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Matérias / Personagem

Há 666 anos, morria Inês de Castro, rainha 'cadáver' de Portugal

D.Afonso IV, pai de D.Pedro, matou a amada do filho para que o casamento não fosse legitimado, mas o herdeiro do trono encontrou uma solução

Celso Miranda / Adaptado por Ingredi Brunato Publicado em 07/01/2021, às 08h51

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Representação de Inês de Castro - Wikimedia Commons
Representação de Inês de Castro - Wikimedia Commons

Inês de Castro era uma mulher galega do século 14, filha do mordomo-mor do monarca Afonso IV, que reinava sobre Portugal no período.

Seu destino lhe reservava muito mais que a função que desempenhou na juventude, todavia, que era de dama de companhia da nobre Constança Manuel, que acontecia de ser a esposa do herdeiro do trono, Pedro

Na época, os laços matrimoniais eram determinados cedo, e costumavam satisfazer objetivos políticos e financeiros.

Porém, uma força maior acabou surgindo paralelamente ao casamento real cuidadosamente planejado: o amor.

Isso porque Inês e o príncipe acabaram se envolvendo em um romance proibido que duraria anos, geraria quatro filhos e pode se dizer até mesmo que ultrapassaria a morte.  

Representação da execução de Inês de Castro / Crédito: Wikimedia Commons 

Separação temporária 

A relação às escondidas não era aprovada pelo então rei de Portugal por conta da família à qual a moça pertencia, de forma que o monarca logo arranjou uma maneira de separar o filho da aia, sob o pretexto que a relação seria imoral.  

“Não eram raros os casos de adultério de reis e nobres”, explicou o historiador Jaime Corrêa, da Universidade de Lisboa. “O romance, no entanto, nunca contou com o apoio do pai de Pedro, Afonso IV, e do clero, os fiadores do acordo entre Castela e Portugal”. 

Dessa forma, a jovem Inês foi exilada em um castelo distante. Todavia, o casal continuou nutrindo seus sentimentos mesmo à distância, trocando correspondências com frequência. 

Subitamente, uma oportunidade foi aberta quando a esposa legítima de Pedro, Constança, morreu dando à luz ao próximo membro da linhagem real. Foi quando os dois puderam se reaproximar, e o exílio da moça foi quebrado a contragosto do rei Afonso IV

Para piorar as tensões que já estavam presentes na relação escondida, surgiram boatos na corte que a família da galega pretendia matar o único filho legítimo do príncipe português, para que os filhos bastardos se tornassem os próximos na linha de sucessão. 

Tragédia

Um dia, quando houve uma nova denúncia do romance secreto de Pedro com a mulher galega, o rei Afonso IV decidiu afinal dar um basta naquilo. Aproveitando que o príncipe estava longe do castelo em uma caçada, o monarca ordenou a morte de Inês. Os nobres Pero Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco executaram a sentença, cortando-lhe a garganta.

Quando recebeu a notícia, o príncipe avançou em direção à cidade do Porto, pretendendo enfrentar o próprio pai. Porém, foi demovido da ideia pela mãe, dona Beatriz, e pelo seu primo, o bispo de Braga. Resignado, teria dito a célebre frase: “Agora, Inês é morta”.

Assim que se tornou rei, no entanto, Pedro mandou prender os assassinos. Pacheco escapou para a França, mas Coelho e Gonçalves foram capturados em Castela e depois torturados na presença do rei, que fez com que um arrancasse o coração do outro. 

“A segunda providência, todavia, foi ainda mais macabra. Alegando ter se casado com Inês às escondidas, Pedro fez com que ela fosse coroada rainha. Seu corpo foi desenterrado e colocado no trono. Durante a cerimônia, Pedro teria ordenado que toda a nobreza e membros do clero presentes ajoelhassem diante do cadáver em decomposição e beijassem os ossos da mão de Inês”, comentou Corrêa.

Representação da cerimônia em que os nobres foram obrigados a beijar a mão da rainha morta / Crédito: Wikimedia Commons


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