Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Brasil

"Pode aparecer um maluco e pronto", afirmou FHC em 1992

Em antigo relato à Veja, Fernando Henrique Cardoso comentou sobre ameaças de golpe, Venezuela, Bolsonaro e reformas

Jânio de Oliveira Freime Publicado em 07/11/2019, às 11h03

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fernando Henrique Cardoso foi presidente do Brasil entre 1994 e 2002 - Getty Images
Fernando Henrique Cardoso foi presidente do Brasil entre 1994 e 2002 - Getty Images

Em 1992, a revista Veja entrevistou o então senador de São Paulo pelo PSDB, Fernando Henrique Cardoso, que seria eleito presidente do Brasil em dois anos. Durante a conversa, o político tucano passou por temas como ameaças de golpe, instabilidade institucional, Venezuela e reformas, ou seja, sobre as mesmas coisas que hoje fazem parte do debate público. Outro ponto curioso da entrevista se deu quando FHC decidiu falar sobre Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil.

O político falava em um Brasil que teria um “curto-circuito”, num momento em que se pressionavam os votos pelo impedimento do mandato do presidente Fernando Collor de Melo, por escândalos de corrupção. O vídeo dessa entrevista, que já tem quase seus 30 anos, voltou a circular na internet ano passado, impulsionado pelo professor da FGV Guilherme Casarões.

“Hoje parece loucura imaginar um regime autoritário em Brasília, mas esse tipo de coisa não é previsível nem racional. Pode aparecer um maluco e pronto. Nós temos o Bolsonaro gritando, temos os militares com baixos soldos. Para piorar, o salário do trabalhador também é baixo, o do funcionário idem. Na Venezuela, também era loucura pensar em golpe e houve uma quartelada que contou com apoio popular”, afirmou o tucano.

Dois temas dessas eleições também apareceram na entrevista: a questão das privatizações e de uma reforma partidária. FHC, que comandou uma saga de privatizações suspeitas em seus dois governos, afirmou que “no Brasil é ilusão pensar em resolver a educação, a saúde e a previdência privatizando, com essa massa de carentes”.

Também afirmou que, se fosse necessário, o PSDB poderia fundir com outro partido, no sentido defendido pela sigla de diminuir o número de partidos com acesso ao Congresso. Hoje, o PSDB possui rixas internas tão fortes que tende à fragmentação.

"Eu sou favorável à tortura, você sabe disso", ele chegou a afirmar / Crédito: Portal da Câmara dos Deputados

Na época da entrevista, Bolsonaro era um deputado do Partido Democrata Cristão, tendo como principal bandeira o aumento do soldo no Exército. Chegou a ser preso por isso. Por mais que FHC tenha mencionado o nome do ex-paraquedista na entrevista, as intrigas entre o tucano e Bolsonaro ocorreram alguns anos depois, quando o atual presidente já tinha fama.

Em 1999, chegou a comentar num programa de televisão que, comparado a FHC, Collor “é anjo, é santo”, chegando a defender o fuzilamento do então presidente. Para ele, a situação só seria resolvida “quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, começando por FHC”.


Saiba mais sobre esse período pelas obras abaixo:

1. De FHC a Bolsonaro, de Osvaldo Coggiola - https://amzn.to/2WTkwp8

2. A Desertificação Neoliberal no Brasil: (Collor, FHC e Lula), de Ricardo Antunes - https://amzn.to/2WU1vmh

3. Evolução Política do Estado Brasileiro: 1990-1994 - Os Governos Fernando Collor de Mello e Itamar Franco, de Carlos Lindomar Andrade - https://amzn.to/2WPzZqj

4. Por Que Bolsonaro Merece Respeito, Confiança & Dignidade?, de Willyam Thums - https://amzn.to/2Ck76ZF

5. O Protegido - Por Que o País Ignora as Terras de FHC, de Alceu Castilho - https://amzn.to/2CiS9Ho

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.