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Matérias / Personagem

Exposto por Margaret Thatcher: A saga de Anthony Blunt, o espião da URSS na corte de Elizabeth II

O agente secreto atuou como curador de arte da família real britânica, mas chegou a fornecer mais de mil documentos dos britânicos para os comunistas

Daniela Bazi Publicado em 09/01/2020, às 08h00 - Atualizado em 14/05/2021, às 09h00

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Princesa Margaret, irmã da rainha Elizabeth II, com sir Anthony Blunt no Instituto de Arte Courtauld de Londres - Getty Images
Princesa Margaret, irmã da rainha Elizabeth II, com sir Anthony Blunt no Instituto de Arte Courtauld de Londres - Getty Images

Anthony Frederick Blunt foi um professor de história da arte britânico e agente da contraespionagem britânica MI5, que trabalhava simultaneamente como espião a serviço da União Soviética e chegou a ser o curador oficial de arte da rainha Elizabeth II.

Blunt estudou no Trinity College, em Cambridge, e simpatizava com o partido comunista. Acreditavam que eram os únicos capazes de derrotar os fascistas, já que estava frustrado com a política de apaziguamento do Reino Unido em relação a Hitler.

Antony começou a se envolver com a espionagem após seu amigo próximo, Guy Burgess, apresentá-lo ao mundo secreto. "Acho absolutamente que Blunt nunca seria recrutado se não fosse tão amigo de Burgess. Foi Burgess quem o recrutou. Sem ele, Blunt teria continuado sendo uma espécie de professor de arte marxista em Cambridge", afirmou Andrew Lownie, biógrafo e agente literário britânico na biografia Anthony Blunt: His Lives.

Anthony Blunt (esquerda) e seus amigos em Trinity College / Créditos: Getty Images

De acordo com arquivos citados em sua biografia, Anthony teria fornecido aproximadamente 1.771 documentos britânicos aos oficiais de inteligência da União Soviética entre 1941 e 1945, quando foi chamado para ser o curador de arte real pelo rei George VI, pai da rainha Elizabeth II.

A partir de então, Blunt passou a esconder seu passado e passou a cuidar de um grande número de obras de arte da Coleção Real. Entretanto, o motivo de sua contratação é rodeada de especulações.

Anthony teria sido nomeado como forma de recompensa após uma missão realizada na Alemanha depois da rendição nazista. Tinha como objetivo recuperar cartas com informações que incriminariam o antigo rei Edward VIII, irmão de George VI.

Sir Anthony Blunt com uma pintura de Velazquez / Créditos: Getty Images

Blunt também foi nomeado diretor do Instituto de Arte Courtauld de Londres em 1945, e foi responsável por reformular a instituição e transformá-la num espaço renomado mundialmente. Anthony também foi o criador da Galeria da Rainha, exposição aberta em 1961 que permitia visitações do público à Coleção Real.

O curador de arte real foi delatado em 1964, quase dez anos após a sua contratação, por um americano, e acabou fechando um acordo com o MI5, que o ofereceu imunidade caso confessasse. Anthony, que já não trabalhava mais como espião e havia se desiludido com o comunismo, disse toda a verdade.

Em troca de sua honestidade, recebeu a imunidade total prometida, manteve seu título de cavaleiro britânico - concedido em 1954 - e continuou a viver e trabalhar no Palácio de Buckingham por mais 15 anos, até a sua aposentadoria, sendo acompanhado com vista grossa pelo MI5 e a realeza para evitar que a reputação da Inglaterra fosse manchada.

Anthony Blunt e a rainha Elizabeth II / Créditos: Getty Images

Elizabeth foi informada sobre o acontecimento mas não havia nada que pudesse fazer. Por mais que quisessem disciplinar o curador, o secretário da rainha foi informado que nenhuma ação poderia ser tomada para que a informação sobre um espião no palácio não vazasse. Desde a sua confissão até a sua aposentadoria, Anthony continuou a trabalhar normalmente, mas fazendo o máximo possível para evitar a rainha.

O público soube a verdade sobre o curador em 1979, quando a primeira ministra Margaret Thatcher o expulsou da Câmara dos Comuns e o expôs como traidor. Anthony Blunt morreu de ataque cardíaco em 1983.


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