Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Brasil

Domingos Jorge Velho: O bandeirante que aniquilou o Quilombo dos Palmares

Até seus últimos dias de vida, ele ficou conhecido por servir os interesses dos grandes proprietários açoitando vidas de indígenas e escravos

Fabio Previdelli Publicado em 23/01/2020, às 13h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Domingos Jorge Velho - Wikimedia Commons
Domingos Jorge Velho - Wikimedia Commons

No século 17, os bandeirantes paulistas faziam expedições no nordeste para conquistar territórios indígenas que ainda não haviam sido tomados pelos colonizadores portugueses. Um dos bandeirantes que mais se destacou nessa função foi Domingos Jorge Velho, que ficou conhecido como um fervoroso caçador de índios.

Com sua fama cada vez maior, foi contratado por Francisco Garcia d’Ávilla, um grande proprietário de terras na Bahia, para exterminar os índios que estavam situados cerca do rio São Francisco. A intenção era acabar com os nativos e ocupar o espaço deixado por eles para criar uma estância de gado. Algo que agradava Jorge Velho — que possuía uma fazenda ao oeste de Pernambuco.

Por três longos anos, entre 1671 e 1674, ele lutou junto de Domingos Afonso Sertão contra indígenas do Piauí, Maranhão e Ceará. A dupla espalhava o horror em nome da hegemonia branca em solo brasileiro.

Apesar de ficar conhecido como o caçador de índios, ele não dedicava seu trabalho exclusivamente na perseguição desses povos. Em 1687, ele aceitou um pedido de João da Cunha Souto Maior, então governador de Pernambuco, para que ele se unisse com as suas tropas e dizimasse os escravos dissidentes que formavam o Quilombo de Palmares.

Pintura mostra escravos em Navio Negreiro / Crédito: Getty Images

Depois de acertar os últimos detalhes do cruel contrato, ele partiu, em 1691, para atacar os quilombolas. O grupo de escravos até tentou resistir, mas o cruel algoz conseguiu sair vitorioso do confronto quatro anos depois, em 1695, com a morte de Zumbi dos Palmares. Acredita-se que mais de 15 mil quilombolas lutaram ao lado dos Palmares.

Em 1699, Jorge Velho recebeu outra missão sangrenta. Seguindo as ordens de Matias da Cunha, ex-governador geral do Brasil, partiu com missionários locais em busca da dominação e catequização de indígenas maranhenses, cearenses e pernambucanos.

Por seus feitos, Domingos Jorge Velho foi honrado como Mestre de Campo no governo de Estevão Ribeiro. Ele faleceu em 1705, aos 64 anos, na capitania de Paraíba. Até seus últimos dias de vida, ele ficou conhecido por servir os interesses dos grandes proprietários em detrimento de vidas de indígenas e escravos.


+Saiba mais sobre o tema através das obras abaixo:

12 anos de escravidão, Solomon Northup (2015) - https://amzn.to/2tkBAd5

Escravidão – Vol. 1: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares, Laurentino Gomes (2019) - https://amzn.to/2OLXbU3

As Cores da Escravidão, Ieda de Oliveira (2012) - https://amzn.to/33Oulq1

Ser escravo no Brasil: Séculos XVI-XIX, Katia M. de Queirós Mattoso (2016) - https://amzn.to/384FbeS

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.