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Matérias / Nazismo

Edith Hahn Beer, a judia que se casou com um oficial nazista

Para sobreviver ao Holocausto, a jovem escondeu sua identidade por anos e evitava locais de saudação a Hitler

Joseane Pereira Publicado em 11/03/2020, às 11h00

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Edith Hahn Beer durante a Segunda Guerra - Domínio Público
Edith Hahn Beer durante a Segunda Guerra - Domínio Público

Nascida em Viena, Áustria, em janeiro de 1914, Edith Hahn Beer era uma das três filhas de Klothilde e Leopold Hahn. Diferente de outras garotas da época, ela teve oportunidade de terminar seus estudos, ingressando em Direito nos anos 30. Porém, foi forçada a deixar a faculdade por ser judia.

Após a morte de seu pai, Hahn foi levada com a mãe para um gueto de Viena, e depois enviada sozinha para trabalhos forçados em uma plantação de aspargos, no norte da Alemanha. Após passar também por uma fábrica de papel, ela retornou a Viena em 1942 e foi ajudada pela cristã austríaca Christa Denner, que lhe forneceu uma identidade falsa para que ela pudesse sobreviver.

Matrimônio com o nazista Werner Vetter

Contando com a idade de 28 anos, Hahn Beer foi embora para Munique. Lá, visitando uma galeria de arte, ela conheceu o jovem oficial nazista Werner Vetter. Alto, loiro e com um broche de suástica na lapela, ele sentou-se ao lado dela e os dois começaram a conversar.

O casal / Crédito: Wikimedia Commons

Pouco tempo depois, Vetter a propôs em casamento. Então ela resolveu contar a verdade ao amado, sussurrando em seu ouvido que era judia. Em resposta, ele também admitiu que havia mentido e não era realmente solteiro – na verdade, ele estava se divorciando e tinha um filho. Os dois se casaram e resolveram nunca mais discutir sobre o passado.

Após o casamento, ela suprimiu sua personalidade para não atrair atenção. Evitando locais onde teria que fazer saudação a Hitler e cultivando poucos amigos, Hahn foi sobrevivendo ao regime Nazista, ao lado de um marido que se tornara autoritário e persuasivo, e com o qual teve uma filha chamada Angela.

Com o fim da guerra, seu marido foi enviado a um campo de trabalhos forçados na Sibéria. Hahn Beer, finalmente podendo manifestar sua liberdade, resgatou a carteira de identidade judaica que mantinha escondida, e conseguiu uma ordem judicial para mudar de nome.

Indo morar com sua irmã na Grã-Bretanha, ela encontrou trabalho como empregada doméstica e costureira, e em 1957 se casou com um comerciante de joias judeu. Edith Hahn Beer faleceu em Londres, em 2009, aos 95 anos de idade.


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