveram com ideais como o positivismo.

Foi dito anteriormente que o imperador era um homem respeitado e adorado por grande parte da população brasileira. No entanto, isso não era suficiente para que a monarquia permanecesse estável. Muitas pessoas temiam pelo futuro do país após a morte de D. Pedro II. Como ele não tinha filhos, apenas filhas, o trono seria ocupado pela Princesa Isabel.

Pintura oficial da Princesa Isabel - Wikimedia Commons

O problema se dava porque a filha do imperador era casada com o francês Gastão de Orleans, o Conde d'Eu. As pessoas temiam pelo fato de que o Brasil seria governado por um estrangeiro. A monarquia caiu em desgraça.

O golpe

Na noite de 14 de novembro de 1889, surgiram boatos de que o herói na guerra do Paraguai, marechal Deodoro da Fonseca, havia sido preso por desacatar o então primeiro-ministro, visconde de Ouro Preto. Assim, na manhã do dia 15, diversos soldados inconformados com a notícia saíram às ruas do Rio de Janeiro.

No entanto, a informação era falsa. Mesmo assim, o marechal aproveitou as tropas rebeladas para depor o visconde. Enquanto isso, conspiradores militares e civis, que se encontravam na Câmara Municipal escreviam uma declaração que dizia que o Brasil deixava de ser um império para se tornar uma república. Durante a noite, Deodoro da Fonseca assinou o documento, instituindo assim o golpe.

Marechal Deodoro da Fonseca, o militar que proclamou a República - Wikimedia Commons

A família imperial

O imperador acreditava que a situação seria facilmente contornada e uma tentativa de resistência foi realizada sob a liderança de André Rebouças e do Conde d’Eu. No entanto, foi em vão. Um governo republicano provisório foi instituído e o marechal foi nomeado como presidente do Brasil.

Como consequência, D. Pedro II e sua família receberam as ordens para deixar o país no dia 16 de novembro e, no dia seguinte, embarcaram com destino à cidade de Lisboa, em Portugal.