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Matérias / Personagem

Carlos, o Chacal: o matador particular do comunismo

Conheça a trajetória do venezuelano que trabalhava para regimes comunistas como assassino

Simone Bitar Publicado em 06/12/2019, às 11h12

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Na imagem, Carlos, o Chacal - Domínio Público
Na imagem, Carlos, o Chacal - Domínio Público

Carlos Illich Ramirez Sanchez tornou-se conhecido como Carlos, o Chacal. Seu pai, um advogado comunista, batizou os três filhos como Vladimir, Illich e Lênin (que formam o nome do fundador da União Soviética). O passaporte do terrorista era recheado de carimbos do circuito Eixo do Mal, para usar a expressão do ex-presidente norte-americano George W. Bush.

Nascido na Venezuela, Carlos treinou guerrilha em Cuba e passou pela Argélia e Iraque até se alistar na Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental. O apelido Chacal veio do livro O Dia do Chacal, de Frederick Forsyth, que a polícia encontrou em um de seus esconderijos.

Após sair da Venezuela, Chacal estudou em Londres e, com auxílio da influência paterna, fez faculdade na Universidade Patrick Lumumba, em Moscou. Mas ficou lá por pouco tempo: em 1970, aos 24 anos, foi expulso após se envolver em protestos junto a radicais palestinos. Recebido pelos revoltosos de braços abertos, Carlos entrou para a Frente Popular para a Libertação da Palestina e começou sua carreira criminosa.

Crimes

Um dos primeiros crimes perpetrados a mando da Frente para a Libertação da Palestina foi o assassinato do proeminente empresário judeu Joseph Sieff. Em Londres, Carlos simplesmente bateu à porta de Sieff e atirou em sua cabeça, fugindo para Paris logo depois. O empresário, inacreditavelmente, sobreviveu.

Entre as décadas de 70 e 80, Carlos foi um dos homens mais procurados do planeta. Matando friamente empresários e policiais, em 1975 ele realizou o maior plano de sua vida: liderando um grupo de seis pessoas, sequestrou nada menos que 11 ministros de países-membros da OPEP, reunidos em Viena, na Áustria. Junto a eles, todos os presentes na reunião foram feitos reféns. Três ministros foram mortos e o restante, libertado mediante o pagamento de um resgate de US$ 50 milhões.

A partir de 1976, Carlos passou a executar trabalhos para países comunistas ou sob ditaduras. Matou opositores no Iraque e dissidentes romenos que viviam no exterior. O colapso do comunismo no fim dos anos 80 o deixou sem causa e sem fonte pagadora, e ele perambulou por vários países até acabar no Sudão, onde foi preso e deportado para a França.

A maneira como Carlos foi preso é curiosa: internou-se para fazer uma cirurgia nos testículos. Foi sedado e acordou a bordo do avião que o levou para a Europa. Condenado à prisão perpétua em 1997, cumpre pena até hoje.