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Matérias / Civilizações

Cuauhtémoc: Há 495 anos, Cortés assassinava o último imperador asteca

Após a trágica destruição de Tenochtítlan e a execução de Moctezuma, o explorador espanhol passou a torturar o seu sobrinho em busca de tesouros indígenas

André Nogueira Publicado em 28/02/2020, às 09h00

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Cortés queima os pés de Cuauhtémoc - Wikimedia Commons
Cortés queima os pés de Cuauhtémoc - Wikimedia Commons

Cuauhtémoc foi o último tlatoani asteca a realmente governar e que sofreu os mais duros castigos durante a ocupação espanhola do México. Sobrinho do imperador que recebeu Hernán Cortés (Moctezuma), sua vida era desconhecida até se tornar governante dos mexicas em Tlatelolco, em 1515. Para tanto, esse membro da elite indígena era formado em temas administrativos e era um guerreiro-águia (cuauhtlatoani).

Cuauhtémoc foi convocado como tlatoani em 1520, logo após a destruição de Tenochtítlan pelas tropas de Cortés e a morte de Moctezuma e seu sucessor, Cuitlahuac. Ele teria sido eleito por um conselho de nobres mexicas, como segue a tradição, mesmo que muitos desses guerreiros da elite asteca tenham morrido com o Massacre do Templo Maior.

A situação que o tlatoani se deparou era de caos: as partes do Império Asteca se dissolviam em deserções em massa fomentadas pelos espanhóis, enquanto os maiores centros urbanos estavam destruídos. Cuauhtémoc tentou reatar relações com camponeses dissidentes, sem grande sucesso. A destruição do reino foi tamanha que, aos pés de 1521, somente Tlatelolco mantinha-se fiel ao tlatoani entre os nahuas.

Busto do tlatoani, no México / Crédito: Wikimedia Commons

Em resistência à ocupação da Armada Espanhola, Cuauhtémoc tentava atravessar o Lago Texcoco, onde Tenochtítlan ficava, para articular alianças com vizinhos, quando foi capturado por Hernán Cortés. O imperador chegou a suplicar para que fosse morto, mas o líder europeu não via vantagens naquilo, pelo menos de imediato.

Cortés passou a usar seu domínio sobre o tlatoani como forma de conseguir a submissão das unidades políticas ainda submetidas ao antigo reino nahua de Moctezuma. Com a cumplicidade de seu prisioneiro, conseguiu a cooperação dos astecas na limpeza e reconstrução da capital, na busca por novos súditos ao rei de Castela e na busca e ouro para o ganancioso explorador.

Cortés, então, passou a torturar os líderes indígenas, principalmente Cuauhtémoc (e também um aliado, Tetlepanquetzal) para que revelassem paradeiros de tesouros escondidos. O tlatoani teve seus pés queimados e partes arrancadas, mas resistiu e nunca revelou nenhuma informação. A resistência de Cuauhtémoc fez com que o espanhol temesse a articulação de uma insurreição, optando por levar o prisioneiro a Honduras, longe do centro político asteca.

Imagem representando a morte de Cuauhtémoc, vestido como guerriero-águia, do livro História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha, de Bernal Diaz de Castillo / Crédito: Wikimedia Commons

Como Cuauhtémoc tentava, em cada cidade em que parava, alertar as intenções de Cortés, os invasores europeus perceberam que o tlatoani era um perigo para o empreendimento colonial. Então, segundo relatou Bernal Diaz de Castilho, Cortés ordenou a morte de seu importante prisioneiro, de 23 anos, em 26 de fevereiro de 1525. Ela ocorreria no dia seguinte.

Então, após a virada da noite, membros do exército espanhol enforcaram Cuauhtémoc, como demonstração de força e exemplificação do que ocorreria com dissidentes e conspiradores. Tetlepanquetzal e Tlacatlec, líderes de cidades aliadas dos astecas, foram mortos ao mesmo tempo. Contam os relatos de época que Cortés sofreu com noites de isônia após tal horrendo crime.


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