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Matérias / Crimes

Mistério que atravessa um século: o crime da fazenda de Hinterkaifeck

Em 1922, na Alemanha, uma família de seis pessoas e a empregada foram mortos com golpes de picadeira na cabeça

Daniela Bazi Publicado em 24/07/2020, às 13h00

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Fazenda Hinterkaifeck cinco dias após o crime - Wikimedia Commons
Fazenda Hinterkaifeck cinco dias após o crime - Wikimedia Commons

Na noite do dia 31 de março de 1922, uma família de seis pessoas e a empregada foram mortos na fazenda de Hinterkaifeck, a 70 quilômetros de Munique, na Alemanha. As vítimas eram os pais, Andreas Gruber (63 anos) e Cäzilia Gruber (72 anos), a filha Viktoria Gabriel (35 anos), que já era viúva, os netos Cäzilia (7 anos) e Josef (2 anos), e a empregada Maria Baumgartner (44 anos).

Pouco tempo antes do assassinato, coisas estranhas começaram a acontecer aos redores da fazenda. A demissão da antiga empregada gerou especulações de que ela teria saído por ouvir sons estranhos vindos do sótão, e que acreditava na teoria da casa ser assombrada. Entretanto, essas acusações não teriam fundamentos.

Durante o mês de março, o pai Andreas Gruber encontrou um estranho jornal em frente de sua casa no qual não tinha comprado e que ninguém nas proximidades havia assinado. Além disso, o homem se deparou com algumas pegadas na neve fresca que levavam da floresta para uma fechadura quebrada na sala de máquinas da fazenda. Algumas chaves da família acabaram sumindo durante a mesma época.

Fazenda Hinterkaifeck / Crédito: Domínio Público

A família também chegou a escutar alguns passos vindo do sótão, mas ninguém foi encontrado. Outra coisa no qual chegaram a perceber foi um homem de bigode observando a residência frequentemente. Andreas teria contado o que vinha acontecendo em sua residência para diversas pessoas, mas recusou as ajudas oferecidas por eles e não fez nenhum relato à polícia.

Maria Baumgartner, a nova empregada, chegou à fazenda na tarde do dia 31 de março, acompanhada de sua irmã. Ela teria sido a última pessoa a ver todos com vida.

Viktoria, sua filha e seus pais teriam sido atraídos para o celeiro no final da noite, onde foram mortos, um por vez, com golpes na cabeça de uma picareta que pertencia à família. Logo após, o assassino se dirigiu para dentro da casa, e matou Josef, que estava dormindo no berço, e Maria, que se encontrava em seu quarto.

Os corpos da família só foram encontrados quatro dias após o crime, por Lorenz Schlittenbauer, Michael Pöll e Jakob Sigl. Durante esse tempo, várias pessoas foram até a fazenda Hinterkaifeck, mas não tiveram nenhuma resposta da família e resolveram não insistir.

Um dos corpos encontrados no celeiro da fazenda / Crédito: Domínio Público

Investigações

As investigações foram comandadas por Georg Reingruber e outros oficiais do Departamento de Polícia de Munique, e teve seu começo prejudicado, pois, muitas pessoas modificaram a cena do crime, deslocando os corpos de lugar e até cozinhando e fazendo refeições na cozinha.

Segundo a autópsia feita pelo médico Johann Baptist Aumüller, a neta Cäzilia permaneceu viva durante horas após o ataque, e que arrancou tufos de seu cabelo enquanto estava ferida no chão do celeiro.

Os crânios de todas as vítimas foram retirados e enviados para a realização de exames em Munique, mas acabaram possivelmente destruídos durante os atentados dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.

A primeira hipótese levantada pela polícia seria de latrocínio, mas acabou sendo descartada após uma grande quantia de dinheiro ser encontrada dentro da casa.

Entretanto, estava claro de que os assassinos permaneceram na residência durante dias depois de cometerem o crime, já que o gado havia sido alimentado, a carne da dispensa havia sido recentemente cortada e todo o pão da cozinha havia sido comido.

As suspeitas diziam que eles, provavelmente, também teriam permanecido no local alguns dias após a descoberta dos corpos, já que os vizinhos relataram ter visto fumaça saindo da chaminé da casa durante todo o final de semana.

Quarto em que a empregada Maria se encontrava na hora do assassinato / Crédito: Domínio Público

Suspeitos

Entre os suspeitos estavam algumas pessoas relacionadas a Viktoria, como o marido falecido Karl Gabriel, o suposto amante Lorenz Schlittenbauer, e os irmãos Gump, onde o mais velho, Adolf Gump, aparentemente também estaria em um relacionamento com a mulher.

Karl Gabriel havia morrido em dezembro de 1914, por um ataque a bomba na Primeira Guerra Mundial e nunca teve seu corpo encontrado. Devido a isso, começaram a surgir especulações de que o homem, na verdade, estaria vivo, e seria o assassino da família.

O motivo para realizar tal ato seria o suposto relacionamento incestuoso entre Viktoria e Andreas, onde Josef seria filho do pai da jovem, e não de Karl. Porém, nunca apareceram provas de que Gabriel não teria morrido e seria o responsável pelo crime.

Lorenz Schlittenbauer teria começado a se relacionar com Viktoria após a morte de sua mulher em 1918, e seria outro suposto pai de Josef. O homem passou a ser um dos suspeitos pelos moradores da região desde o começo das investigações por suas diversas atitudes misteriosas após descobrir os corpos.

Depois de encontrar Adreas, a esposa, a filha e a neta dentro do celeiro, Schlittenbauer teria corrido para a casa e destrancado a porta da frente com uma das chaves que haviam desaparecido dias antes do crime, e entrado sozinho. Contudo, existe a possibilidade de que Viktoria o tenha dado a chave.

Ao ser questionado de por que havia entrado sozinho na residência, mesmo sem saber se o local estava seguro, Lorenz respondeu dizendo que foi procurar por seu filho Josef. A única comprovação que liga Schlittenbauer ao crime, é que ele teria movido os corpos de lugar, comprometendo parte da investigação.

Local onde o corpo de Josef foi encontrado / Crédito: Domínio Público

Adolf Gump foi interrogado pela polícia em 9 de abril de 1922 por possível ligação com os assassinatos, já que existiam boatos de que o mesmo estaria em um relacionamento com Viktoria. Gump já havia cometido outro assassinato junto de mais três pessoas na Silésia. Entretanto, nenhuma evidência que pudesse realmente incriminá-lo foi encontrada.

No ano de 1951, o promotor Andreas Popp passou a investigar Anton Gump, irmão de Adolf. A irmã dos homens teria afirmado em seu leito de morte que eles realmente haviam cometido o crime, fazendo com que apenas Anton fosse preso sob custódia, já que Adolf havia morrido em 1944. Em 1954 Anton foi liberado e a acusação contra ele interrompida por falta de provas.

Diversas outras prisões acabaram acontecendo, mas nenhum assassino comprovado foi encontrado, fazendo com que os arquivos fossem fechados em 1955. Todavia, alguns interrogatórios continuaram a ser feitos até o ano de 1986. Aproximadamente 100 suspeitos foram interrogados pela polícia durante o caso, mas nunca foram encontrados resultados que concluíssem quem matou a família.


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