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Matérias / Personagem

Abolicionista, anticapitalista e feminista: Há 77 anos, nascia a ativista Angela Davis

Considerada uma das figuras centrais na luta pelos direitos civis nos EUA, a militante foi membro do Partido Comunista e dos Panteras Negras

André Nogueira Publicado em 26/01/2021, às 09h15

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Angela Davis, ativista e escritora - Getty Images
Angela Davis, ativista e escritora - Getty Images

“Nós representamos as poderosas forças de mudança que estão determinadas a impedir que as moribundas culturas do racismo e do patriarcado heterossexual se ergam novamente”. Essa foi a fala de uma das mais famosas filósofas marxistas dos EUA, a militante do movimento feminista negro Angela Davis, durante a Woman’s March de 2017.

Membro do Partido Comunista e dos Panteras Negras, a ativista tornou-se uma das principais figuras na luta pelos direitos civis durante a década de 1970, nos Estados Unidos. 

Trajetória ativista 

Nascida no dia 26 de fevereiro de 1944, no Alabama, Estados Unidos, a militante tornou-se um dos maiores símbolos do movimento negro e feminista do mundo. Como mulher negra, Davis enfrentou inúmeros preconceitos, entre eles o racismo e machismo eminentes na sociedade norte-americana.

Quando nasceu, o país ainda era regido pelo sistema de segregação racial. O bairro onde a ativista cresceu era marcado por atentados em casas de famílias negras e igrejas, realizados com explosivos por parte de fundamentalistas brancos, como os membros da Ku Klux Klan.

Retrato de Angela Davis / Crédito: Getty Images

Diante desse cenário, a ativista iniciou na adolescência, um grupo de estudos inter-raciais, que logo foi implodido pela polícia local. Apenas quando passou a estudar filosofia, mudando-se para o estado de Massachussetts, ela pôde iniciar a militância intelectual — pela qual é conhecida hoje em dia. Na Universidade de Brandeis, estudou com Herbert Marcuse, com quem aprimorou seus ideais de esquerda numa época de macarthismo e Guerra Fria.

Porém, o grande momento de conversão de Davis à militância foi a explosão criminosa de uma igreja no bairro onde nasceu. Na ocasião, quatro de suas amigas de infância foram brutalmente assassinadas. A partir disso, para ela, esse caso deflagrou completamente as raízes escravistas, coloniais e violentas do país onde nascera, a levando a radicalizar suas posições.

Como uma das principais denunciantes desses traços horrendos da sociedade estadunidense, Angela Davis passou a ser perseguida por forças políticas reacionárias e defensoras do segregacionismo.

Um dos casos mais notórios de perseguição foi a perda do seu título de professora da Universidade da Califórnia em 1969, como represália ao seu envolvimento com intelectuais comunistas.

Angela se encontrou com Erich Honecker (presidente da Alemanha Oriental) em 1972, ano em que saiu da prisão / Crédito: Wikimedia Commons

Adepta à não-violência, a militante era fortemente integrada à luta pela normalização do estatuto da cidadania das pessoas negras, o que a levou a participar do movimento Panteras Negras — grupo marxista-negro atuante nos EUA e que foi duramente perseguido pela Ku Klux Klan.

Militância nos dias de hoje

Ainda hoje, Davis é considerada um dos maiores nomes do abolicionismo penal — corrente que defende a reforma do sistema prisional, que visa extinguir cadeias e o aprisionamento injusto da juventude negra.

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Davis em 2010 / Crédito: Wikimedia Commons

Por essas relações, foi incluída, ainda, em 1970, na lista de Mais Procurados do FBI, sendo presa por um processo sem provas e altamente calunioso, em que a acusavam de participar de um atentado ocorrido num tribunal da Califórnia. A partir disso, a escritora passou a ser tratada como terrorista pelo governo.

Enquanto estava na prisão, muitos núcleos da sociedade civil se mobilizaram nas ruas pela sua liberdade, levando a classe artística a se manifestar a seu favor. Contudo, a ativista só foi inocentada em 1972, fortalecendo ainda mais suas posições abolicionistas e anticapitalistas.

Depois que saiu da prisão, Davis se dedicou ao ensino e à pesquisa de história, gênero, classe e estudos étnicos, participando de grupos em universidades pelo mundo inteiro.

Ao longo das décadas, nunca deixou de se posicionar politicamente, sendo a porta-voz de importantes pautas que transcenderam o programa dos Panteras Negras, como a oposição à Guerra do Vietnã, a denúncia da Guerra ao Terror de Bush e a luta LGBTQIA+, além de questões como o fim da pena de morte, combate ao racismo e oposição ao sistema carcerário.


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