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Matérias / Renascimento

550 anos do nascimento de Nicolau Maquiavel, mestre da política do Renascimento

Autor de O Príncipe, obra prima da política, Maquiavel revolucionou a relação da sociedade com o Estado

André Nogueira Publicado em 03/05/2019, às 17h00 - Atualizado às 21h00

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Wikimedia Commons
Wikimedia Commons

Quando se trata de política e estratégia, o nome Maquiavel, orginalmente Niccolò Machiavelli, aparece unanimemente. Sua principal obra, O Príncipe, é a principal referência em manuais para governantes saberem como exercer seu poder, fazendo de Maquiavel um personagem obrigatório para estudiosos de política e guerra.

O trabalho de Maquiavel é marcado pelo pragmatismo e pelo uso inovador dos livros da Antiguidade Clássica — principalmente do romano Tito Lívio. Eles o possibilitaram pensar estratégias para planejar a vida política e institucional numa Itália extremamente dividida e sujeita a guerras e invasões estrangeiras.

Pouco se sabe do início da vida de Maquiavel. Era filho de Bernardo e Bartolomea de Nelli, funcionários públicos de Toscana. Porém, nasceu em Florença e logo começou a estudar, mesmo com os poucos recursos dos pais. Estudou latim, grego, o uso do ábaco e filosofia ainda criança.

Em 1498, Maquiavel começa a trabalhar na Segunda Chancelaria da Senhoria de Florença, na qual era responsável por encargos burocráticos, numa instituição responsável pela administração da guerra e das políticas internas do reino. Chegou também a presidir o Conselho dos Dez, órgão de caráter de conselheiro para a Chancelaria.

Maquiavel então começa a presidir missões diplomáticas pelo governo florentino. Quando Pisa aproveita a passagem de reis para começar uma rebelião, ele fica responsável por negociar a aliança com o mercenário Otaviano Sforza e manter o valor do pagamento de seu soldo.  No mesmo ano, escreveu Discorso fatto al Magistrato dei Dieci sopra le cose di Pisa, inspirado na missão.

César Borgia / Crédito: Wiimedia commons

Na França, Maquiavel tem contato com um novo tipo de politica, pois o país era muito mais centralizado e unificado, não como a fragmentada Itália. Retornando a Florença, Maquiavel se casa com Marietta Corsini, com quem teria seis filhos.

Em 1501, o famoso mercenário Cesar Borgia, filho do papa Alexandre VI, deu inicio a uma grande campanha de expansão territorial, chegando a Bolonha, Toscana e nas fronteiras de Florença, onde, após dias de batalha, foi parado por Luís XII.

Bórgia sabia que a aliança de Florença com a França era uma de suas fraquezas e seu algoz seria o exército dos franceses. Bórgia, então, convoca uma reunião com representantes florentinos, dos quais Maquiavel era secretário. Após as reuniões, o exército vindo da França expulsou Brogia de Toscana. Logo depois, Maquiavel se trona oficialmente embaixador.

César Bórgia foi uma figura extremamente importante na produção literária e desenvolvimento da filosofia política de Maquiavel. Isso porque, para o florentino, Bórgia era uma das mais poderosas e engenhosas figuras de sucesso de um príncipe italiano, um excelente exemplo de sua classe.

A partir de 1509, o Papa Júlio II começou uma série de guerras para reconquistar terrenos perdidos para Veneza e os Bórgias. Para tal, pediu auxilio militar a Florença, que queria ao mesmo tempo manter seu domínio em Pisa e manter o Papa sem intrigas com o Reino. Novamente, mandaram Maquiavel para ganhar tempo.

Papa Julio II / Crédito: Wikimedia commons

Nicolau Maquiavel acompanha o papa em algumas batalhas travadas pelo Vaticano e lá se deu conta de uma realidade surpreendente: não se tentava prender o papa como um príncipe normal, pois as influências das noções e limitações cristãs religiosas impediam os príncipes de agir pragmaticamente de acordo com a melhor estratégia. a situação foi essencial para fundamentar a distinção projetada por Maquiavel entre política e religião.

Com a declaração de Guerra dos Estados Eclesiásticos  contra a França, Florença se encontrou em uma encruzilhada entre aliados. Maquiavel foi enviado à França para tentar manter as pazes, sem sucesso.

A Guerra era inevitável. Então o príncipe Luís XII convoca um concilio contra o papa em Pisa, criando uma intriga intransigível com Júlio II. O papa então derruba os Soderini em Florença, fazendo retornar os Medici, a quem Maquiavel foi fiel. O famoso O Príncipe foi um manual de comentários dado a Lourenço de Medici, por exemplo.

Maquiavel morreu em 1527 em Florença, onde foi um importante homem público aliado aos príncipes Médici.

Crédito: Wikimedia commons

Principais obras de Maquiavel:

O Príncipe (1513)

Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1517)

A Arte da Guerra (1521)

Sobre o modo de tratar os povos rebelados da Valdichiana (1502)

História de Florença (póstumo)